19- Trust Issues

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P.O.V Justin

— Ele vai morrer? — a garotinha pergunta, enquanto olha pro seu cachorrinho sobre a maca hospitalar.

— Ainda não posso afirmar nada, antes de ver o que ele tem. — falei, e continuei examinando o animal com o estetoscópio. Ver o olhar triste do cachinho pra mim doía profundamente.

— Não entendo como o Ralf teve esse problema, ele era um cachorrinho tão saudável. — disse a mãe da menina e olhei no monitor neurológico, vendo um tumor no cérebro do animal e franzi o cenho.

— As vezes as doenças que surgem no corpo de um ser, não é nem por causa da genética e sim infecções tóxicas. — me expliquei e continuei checando no monitor. — Doença de Parkinson é uma mal humano, neurodegenerativo, com sintomas que incluem bradicinesia, tremor em repouso ou instabilidade postural. As pessoas, com essa doença, também podem apresentar sintomas não-motores, como a depressão. — me expliquei e aumentei o brilho do monitor.

— Doença de Parkinson? É possível em animais? — a mãe da menina perguntou e tirei as placas do monitor.

— Sim, animais são usados com frequência pela ciência médica para encontrar novos tratamentos para as mais diversas doenças humanas. Tumores, transplantes, doenças degenerativas, entre outras, tem tratamentos testados primeiramente em animais, como cobaias, para depois serem usados nas pessoas. — me sentei na cadeira da minha mesa e anotei o diagnóstico do bicho.

— Então o que ele tem? — a mãe da menina perguntou e me levantei, indo novamente ao monitor.

— O animal tem um tumor no cérebro. — falei, e as duas colocaram as mãos na boca.

— Tumor? — a menininha perguntou, chorando.

— Sim, eu sinto muito.

— M-mas ele vai morrer? — coloquei as placas sobre a mesa.

— Eu não posso afirmar, mas será preciso fazer uma cirurgia pra retirada do tumor, ou pode se tornar em algo maior e o bichinho pode morrer. — me aproximei da mãe e dei as placas das resoluções médicas pra ela.

— Você pode salvar o meu cachorrinho? — a menininha perguntou, com os olhos cheios de lágrimas e me agachei junto dela.

— Eu não posso, porquê não sou veterinário, mas eu tenho um amigo que tem super poderes. Ele pode salvar o seu cachorrinho. — ela abriu um sorriso enorme e me levantei, logo anotando o número do consultório veterinário de um amigo meu da CAU.

— Você também tem super poderes? — rir pelo nariz e me aproximei da mãe dela.

— Tenho sim, mas os meus poderes só funcionam em seres humanos. — ela sorriu e dei o número pra mãe dela. — Ele irá ajudar vocês, podem ter certeza que ele irá salvar o Ralf. — a mãe da menina sorriu e pegou.

— Muito obrigada Dr.Bieber, de verdade.

— Imagina, tenham uma boa tarde.

— Vem Ralf. — a menina pegou o bichinho na maca.

— Obrigada. — ambas saíram e olhei a hora, era 17:30 da tarde. Olhei na listagem de pacientes e eram os últimos, então tirei aquele jaleco branco e pendurei no cabideiro perto do monitor, depois juntei meus materiais e coloquei na bolsa.

Saí da minha sala e andei pelo corredor da clínica, cheguei no lado de fora e entrei no meu carro, tirando caminho pra casa. Tava muito cansado, mas a saudade que eu sentia da Scarlett era maior que mim mesmo. Passamos praticamente o dia todo longe um do outro, só nos vimos na CAU pela manhã e somente. Tirei aquela camisa, enquanto dirigia apenas com uma mão e respirei fundo.

Enemy Brothers (BITP)Onde histórias criam vida. Descubra agora