50- It Is Not The End

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P.O.V Luciana

Passei a noite toda com um amargo na boca, com um aperto no peito que dava-me a sensação de um corte profundo, me impedindo insuportavelmente de respirar.

A dor que eu sentia naquele momento era uma prova de que os meus sentimentos pelo Luke, eram fortes, sinceros e verdadeiros, pois em toda a minha vida nunca tinha sentido uma dor profunda de desespero, gritando incontrolavelmente no meu interior.

Podia sentir o peso nítido nas minhas pálpebras ao olhar pra tela do computador a minha frente, eram vestígios de uma noite mal dormida. Nem com vontade de trabalhar hoje eu estava, mas a minha vida não podia parar porque alguém que estava se tornando importante pra mim resolveu ir embora.

Engoli em seco e respirei fundo, reprimindo mais uma vez a vontade de chorar que estava me consumindo novamente.

— Eu sinto muito, amiga. — a Candice, falou ao se aproximar de mim e pus os olhos nela. — Melhore essa carinha vai, não gosto de te ver assim. — ela, falou e tocou no meu rosto, o acariciando.

— Tá tudo bem, só não quero pensar nisso. — falei, e sequei as primeiras lágrimas que preencheram os meus olhos.

— Eu entendo. Olha, falta 2 dias pro Natal e meu pai vai fazer uma ceia maravilhosa pra mim que resolvi vim passar o primeiro Natal com ele desde que ele se separou da minha mãe, também pra família da bruxa da minha madrasta. — ela falou, revirando os olhos e dei uma risada baixa. — A gente passa o natal na casa do meu pai... e depois se você quiser voltar pra casa, a gente volta, tudo bem? — sorri, com uma imensa tristeza dentro de mim e concordei.

— Claro, Candie. Eu vou.

— A Margareth vai nos liberar mais cedo, aí a gente aproveita e vamos as compras, que tal? Precisamos de roupas novas.

— Iremos sim.

— Bem, vou voltar a trabalhar. Até daqui a pouco. — ela saiu e respirei fundo, olhando a hora no meu relógio. Era 11h38 da manhã e eu tava morrendo de fome.

Voltei minha atenção na agenda de reservas e ouvi vozes surgindo na porta do restaurante. Por um momento me deparei com a mesma cena de três meses atrás, quando vi o Luke pela primeira vez na vida, mas dessa vez foi diferente, seus amigos estavam ali e ele não, ele não tava e aquilo foi uma facada profunda no meu coração.

Engoli o choro e me aproximei dos rapazes, que sorriram pra mim. Dois deles ficaram me secando como se nunca tivessem visto uma moça na vida, já o dos olhos claros que eu lembrava bem o nome, chamado Liam, me olhava sorrindo.

— Bom dia.

— Bom dia. A gente tem reserva feita, certo?

— Claro. Tem sim, me acompanhem. — eles assentiram e os levei até a mesa reservada.

Minha garganta tava coçando pra perguntar pelo Luke, mas se eu fizesse isso iria ouvir mais uma vez algo que partiria o meu coração novamente e eu não tava mais afim disso.

— Luciana? — a voz mais alta do Liam, me tirou do trânsi e voltei a realidade depois de ter ficado fora por alguns segundos.

— Oi, desculpa. O que você dizia? — perguntei, sem jeito e molhei os lábios.

— Perguntei como vai o seu relacionamento com o Luke. — ele, falou e forcei um sorriso.

— Ah... ele foi embora. — falei, um pouco triste e ele me olhou com a testa enrugada.

— Sério?

— Sim. — pus as mãos nos bolsos de trás da minha calça e eles se entreolharam.

Enemy Brothers (BITP)Onde histórias criam vida. Descubra agora