Tinha prometido a Sophia que o bebê iria deixá-la feliz, só bastava entrar em sua cabeça.
A loira tão cansada deixou-se cair no sono nos braços do noivo que a sondou a tarde inteira, não voltou ao hospital pra terminar seu trabalho, eram papéis bagunçados que precisavam de organização, nada mais.
Micael tinha caído no sono e cochilado seus poucos minutos, acordou assustado quando escutou Sophia ter ânsia e vomitar algum resto que ainda tinha em seu estômago. Segurou seus cabelos.
- Está tudo bem, está tudo bem - seus ombros encolhiam cada vez que colocava tudo pra fora, era cruel. Seu estômago já começava a doer.
Tinha parado, ela fechou os olhos e respirou fundo achando um modo de não passar mal novamente.
- Vem aqui - tinha ela em seus braços enquanto limpava o canto de sua boca, Sophia estava mole e pálida.
- Eu não aguento mais isso - cerrou os olhos.
- Você precisa comer, está desde ontem sem colocar nada na boca.
- Eu não quero comer.
- Você precisa comer, vai vomitar o que daqui a pouco?
- Não sei, minha dignidade pelo menos - teve ânsia se abaixando ao balde.
Alarme falso, não tinha mais nada em seu estômago.
- Fique deitada aqui, tudo bem? Eu vou fazer uma comida pra você.
- Eu não quero comer, eu estou muito mal.
- Por isso mesmo, já dizia minha mãe - levantou-se - saco vazio não para em pé.
Com a frase de inspiração Micael foi até a cozinha deixando Sophia quieta na cama com seu balde companheiro, abriu a geladeira buscando todos os legumes possíveis, desfiou um frango e optou por fazer uma canja a Sophia, leve e cheia de legumes que ajudasse a repor sua força ao sangue. Não tinha como ela reclamar, além de bonito Micael cozinhava muito bem, a loira nesse quesito tinha ganhado na loteria.
O moreno demorou alguns minutos na cozinha, quando terminou colocou em uma bandeja e levou até o quarto, Sophia se encontrava de olhos fechados com a mão pousada levemente na barriga.
- Trouxe pra você - fez ela sentar na cama.
- Canja? - encarou a bandeja querendo fazer cena. Estava morrendo de fome mas sua postura dizia pra não aceitar.
- Sim, canja. E não adianta falar que não vai comer porque você vai comer.
Sophia revirou os olhos, Micael ajeitou pra que pudesse comer só observando a loira que pegava a colher lentamente.
- Isso mesmo, boazinha.
- Você é chato - colocou a colher na boca, ele segurou o riso.
- Sou chato e pai do seu filho.
- Infelizmente.
- Você não queria que eu fosse o pai do seu filho, ou filha?
- Esse não é o caso, eu não queria ter filho ou filha.
- De novo essa papo? - revirou os olhos.
- De novo sim - pausou - você já pensou que não vamos mais poder transar como a gente faz aqui? Acabou a festa, tínhamos a vida inteira pra curtir ainda.
- A gente pode curtir ainda, que coisa.
- Você vai transar na frente do seu filho quando ele estiver te perguntando alguma coisa útil?
- Também não é assim, por isso a palavra privacidade existe.
- Não existe mais quando você tem filhos - exatamente.
- Eu pago um motel, não tem problema.
- Um motel? Vamos chegar a esse nível?
- Sophia, eu não vou perder a cabeça com você. A gente tem o tempo do mundo pra discutir onde vamos transar quando o bebê nascer.
- Que ótimo - terminou de comer.
- Tem outra coisa que precisamos conversar - pausou - a respeito do casamento.
- Nós íamos casar? - perguntou debochada.
- Você sabe que sim - disse sem paciência.
- Você já contou pro Ethan que eu carrega um filho seu?
- Não contei a ninguém, por isso vamos nos casar logo. O bebê também não estava nos meus planos nesse exato momento, mas ele veio rápido.
- Sabia.
- Certo - deu de ombros - eu vou providenciar tudo na semana que vem.
- SEMANA QUE VEM?
- Sim, oras. Ou você quer casar com a sua barriga à mostra? - Micael pensava demais.
- Você tem razão, pelo menos isso seu pensamento colaborou.
- Não precisa ficar em pânico, está quase tudo resolvido.
- Então vamos nos casar? - ela sorriu.
- Vamos.
Joguem arroz, os noivos estão vindo!
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As Sessões - The Sessions
RomanceRodeada de amigos, Sophia era a mais popular do grupo da faculdade. Em um acidente fatal acaba perdendo o movimento do corpo, tudo que precisava era de um doador para ter seus movimentos de volta, e um fisioterapeuta que cuidasse o máximo. Mal sabi...