Capítulo 171

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- Toc toc - Ethan apareceu na porta de Micael, tinha algumas caixas nas mãos.

- Você não trabalha não?

- Estou trabalhando - deixou a caixa em cima da mesa do moreno.

- O que é isso?

- Seringas, o doutor Price pediu pra guardar no seu armário.

- Tanto lugar pra guardar - Micael revirou os olhos pegando a caixa, foi até seu armário.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Já fez - tirou as seringas embaladas de dentro.

- Sophia estava segurando um envelope nas mãos quando saiu aquele dia - Ethan franziu o cenho - eu me recordo daquele envelope.

- Ah, se recorda? - teve medo na voz do moreno.

- Sim - o amigo tentou lembrar.

- Devem ter trocados os envelopes, você acha que ela estava saindo da obstetrícia? - riu sem graça.

- Você queria que fosse, não queria?

- Eu queria sim. Mas Sophia não quer.

- Faz a cabeça dela cara, vocês já estão perto de se casarem.

- É mas, eu não entendo o medo dela.

- Ela é meia louca.

- Não fala assim dela.

- É sério cara, você já viu as coisas que ela fala pra Karen?

- Não, eu não fico xeretando a vida de ninguém.

- Bom saber, eu fico xeretando.

- Você é desocupado - Micael terminou de colocar as seringas em seu armário - pronto, pode ir pra sua sala, trabalhar.

- Trabalhar? Pelo amor de Deus.

- Ethan - revirou os olhos novamente.

- Tá bom, tá bom - pegou a caixa - eu vou voltar aqui antes de irmos embora, quer beber uma hoje?

- Não, eu preciso ir em casa.

- Não sabia que você dormia na rua.

- Não, otario - pausou - na minha outra casa, no apartamento.

- Por que você não vende aquela merda? Não usa mesmo, aquilo era um prostíbulo disfarçado.

- Meu apartamento é ótimo, não vou vender.

- Faça o que você quiser - ia saindo - vou passar aqui mais tarde.

- Tchau, Ethan - voltou a dar atenção no computador.

Micael trabalhou algumas horas, estava torcendo pra que fosse embora antes de Ethan lhe encher o saco. Encarou o relógio e pronto, hora de ir. Desligou o computador, saiu de sua cadeira e buscou a chave do carro, pegou o elevador indo até o térreo do hospital.

Antes de entrar no carro mandou mensagens a Sophia dizendo que era pra ficar pronta, iria passar lá, a loira tinha perguntado e o mesmo disse que os dois iam até seu apartamento verificar as coisas.

Afinal, Micael tinha esquecido da existência do imóvel.

- Chegamos - abriu a porta dando de cara com o apartamento todo bagunçado.

Típico.

- Faz quantos anos que você não vem aqui? - Sophia torceu o nariz abrindo a janela da sala.

- Um bom tempo, desde aquela vez.

- Meu Deus - sentou-se no sofá, ele fez o mesmo - o que está fazendo?

- Me sentando no sofá com você, ué.

- Nada disso, pode pegar a vassoura e junto com ela a pá de lixo - sorriu satisfeita.

- Você acha mesmo que eu vou limpar?

- Vai sim, essa casa está imunda.

- Meu amor, depois eu pago uma faxineira. Não é o fim do mundo.

- Ok, ok - deixou ele - vamos falar de algo sério agora.

- Pode me dizer - encarou a loira sorrindo.

- Eu peguei o telefone da decoradora de bolos, ela me deu uma lista de sabores.

- Certo, e?

- Nós podíamos pegar amanhã, não podíamos?

- É, podíamos - deu de ombros - e o seu vestido?

- O que tem?

- Você já escolheu em qual costureira quer fazer?

- Micael, pera aí - se ajeitou no sofá - você quer que eu faça meu vestido, quer dizer...

- Sim, quero que você invente um vestido e peça a costureira. Não quero minha mulher usando trajes passados por outras, quero que seja épico e marcante.

Épico e marcante, foram as palavras de Micael ao dizer sobre a prova de vestidos de Sophia, a loira ficou boquiaberta com a reação do noivo.

Iria ser épico e muito marcante, um casamento inesquecível.

As Sessões - The SessionsOnde histórias criam vida. Descubra agora