Capítulo 13

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Pedro narrando

Presídio. Caralho, onde fui me meter nessa porra. Já estou aqui 1 semana, uma semana e nada de notícia sobre fuga ou algo do tipo. Ouvi dizer que fugir daqui é uma das missões mais difíceis que tem. Tudo é revestido com aço e os muros são mais de 5 metros. Não tem como fugir. O Bernardo vai me tirar daqui, eu tenho certeza!

Mais o que está me matando aqui dentro é a saudade da minha mãe. Ela deve estar maluca com a minha prisão. Meu pai deve estar puto comigo e ainda mais com o Bernardo por ter deixado isso acontecer. Eu sei que a culpa não foi dele, mas conhecendo meu pai como é, ele deve estar colocando a culpa até nele mesmo. Saudades daquelas figuras.

A cela onde me enfiaram tem mais homem que em um jogo de futebol. O bom que aqui alguns conhece a fama do morro, então não me tratam com indiferença. O Bernardo fez ser uma lei aquele morro, e pelo jeito até quem tá enjaulado sabe como lá é foda para caralho.

Saio do transe quando vejo um dos carcereiro me chamar.

Fudeu!

Xxx: Pedro, venha comigo. Anda rapá, tenho o dia todo não.

Levantei e saí da cela. Ele me algemou e me guiou para um corredor vazio. Estava com medo, mas estava estático, sem mostrar o meu pavor.

Pedro: Aonde estão me levando?

Xxx: Fica quietinho aí, que temos uma surpresa boa para você!

Pedro: Eu espero que seja boa mesmo.

Continuei indo até o final. Quando atravessamos uma porta, vi que estava em um pátio com 3 carros de alimentos.

Pedro: Por que estou aqui?

Xxx: Porque hoje é o dia da tua liberdade. O pesadelo me pagou para dar um jeito na tua fuga.

Pedro: Aquele filho da puta é foda mesmo. Mas como vou sair daqui sem que me vejam?

Xxx: Fica suave. As câmeras estão desligadas é o único modo de você sair daqui é se escondendo nos carros de alimentos. Eu que dou a vistoria neles, então vai ser moleza você sair daqui.

Pedro: E quanto aos outros presos, o que vão dizer para eles quando perceberem minha demora?

Xxx: Apenas digo que você mudou de cela. Com eles eu me entendo. Agora vai logo que daqui a cinco minutos eles estão indo. Se liga, o terceiro carro é um para meu, ele que vai te levar na rua de terra que fica do outro lado do morro beleza? Lá o Pesadelo e os soldados vão estar te esperando. Apenas se esconda e não se meixa até ele avisar que saiu daqui.

Pedro: Pode deixar . Flw!

Corri para o terceiro carro, onde já tinha um pano para se esconder. Tranquei a porta e me encolhi entre as caixas de alimentos que estavam ali. Porra, eu sabia que mais cedo ou mais tarde o Bernardo iria me tirar desse inferno. O muleque é pica mesmo, até os fardado ele comprou para me tirar daqui. O Bernardo é foda mesmo, e eu tenho muito o que agradecer a ele nessa vida.

Passado os 5 minutos, ouvi passos e vozes de alguns homens. Fiquei paradinho sem fazer qualquer barulho.

O amigo do fardado abriu a porta e cochichou.

Xxx: estamos saindo, não se mexe!

Pedro: Firmeza!

Ouvi a porta se fechando e em seguida ele entrando no carro. Era agora porra. Minha liberdade!

O carro andou e parou alguns minutos depois. Ouvi o fardado dizendo que precisava olhar o carro. Ele abriu a porta e começou a mexer em algumas caixas, apenas para mostrar que olhava tudo. Em seguida ele confirmou que estava OK e então deu passagem para o carro.

Quando o carro finalmente saiu do presídio, o motorista avisou que poderia sair da toca. Joguei o pano que estava em cima de mim e me sentei no encosto do carro. Estava ansioso para chegar ao morro e ver meus amigos e minha família.

Como é bom estar livre de novo.

[...]

Xxx: Hey, chegamos!

Ouvi o motorista avisar. Acabei dormindo entre as caixas e nem percebi quando o carro parou. Quase duas horas de viagem daquele inferno até aqui, mas o que valeu a pena.

Ele desceu do carro e abriu a porta. Estava um sol do caralho e como já estava 1 semana sem ver a luz do dia, meus olhos doeram.

Quando eles acostumaram com a luz, desci do carro. Vi um dos soldados pagando eles a mando do Bernardo. Quando eles pegaram o envelope, foram embora.

Cumprimentei o moleque e ele me levou até o pesadelo, que estava em um barraco próximo dali. Quando chegamos, eu o vi na porta, me esperando. Quando ele me viu, caralho velho o bichão gritou.

Sangue nos olhos ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora