Capitulo 46

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Tiffany narrando

Um barraco com.... Lina, sei lá o nome daquele plástico. Nem o pior ser humano merecia aquilo. O que eles estavam passando era algo muito difícil, e eu reconheço isso, mas fazer aquilo com a minha mãe em busca de vingança, não era a solução.

Subi o morro as pressas até a casa do pesadelo, ou melhor Bernardo, já que agora sei o seu nome, que alias é bem bonito, mas que não vem ao caso agora. Quem ele pensa que é para por duas pessoas naquele lugar deplorável? Nem em mil anos eu vou deixar minha mãe e meu pai em um lugar daqueles e não será ele que irá me impedir, não mesmo.

Passo pelos becos que agora conheço como a palma da minha mão, para ver se chego mais rápido. Já estava escurecendo, mas eu não me importei comigo, estava mais preocupada com meus pais que passaria a noite naquele lugar. Assim que vi sua casa, acelerei o passo. Havia dois soldados parado na porta, vigiando para que ninguém entrasse. O que claro, não me impediria.

Tiffany: Vocês podem chamar o Ber... Quer dizer, o pesadelo aqui? – informei assim que cheguei na entrada.

Xxx: Ele está ocupado. – Um deles falou, todo ignorante.

Tiffany: Não perguntei se ele está ocupado ou não, chama ele agora. – Ordenei, ficando furiosa.

Xxx: E se eu não quiser? Vai me bater? – Ele zombou, dando risada junto com seu amigo.

Tiffany: Não, mas sim isso... – Chutei no meio da sua perna, fazendo o mesmo cair ajoelhado. – Gostou garotão? Agora chama ele AGORAA!!

Nessa hora ouvi ele gritando...

Pesadelo: Que porra é essa aqui... – Falou assim que abriu a porta. – Ah meu Deus. O que você quer garota?

Tiffany: Eu quero conversar com você.

Pesadelo: Tô ocupado.

Tiffany: Eu não quero saber. Eu não saio daqui até você falar comigo.

Pesadelo: Então vai ficar esperando. – Disse, fechando a porta na minha cara. É hoje!!

Tiffany: Abre essa droga Bernardoooo... – Gritei enquanto socava a porta. Quando iria socar pela quinta vez, ele abriu, quase me fazendo cair dentro da casa.

Pesadelo: Primeiro patricinha, quem você pensa que é pra tá me dando ordem hein? E segundo...quem te falou o meu nome?

Tiffany: Não interessa. Vai me deixar entrar ou quer que faça uma algazarra aqui na frente da sua casa?

Pesadelo: Ohh caralho viu. Entra porra. E não demora que eu não tô afim de ouvir você por muito tempo não. – Retrucou nervoso.

Tiffany: Pode ficar sossegado que não vou desperdiçar muito do meu precioso tempo com você.

Entrei na sua casa e fui direto para a sala. Quando ele fechou a porta e veio até mim, eu soltei logo.

Pesadelo: Fala logo o que você...

Tiffany: Eu quero que você tire AGORA minha mãe e meu pai daquele lugar. – Informei, interrompendo ele.

Pesadelo: Peraí. Repete que eu acho que ouvi errado. Você está MANDANDO, eu fazer uma coisa que eu não quero, é isso? – Perguntou com cara de deboche.

Tiffany: Se você não for surdo, é sim!

Nessa hora ele caiu em uma gargalhava, o que me fez apenas ficar com mais raiva dele.

Pesadelo: Caralho mano, eu acho que tô ficando mole mesmo. Até quem tá chegando agora, tá querendo mandar em mim.

Tiffany: Eu não tô mandando em você, eu só quero que você tire minha mãe e meu pai daquele lugar que você jogou eles.

Pesadelo: Oh fia, você deveria agradecer por eu ter deixado ela pelo menos viva no final das contas. Aquilo não é nem um terço do que ela merece, tá ligado?

Tiffany: Minha mãe errou e todo mundo sabe, mas deixar ela naquele lugar é desumano.

Pesadelo: DESUMANO PORRA, FOI ELA ACABAR COM UMA VIDA POR PRAZER, POR ODIO, POR INVEJA. ISSO QUE É DESUMANO. – Gritou, me fazendo gritar também.

Tiffany: ENTÃO PORQUE NÃO MATOU ELA?

Pesadelo: POR VOCÊ CARALHO. – Afirmou, segurando no meu braço. Fiquei em choque na hora. Eu não sabia nem o que falar de tão inesperado que foi ouvir ele falar aquilo. – É por você que ainda não matei ela. Você mexe comigo gringa, mesmo eu sabendo que é errado. Você acha que é fácil para mim tudo isso? Acha que eu quero ser assim?

Tiffany: Então porque continua? – Perguntei com minha voz falhada pelo choro que queria vir.

Pesadelo: Pela minha mãe, a única que merece tudo isso.

Tiffany: Sua mãe jamais concordaria com isso. Eu tenho absoluta certeza.

Pesadelo: Minha mãe não está aqui para dizer o que ela acha ou não.A única coisa que importa é o que acho melhor para ela.

Tiffany: Eu não sei o que eu vim fazer aqui. Da licença, eu vou tentar dar algum auxílio para os meus pais.

Pesadelo: Só se for por cima do meu cadáver loira. – Disse, segurando no meu braço pela segunda vez.

Tiffany: Me larga seu grosso. Você não manda em mim.

Pesadelo: Meu território, minhas regras.

Tiffany: Eu não sou do seu território. – Falei, olhando dentro dos seus olhos.

Pesadelo: Quem falou que não...

Com uma pegada que só ele tem, ele me puxou e me beijou, como a tempos eu não sentia. Era um beijo urgente e com tudo misturado. Por mais que eu quisesse lutar, eu não tinha forças. Eu sentia a falta dele mais do que ele, e até mesmo eu poderia imaginar. Eu me apaixonei por um ogro, mas um ogro que me faz tão bem quanto me faz mal. Era errado? Era sim, mas no coração, nem quem quer, consegue mandar. Pesadelo me causava isso, me causava essa sensação do prazer com o errado, com o perigo... E o pior que eu estava viciada nisso.

Eu já estava embriagada pelo seu sabor, mas mesmo assim eu lutei e consegui me desvencilhar dele. Tanto por não querer me envolver, quanto por querer ar para meus pulmões.

Tiffany: Na próxima, minha mão vai direto na sua cara, seu pervertido. – Informei, quando estava alguns passos dele.

Pesadelo: Duvido não ter gostado. – Sorriu, me fazendo perder o raciocínio por alguns segundos.

Tiffany: Eu gostar de um beijo? Querido não tem só sua boca no Rio de janeiro não ok?

Pesadelo: Pode até ser, mas um beijo como o meu eu duvido que tenha.

Tiffany: Eu vou embora, tenho mais o que fazer e se eu não me engano, você também.

Saí dali as pressas, e com o coração mais acelerado que carro em fuga. Droga, minhas pernas estavam bambas. Eu não deveria ter vindo viu!?
Droga de homem para mexer comigo. E o pior que o desgraçado tem razão; Igual o beijo dele eu não encontro em lugar nenhum.

Aí pesadelo, se você não tivesse tanto ódio, eu poderia me entregar de corpo e alma pra você, pode ter certeza disso!

Sangue nos olhos ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora