Capítulo 50

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SE ESTE CAPÍTULO NÃO TIVER UMA BOA QUANTIDADE DE ESTRELINHAS, SÓ VOU POSTAR CAPÍTULOS NA SEXTA.

Isa narrando

Estava nervosa, como nunca antes. Acho que essa sensação é pior do que quando forjei minha própria morte. Eu não sei como vou falar para todos o que aconteceu, como fiquei tanto tempo sem notícias. Eu também não sei qual vai ser a reação deles, mas já posso imaginar que não será das melhores, claro.

Imaginar que vou ver meu filho depois de tanto tempo, me enche de alegria. Mas imaginar também a sua reação dele e de todos me corta o coração. Mas eu vou ser forte, pois só eu sei o que fiz para ter que fazer esse sacrifício. Só eu sei o quanto a dor e a saudade me machucava todos os dias nesses 20 anos. Vai machucar? Vai, mas não vai adiantar eu me arrepender de nada porque tudo que fiz foi cuidar e proteger minha família, como qualquer mãe, filha e mulher protegeria. Só rezo a Deus que eles possam me perdoar um dia e compreender meu ato.

Respiro fundo mais uma vez e abraço meu amigo, antes dele seguir para o morro e me ajudar a encontrar todos e acabar logo com esse pesadelo.

Júnior: Amiga, boa sorte. Espero que tudo dê certo para você!!

Isa: Eu tambem. — Sorri, apertando suas mãos. — Obrigada por tudo Juninho, por tudo mesmo. Sem você eu provavelmente estaria morta a muitos anos atrás. Eu só tenho a te agradecer.

Júnior: Me agradeça quando você estiver bem com sua família ok? — Sorri, dando uma piscadela!

Isa: Ok! — Devolvo o sorriso.

Ele sobe na sua moto e vai para o morro. Ele iria reunir todos por mim, e quando eu chegasse iríamos ver aonde tudo iria dar.Mas independente do que acontecer lá, eu vou continuar firme e forte. Nada mais me abala. Eu estou mais do que preparada.

[...]

Assim que Júnior me manda mensagem pedindo para mim ir ao morro, sinto meu coração acelerar. Vou para a calçada e quando um táxi passa eu aceno. Assim que entro nele, o motorista pergunta meu destino.

— Morro da maré. — Afirmo.

Ele balança a cabeça e segue para o local. Olho pela janela o meu Rio de janeiro e começo a me recordar de alguns momentos aqui. Como as idas a praia com a Mari, os rolê que a gente dava juntas. Os momentos que passei com o DG e com minha família. Tudo era doloroso, mas que também me fazia bem. Foi anos do qual vivi alegremente antes de ter este pesadelo em minha vida.

Estava distraída quando o taxista me chama.

Xxx: Chegamos!

Isa: Obrigada. E pode ficar com o troco. — Digo, lhe entregando uma nota de 100.

Xxx: Obrigada você. Que Deus lhe acompanhe. — Agradece com um sorriso amigável.

Isa: Igualmente!

Saio do táxi e respiro fundo olhando aquele lugar. Em imaginar que meu filho que comanda tudo isso.

Alguns dos soldados que estavam na entrada ficaram me olhando. Ainda bem que vim bem disfarçada.

Rato: Nome minha senhora? – Um dos rapazes perguntou, me encarando!

Isa: Giovanna Montenegro. Sou amiga do Júnior.

Rato: Ele me avisou que viria. Vem, vou te levar ao lugar que ele pediu.

Isa: Obrigada!

Ele avisou para os outros ficarem de olho até ele voltar e então começou a subir o morro comigo. O rapaz até que era simpático. Conversou comigo e fez até umas piadas, me tirando risos. Seu apelido aqui era Rato, um nome estranho, mas que não quis saber o motivo. Aos poucos ele foi diminuindo os passos, provavelmente porque estamos chegando.

Rato: Prontinho! — Avisa, quando chegamos a uma casa.

Isa: Obrigada pela companhia.

Rato: É nóis tia.

Assim que ele desapareceu, eu olhei para o local e respirei fundo mais uma vez hoje. Minhas mãos tremiam muito e eu estava a um ponto de entrar em estado de choque de tanto nervosismo. Quando a coragem me bateu, eu bati na porta, ouvindo um “ Entre.”

Empurrei a porta aos poucos e entrei, paralisando ao ver todos que amavam ali.
Meus olhos marejaram e eu segurei para não chorar, mesmo estando de óculos escuros.

Pesadelo: E aí Júnior, quem é a coroa? — Meu filho pergunta. Meu Deus, como ele é lindo. Sinto vontade de correr e abraçá-lo forte, mas contenho a minha vontade. Se tudo desse certo, eu iria abraçá-lo por muito tempo ainda.

Júnior: Acho melhor ela mesma dizer quem é!

Todos me olharam quando o Júnior falou isso e ficou aguardando eu falar. Eu caminhei alguns passos, até chegar ao centro e parei. Olhei para todos e para Júnior, que me deu um pequeno sorriso, me encorajando. Fechei meus olhos e então com muito esforço e coragem tirei meus óculos.

Vi todos, menos junior, franzi a testa sem me reconhecer ainda. Talvez seja por conta da lente e também do meu novo cabelo. Então com certo cuidado, eu tirei as lentes, e quando consegui, levantei minha cabeça. Nessa hora todos, menos meu filho e o Júnior arregalaram os olhos, chocados com o que seus olhos viam.

DG: I...Isa?

Sangue nos olhos ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora