Capítulo 43

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- Micael.

- Sim? - encarou Sophia.

- Posso te pedir um favor?

- Claro que pode - sorriu.

- Podemos jantar essa noite, em um restaurante que eu ia.

- Podemos sim - sorriu ainda mais - você quer escolher a sua roupa?

- Pode ser - deu de ombros. Micael abriu o guarda roupa tirando alguns vestidos de Sophia, a loira observou com cuidado escolhendo as cores.

- Gostaria de dar um palpite, senhorita Abrahão - encarou a loira - você vai ficar linda com esse aqui - pegou o cabide com o vestido rosa rodado, era delicado como ela.

- Amo esse vestido - sorriram.

Micael esperou anoitecer dando outro banho em Sophia, secou os cabelos loiros, vestiu a lingerie logo após colocando o vestido, estava perfeita. Penteou os cabelos da mesma e deixou que Sophia fizesse a maquiagem, entrou no banheiro tomando seu banho e se arrumando por lá mesmo.

Optou por uma calça jeans e seu tênis acizentado, a camiseta de algodão preta caia muito bem nos músculos de Micael, penteou os cabelos e se encarou no espelho, nunca imaginou que faria isso por uma mulher, estava apaixonado.

- Uau, você está lindo - Sophia encarou Micael da cabeça aos pés.

- Você também, gostei do batom - apontou para a boca de Sophia que tinha uma cor nude aveludada.

- Vamos?

- Vamos - Micael buscou a chave do carro saindo com Sophia.

Ela tinha escolhido um dos melhores restaurantes e mais caros de Denver, Micael ficaria meio receoso se não tivesse o dinheiro que estava ganhando trabalhando com Sophia.

O moreno tirou a cadeira de Sophia do porta malas levando até o banco do carona, ajustou ela lá e entraram no restaurante, o ambiente era muito agradável, o cheiro também.

- Boa noite, em que posso ajudar? - o recepcionista sorriu para os dois.

- Eu gostaria de uma mesa com dois lugares - Micael sorriu.

- Senhor, dois lugares? - o recepcionista ficou meio sem graça.

- Sim, por que? Algum problema?

- É que... - o recepcionista coçou a nuca - a moça já está na cadeira.

- Isso é uma cadeira de rodas, eu quero uma mesa com duas cadeiras normais.

- Senhor...

- Eu poderia falar com o gerente? - Micael estava perdendo a paciência.

- Micael... - Sophia o interrompeu.

- Eu quero falar com a merda do seu gerente - o moreno cerrou os dentes.

O recepcionista discou no telefone sem fio alguns números, falou breves palavras e logo o gerente apareceu. Era mais alto e com uma postura clássica.

- Algum problema, senhores?

- O amigo aí não quer me ver duas mesas com cadeiras normais só porque eu estou com uma acompanhante de cadeira de rodas.

- Eu quero ir pra casa - Sophia decretou.

- Olhem, me desculpem... - o gerente dizia calmo.

- EU QUERO IR PRA CASA - Sophia gritou fazendo com que todos do restaurante olhassem pra ela que estava na porta.

Micael respirou fundo e abaixou a cabeça, saiu com Sophia andando até o carro.

- Deveríamos ter ficado - colocou ela no banco do passageiro batendo a porta em seguida.

- Ficado? - olhou incrédula - eu não posso nem sentar numa cadeira descente, sou uma deficiente completa.

- Foi você quem quis vir nesse restaurante - colocou as mãos no volante.

- Eu gosto daqui - cerrou os dentes falando com raiva.

- Como você pode gostar de um lugar como esse? Me diga - estava com raiva.

- Eu vinha muito...

- Você vinha muito - pausou - MAS ACONTECE QUE VOCÊ NÃO É AQUILO DE ANTES, VOCÊ ESTÁ EM UMA CADEIRA DE RODAS, VOCÊ NÃO ANDA MAIS - gritou brecando com tudo.

Sophia ficou gelada com a atitude de Micael que ficou parado com o carro no meio da avenida, cessou a respiração e voltou a dirigir.

- Você tem vergonha de mim - disse baixo - tem vergonha por eu precisar de tudo, principalmente de você.

- Se eu tivesse vergonha de você eu não viria até aqui.

- Admita, só está aqui por causa do dinheiro.

- É Sophia, só estou aqui por causa do dinheiro, exatamente - disse irônico - estou fazendo tudo isso com você porque preciso de grana pra me sustentar, logo mais agora que terminei a faculdade - virou o volante - eu faço suas vontades porque realmente preciso do dinheiro, e digo que te amo também pra ver se o pagamento aumenta.

- IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA - gritou se chacoalhando toda - VOCÊ É UM IDIOTA, IDIOTA - estava com falta de ar.

- SOPHIA, CALMA - parou o carro dando atenção a ela.

- OLHA PRA FRENTE, OLHA PRA FENTE EU QUERO SAIR DESSE CARRO, EU QUERO SAIR - puxou a camisa de Micael desesperada - EU QUERO SAIR.

- SOPHIA, CALMA - segurou em seus braços.

- EU QUERO SAIR, POR FAVOR - estava chorando tanto que até Micael teve medo - ME AJUDA, EU NÃO QUERO MORRER, EU NÃO QUERO MORRER.

Ela não queria morrer, Micael tinha entendido.

As Sessões - The SessionsOnde histórias criam vida. Descubra agora