- Toc toc - Ethan apareceu na porta de Micael, tinha algumas caixas nas mãos.
- Você não trabalha não?
- Estou trabalhando - deixou a caixa em cima da mesa do moreno.
- O que é isso?
- Seringas, o doutor Price pediu pra guardar no seu armário.
- Tanto lugar pra guardar - Micael revirou os olhos pegando a caixa, foi até seu armário.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Já fez - tirou as seringas embaladas de dentro.
- Sophia estava segurando um envelope nas mãos quando saiu aquele dia - Ethan franziu o cenho - eu me recordo daquele envelope.
- Ah, se recorda? - teve medo na voz do moreno.
- Sim - o amigo tentou lembrar.
- Devem ter trocados os envelopes, você acha que ela estava saindo da obstetrícia? - riu sem graça.
- Você queria que fosse, não queria?
- Eu queria sim. Mas Sophia não quer.
- Faz a cabeça dela cara, vocês já estão perto de se casarem.
- É mas, eu não entendo o medo dela.
- Ela é meia louca.
- Não fala assim dela.
- É sério cara, você já viu as coisas que ela fala pra Karen?
- Não, eu não fico xeretando a vida de ninguém.
- Bom saber, eu fico xeretando.
- Você é desocupado - Micael terminou de colocar as seringas em seu armário - pronto, pode ir pra sua sala, trabalhar.
- Trabalhar? Pelo amor de Deus.
- Ethan - revirou os olhos novamente.
- Tá bom, tá bom - pegou a caixa - eu vou voltar aqui antes de irmos embora, quer beber uma hoje?
- Não, eu preciso ir em casa.
- Não sabia que você dormia na rua.
- Não, otario - pausou - na minha outra casa, no apartamento.
- Por que você não vende aquela merda? Não usa mesmo, aquilo era um prostíbulo disfarçado.
- Meu apartamento é ótimo, não vou vender.
- Faça o que você quiser - ia saindo - vou passar aqui mais tarde.
- Tchau, Ethan - voltou a dar atenção no computador.
Micael trabalhou algumas horas, estava torcendo pra que fosse embora antes de Ethan lhe encher o saco. Encarou o relógio e pronto, hora de ir. Desligou o computador, saiu de sua cadeira e buscou a chave do carro, pegou o elevador indo até o térreo do hospital.
Antes de entrar no carro mandou mensagens a Sophia dizendo que era pra ficar pronta, iria passar lá, a loira tinha perguntado e o mesmo disse que os dois iam até seu apartamento verificar as coisas.
Afinal, Micael tinha esquecido da existência do imóvel.
- Chegamos - abriu a porta dando de cara com o apartamento todo bagunçado.
Típico.
- Faz quantos anos que você não vem aqui? - Sophia torceu o nariz abrindo a janela da sala.
- Um bom tempo, desde aquela vez.
- Meu Deus - sentou-se no sofá, ele fez o mesmo - o que está fazendo?
- Me sentando no sofá com você, ué.
- Nada disso, pode pegar a vassoura e junto com ela a pá de lixo - sorriu satisfeita.
- Você acha mesmo que eu vou limpar?
- Vai sim, essa casa está imunda.
- Meu amor, depois eu pago uma faxineira. Não é o fim do mundo.
- Ok, ok - deixou ele - vamos falar de algo sério agora.
- Pode me dizer - encarou a loira sorrindo.
- Eu peguei o telefone da decoradora de bolos, ela me deu uma lista de sabores.
- Certo, e?
- Nós podíamos pegar amanhã, não podíamos?
- É, podíamos - deu de ombros - e o seu vestido?
- O que tem?
- Você já escolheu em qual costureira quer fazer?
- Micael, pera aí - se ajeitou no sofá - você quer que eu faça meu vestido, quer dizer...
- Sim, quero que você invente um vestido e peça a costureira. Não quero minha mulher usando trajes passados por outras, quero que seja épico e marcante.
Épico e marcante, foram as palavras de Micael ao dizer sobre a prova de vestidos de Sophia, a loira ficou boquiaberta com a reação do noivo.
Iria ser épico e muito marcante, um casamento inesquecível.
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As Sessões - The Sessions
RomanceRodeada de amigos, Sophia era a mais popular do grupo da faculdade. Em um acidente fatal acaba perdendo o movimento do corpo, tudo que precisava era de um doador para ter seus movimentos de volta, e um fisioterapeuta que cuidasse o máximo. Mal sabi...