Capítulo 92

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No dia seguinte acordaram mais tarde, afinal ontem tinha sido pesado aos dois. Micael propôs uma saída até um parque residencial que tinha perto do condomínio onde estavam, agasalhou bem Sophia colocando botas, touca e casaco de couro que a aquecia muito bem, por último colocou as luvas, estava muito frio. 

- Estamos esquecendo de alguma coisa? - o moreno arrumou a touca enquanto olhava no espelho. 

- Acho que não, estou segurando a comida dos patinhos. 

- Se tiver patinhos por lá - riu leve encarando a loira pelo espelho. 

Micael trancou a casa e levou Sophia até o parque, não precisava de carro pois não era tão longe. 

Os arbustos começaram a aparecer quando caminharam no parque, haviam banquinhos e lá na frente um lago muito grande, e sim, haviam patinhos. Sophia vibrou em comemoração. Micael estranhou, como os patos não estavam morrendo de frio? Se ele entrasse ali iria morrer de hipotermia. 

- Pronto, estamos aqui - parou a cadeira enquanto Sophia observava o local. 

- Viu só? Se tivéssemos apostado eu teria ganhado - cruzou os braços. 

- Como não estão sentindo frio? 

- A água é hidratada e quente - um homem com cerca de quarenta anos disse calmo, estava com as mãos atrás do corpo e encarava o lago - pensei que sabiam disso. 

- Não somos daqui - Micael pareceu ser simpático. 

- Oh, desculpe a grosseria - o homem sorriu. 

- Tudo bem - Micael fez o mesmo. 

- Estão a passeio? 

- Sim, somos de Denver - Sophia disse calma - primeira vez aqui. 

- É raro encontrar turistas aqui, geralmente as pessoas que vem já sabem dessa cidade. 

- Denver é exótico, quer dizer - ele riu - não tem isso tudo. 

- Você diz o frio? - o homem riu leve - ia muitas vezes a Denver. 

- É sim, eu digo do frio - piscou rápido - se importa de olhar a cadeira? Eu vou levar a minha namorada até perto do lado. 

- Claro, fiquem a vontade. 

O homem foi simpático ao tomar conta da cadeira de Sophia enquanto Micael a pegava pelo colo, ela tinha o saco de pães velhos nas mãos e segurava muito forte, com um pouco de medo, o moreno agachou levemente com Sophia em seus braços, sorriu a ela que abriu o saco e jogou algumas migalhas na água, os patos vieram em peso. 

Sophia achou graça, assim como Micael. 

E a verdade era, não tinha preço ver a felicidade de Sophia estampada no rosto. Uma garota que antes tinha tudo, amigos, conta própria, diversas propriedades, carros de luxo onde conseguia administrar, e hoje era presa por uma cadeira de rodas. Quantas vezes ela se perguntava o dia em que iria sair de lá, que não dependesse de ninguém para fazer suas coisas, chorou noites e mais noites, tudo para achar a solução do seu problema. 

E tinha achado, além de ser um galinha no começo e ter feito o que fez com ela seu rancor ficou no passado, junto com Gab ou com as diversas mulheres que Micael passou a noite. 

Agora era aquela Sophia, sorrindo com seus poucos movimentos, o mais belo e puro sorriso que Micael poderia receber, assim como o dele, que antes pensava que iria morrer sozinho no meio do seu apartamento, vendo a vida passar diante da sua janela, sem ninguém para viver do seu lado. 

Sophia era dele, e Micael era de Sophia. Feitos um para o outro. 


- Obrigado - colocou a loira novamente na cadeira, o saco tinha voltado vazio. 

- Não tem o que agradecer - o homem sorriu - o amor de vocês é incrível, meus parabéns. 

- Obrigada, de verdade - Sophia encarou o homem que sorriu a ela. 

- Felicidades - bateu no ombro do moreno e saiu indo embora. 

Não tinha falado mentira, o amor dos dois é algo incrível. 

As Sessões - The SessionsOnde histórias criam vida. Descubra agora