Capítulo 42

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DG narrando

Parece que o passado havia voltado para minha vida. Um passado que só me trouxe dor e ódio. Eu pensei que jamais veria ela novamente, pensei que jamais poderia poder colocar tudo para fora de uma vez por todas. A dor da perda da única mulher que amei ainda é forte, mas talvez hoje, eu possa aliviar e trazer tanto justiça quanto vingança para minha vida e para a vida de meu filho.

Eu queria ter feito isso há 20 anos atrás, queria ter dado um fim a essa cadela que me fez sofrer tanto, mas de hoje não passa. Hoje eu vou poder deitar na cama e saber que a pessoa que acabou comigo não pode fazer mais mau algum.

Pesadelo: Como eu esperei por isso. Como esperei te ver na minha frente e ainda te ter em minhas mãos. Você não sabe com quem você mexeu Vanessa. Você acabou com a vida da minha mãe e principalmente a minha e a do meu pai. – Meu filho disse, com um semblante que jamais vi e caminhando lentamente perto dela. – Eu cresci sem uma mãe, cresci sem saber o que é um abraço, um beijo, uma bronca ou até mesmo um conselho. Na escola, no dia das mães, eu faltava e ficava dentro do meu quarto chorando, porque não podia apresentar alguma homenagem para ela. Meus amigos me perguntavam quem era minha mãe e eu não conseguia responder pela dor que era a falta dela.Eu deixei de ter uma infância para ser um criminoso, deixei de ter uma vida totalmente diferente para ter essa que to agora. – Ele parou em frente a ela. - Agora Vanessa, imagina a Tiffany sem uma mãe na sua infância. Imagina ela passando por isso tudo que passei... – Ele disse, segurando em seus cabelos com força. – ME FALA COMO ISSO SOA PARA VOCÊ!

Vanessa: Eu...eu...

RM: Agora gagueja não é? Engraçado que quando matou a isabela não foi assim que você ficou!

Vanessa: Eu errei.. eu sei o quanto errei mas..

DG: Mas? O que você quer dizer ainda? Você não falou agora que errou? Não tem mas Vanessa. Você acabou com a minha vida porra, acabou com a vida da minha família da forma mais cruel e fria que um ser humano pode fazer. Não tem explicação no mundo para você se justificar. A única coisa que você pode fazer é imaginar como será morar no inferno pelo resto da eternidade.

Vanessa: Por favor. Eu vim para pedir perdão, vim para tentar trazer alguma paz para vocês.

DG: Você não transmite paz alguma. Nem de longe e muito menos de perto. – Falei, pegando minha arma da cintura e apontando na testa dela. – Agora ajoelha pra mim Vanessa. Vai, eu sei que isso você sabe fazer muito bem porra. Se ajoelha.

Chorando muito ela se ajoelhou. Dei a volta por ela e fiquei de costas, assim como ela ficou para Isa. Eu estava tremendo, estava nervoso, mas mais do que isso, eu estava com um ódio que não cabia dentro de mim.

Vanessa: Não, por favor não. Deixa eu explicar o que pretendo fazer, por favor?

RM: Ela agora tá achando que aqui é feirinha do rolo pra tá negociando. Acaba com isso logo DG...

Pesadelo: Espera.... Vamos ver o que ela tem pra falar.

DG: Drogaaa....

Vanessa: Só me escuta, por favor. Se o que eu disser vocês não concordarem, vocês podem me matar e acabar logo com tudo isso.

Olhei para o meu filho e meu amigo desconfiado, e os dois balançaram a cabeça aceitando ouvi-la.

DG: Acho bom ser muito melhor essa sua idéia do que te matar Vanessa.

Vanessa: Não sei se será, mas pode ser uma solução!!

Respirei fundo e ela começou contando sua ideia...Espero que ela me convença senão ela vai ser mais furada de bala que um queijo.

Sangue nos olhos ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora