DG narrando...
Estava em choque, sem acreditar no que meus olhos estavam vendo. Se tivesse fumado, eu diria que estava ficando muito louco, mas eu não fumei e muito menos estava louco. Eu não conseguia acreditar. Isso era... Impossível.
Pesadelo: Isa?
Mari: Eu...eu não... — Mari gaguejou, colocando a mão na boca sem acreditar.
DG: Como assim porra? O que tá acontecendo aqui. Júnior que porra é essa caralho? — Grito, nervoso e confuso.
Júnior: Eu sei que é... — Ele diz, mas ela interrompe.
Isa: Não junior, pode deixar. Eu... Vou explicar tudo. — Afirma, nos olhando.
Pesadelo: Mas que droga está acontecendo aqui. Quem é ela? — Bernardo pergunta, já nervoso também.
DG: Ela é a... A sua mãe. — Digo.
Pesadelo: O quê? — Responde, perplexo e assim como todos, sem acreditar no que seus olhos vêem.
Isa: Será que vocês podem ao menos me deixar falar? Eu sei o quanto todos estão chocados mas...
DG: Chocados? Como você fez isso? Me fala. Como você... Você estava morta, eu te segurei em meus braços sem vida. A gente fez seu velório e eu vi você sendo enterrada. Como... Como você está na minha frente?
Eu estava muito confuso. Eu não posso estar ficando louco, não é possível. Todos aqui estão vendo a mesma coisa que eu, então como isso pode estar acontecendo?
Respirei fundo diversas vezes, enquanto todos faziam o mesmo. Bernardo estava em choque, olhando para a mãe que achamos que estava morta em sua frente. Mari e RM não sabia nem o que dizer. E eu? Bom, eu estava mais desorientado do que um drogado.Isa: Eu sei como tudo isso deve estar sendo difícil para vocês, mas eu vou explicar tudo a vocês. Eu não sei se serão capazes de me perdoar, mas mesmo com esse medo me corroendo, eu vou falar tudo.
Todos ficaram em silêncio esperando ela começar. Ela respirou fundo e começou..
Isa: Bom, todos aqui sabem como eu e a Vanessa nunca nos demos bem. Ela era louca pelo DG e fazia de tudo para ninguém chegar perto dele. Eu e o DG eramos amigos de infância, até seu pai morrer e deixar o morro para ele. Eu não aceitei e então cada um tomou seu rumo. Mas voltamos a se falar anos depois e se apaixonando. Vanessa, que até então era sua amante, não aceitou e fez de tudo para nos separarmos, o que não conseguiu. Quando eu descobri que estava grávida de você, Bernardo... — Disse, com os olhos marejados. — A Vanessa pegou um ódio mortal de mim, então tentou me fazer te perder. A polícia tinha entrado no morro e um grande tiroteio havia começado. Nesse dia estava preocupada com a demora do seu pai e então sai debaixo de chuva atrás dele, mas a Vanessa apareceu e me pediu para entrar na sua casa. Lá, ela tentou me matar e matar você que ainda estava em meu ventre, mas graças ao Júnior. —Direcionou o olhar para o irmão da Vanessa.— Ela não conseguiu. Quando você nasceu e completou 1 mês, ela me ameaçou. Ela mandou eu encontrar com ela cedo na praça do morro para ela me matar. Se eu não fizesse isso, ela mataria todos vocês, um por um. Eu fiquei desesperada e graças ao Júnior, ele percebeu e eu acabei contando tudo para ele. Ele me ajudou a bolar um plano. Forjar minha própria morte. No começo eu recusei, pois estava com medo e apavorada, mas junior me convenceu, então aceitei. No dia combinado, eu acordei cedo e me despedi de vocês dois como se eu fosse mesmo morrer de verdade e fui a praça. Chegando lá eu me ajoelhei do jeito que ela mandou e atirou. Mas o que ela não sabia era que a bala que ela achava que tinha, era apenas uma arma de brinquedo, daquelas que se usam em novelas. Eu queria chorar quando ouvi ela gargalhar, eu queria chorar quando... Quando vocês chegaram lá e começaram a chorar por mim. Eu queria naquele momento ter falado tudo, mas eu não podia senão ela os mataria. — Disse, chorando. Quando conseguiu se acalmar, continuou. — forjamos tudo, desde a “morte”, até ao enterro. Vocês não sabem como doeu em mim ver todos ali sofrendo por mim. Como doeu te ver DG, cair de joelhos pela primeira vez por alguém tão errante como eu. Mas tudo era preciso. Bom, depois disso eu fui para Mato Grosso do sul, onde eu saberia que ninguém me encontraria e tentei construir minha vida lá. Mas depois desses 20 anos, eu resolvi voltar. Resolvi reconquistar minha família de volta e acabar com esse sofrimento todo. — Terminou, enxugando as lágrimas.
Eu não sabia o que dizer. Não sabia nem o que pensar, tá ligado? Tudo estava difícil de assimilar. Ela esteve este tempo todo viva.
RM : Caraca eu nem sei o que dizer..
Mari: Esses anos todos eu sofri por perder a minha única amiga, a minha irmã e agora você aparece viva, Isabela? Você tem noção da dor que todos nós sentimos? - Perguntou chorando
Isa: Eu sei, eu também sofri por deixar vocês. Eu não tinha escolha, eu não queria deixar nenhum de vocês mas eu pensei apenas na minha família.
Bernardo: Olha a sua volta. Você está em meio a traficantes, traficantes procurados pela Polícia e você acha que o ele - apontou pro Douglas- Não teria resolvido as contas com aquela mulher? Acha mesmo? Foram vinte anos de dor e sofrimento, principalmente pra mim que tive que crescer segurando armas para aprender a atirar. Vinte anos que eu fui criado para matar a responsável pela morte da minha mãe, aliás a grande responsável está aqui a quase duas semanas passando fome e sede para aprender o que é mexer com família de gente do mundo do cão.
Isa:Bernardo eu...- Ele a interrompe
Bernardo: Pra você é pesadelo. Você já deu a sua explicação agora é hora de ouvir. Sabe, eu via todos os meus amigos comemorando aniversários, natal, ano novo, dia das mães ao lado de suas família e eu? Nunca quis ter aniversário por que você não estava presente, eu chorei até os meus 14 anos de idade por não te uma mãe ao meu lado, eu - bateu no peito- apanhei tanto por errar um tiro, apanhei de polícia, treinei dia e noite só para me tornar aquilo que o meu pai sempre quis, eu me tornei um homem calculista e cheio de ódio só para vingar a sua morte. Mas pelo visto foram 20 anos por água abaixo, vinte anos em vão e sabe porquê? Você sempre esteve viva. Se estava antenada de tudo o que acontecia porque não voltou? A Vanessa foi embora logo depois do " tiro" que deu em você. Mandava pelo menos um sinal que com certeza iríamos atrás de você e talvez eu fosse uma pessoa boa, uma pessoa do bem. Mas como o meu pai eu fui destinado a comandar e hoje eu sou dono do complexo da maré e quando ele morrer eu serei dono do borel também e vou honrar cada coisa que ele me ensinou. Não é porque você está viva que eu vou deixar de ser quem eu sou. Minha mãe morreu a vinte anos atrás e vai continuar assim, morta. - Ele chorou
Pela primeira vez em anos eu vi meu filho chorar, todos nós estávamos arrasados e eu pude sentir a dor em suas palavras, ele disse tudo o que eu quis dizer mas naquele momento me faltava palavras. Pela primeira vez eu não soube o que dizer hoje o grande DG se torna pequena e frágil e tudo por causa dela.
Pedro: Mãe, pai vamos deixar eles dois ai.
RM : Juízo aí.
Mari: Talvez um dia eu caía na real e tente entender toda essa história.
Eles saíram e ficou apenas eu e ele, cara a cara.
Isa: Pode falar o que você quiser. Eu sei que eu errei mas quero que saiba que eu vou esperar o tempo que for para conquistar um a um novamente.
DG: Talvez eu não seja tudo aquilo que você esperava, cuidado… porque posso ser bem mais do que um dia você imaginou e esperou de mim, eu mudei, tudo mudou. Você não vai querer conhcer o novo DG e a sua maior inimiga estará em sua frente daqui a algum tempo, se prepare. Isso ainda não acabou.
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Sangue nos olhos ( Concluído)
Teen FictionNão se iluda com o meu sorriso. Estava apenas pensando em qual seria a forma mais prazerosa de te ver Morrer. A forma mais prazerosa é vê o inimigo vivendo o seu pior pesadelo ao vivo e em cores. PLÁGIO É CRIME!