Capítulo 59

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O dia seguinte chegou, Micael e Ethan carregaram os carros, a conversa com Sophia não foi nada bem e então decidiram ir embora. Karen ficou com a loira lá dentro enquanto os homens decidiam o que fazer.

- Eu sinto muito por vocês terem brigado - Ethan lamentou.

- Não brigamos, só conversamos - deu de ombros abaixando o porta malas do carro.

- Mulher é um bicho complicado - respirou fundo - eu quem...

- Olha Ethan, todo mundo já sabe que você está transando com a Karen, mas não me de lição de moral, por favor - o moreno cerrou os olhos - chame as meninas, vamos embora.

- Não precisa, nós já chegamos - Karen apareceu na varanda com Sophia.

Sophia pediu pra que fosse com Karen na caminhonete, Micael foi no carro de Ethan até a casa de Sophia. Um caminho longo e sem falas, já estavam cansados.

- Chegamos - o amigo desligou o veículo.

- Abra o porta malas pra mim - o moreno desceu do carro dando a volta. Viu Karen se aproximar.

- Micael!

- Oi - encarou a loira.

- Pode ir pra casa hoje, tá?

- Por que?

- Sophia quer ficar comigo um pouco, sozinha - engoliu seco.

- Então é isso que ela quer? - umedeceu os lábios.

- Ela não quer nada, ela só está sentida com tudo que aconteceu - disse calma - vai ser melhor você ir pra casa hoje.

- Tudo bem - abaixou o porta malas - avisa a ela que não vamos chegar a lugar nenhum desse jeito, o meu profissionalismo em primeiro lugar.

- Deveria ter dito isso quando olhou pra ela com outros olhos - Karen mordeu os lábios e saiu andando.

- Deixa, eu levo isso pra ela - Ethan pegou as duas malas indo até a porta da casa. Micael optou por esperar em seu carro.

Foram pra casa do moreno, Ethan tinha passado no mercado antes e comprado algumas cervejas, a mágoa tinha que surgir por algum lugar.

- Você vai ficar bolado? - o amigo se jogou no sofá de Micael.

- Eu não estou bolado - pegou uma cerveja da sacola.

- Está sim.

- Estou não - abriu a garrafa na blusa.

- Está sim, e ponto - Ethan encarou Micael - ela é mulher, isso passa.

- Acontece que ela não sabe decifrar essa porra - foi sua vez de se jogar no sofá - ela só quer o conto de fadas.

- Você usou ela - isso deixava Micael puto.

- Não usei porra nenhuma, eu cuido dela e me apaixonei. A gente não escolhe com quem se apaixona.

- Certo, e ela estava crente que vocês tinham algo.

- A gente nunca falou sobre romance, ela é precipitada.

- Cara, apaga isso da sua boca. Esta fodido se falar que ela é precipitada.

- Você tinha que abrir a boca e me foder também.

- Você se fodeu sozinho, eu não ajudei em nada.

- Ah claro, você nunca ajuda - revirou os olhos.

- Isso vai passar, Sophia é fácil.

- O que quer dizer com isso? - seu olhar tinha mudado.

- Quero dizer que ela vai te perdoar, afinal Karen não pode ficar o tempo todo cuidando dela.

- Quer saber? Que se foda - terminou de beber e levantou-se.

- Onde você vai? - viu o moreno vestir sua jaqueta de couro.

- Beber.

- Estamos bebendo.

- No bar.

- Posso ir?

- Não, Karen não vai gostar de saber.

- Porra, que bar você vai?

- Um em que crianças não podem frequentar - pegou sua carteira e a chave do carro, saiu deixando Ethan sozinho no apartamento.

Ainda era tarde quando Micael decidiu procurar um bar pra se embebedar. Olhou todos pela janela do carro, nenhum que o atraísse, que tinha o cheiro que ele queria. Os bares populares abririam depois das seis, encarou o relógio do carro, quatro e meia passada, sua barriga roncou, era a fome.

- Merda, aguenta aí - dirigiu até o drive thru pedindo um lanche, optou por comer no carro mesmo.

Esperou encarando o relógio do carro impaciente, deveria ter escutado as merdas de Ethan em seu sofá, não seria tão tedioso. Ligou o carro procurando um lugar pra estacionar, a cidade já estava ficando cheia.

Micael escolheu um bar cult onde ia com a galera da faculdade, sentou no balcão encarando as pessoas que chegavam.

- Ei, aqui - chamou o barman - eu quero um uísque, dois cubos de gelo.

- Com soda? - o barman pegou um copo.

- Não - esperou o cara fazer seu drink - valeu.

Encarou o copo com o líquido dentro, desceu goela a baixo, aquilo queimou sua garganta, sua alma pediu ajuda por isso. Ele não estava ligando, queria se perder ali, sozinho.

- Oi, aqui - a moça de cabelos amendoados e sorriso perfeito sentou-se ao lado de Micael deixando a bolsa no balcão. Óbvio que estava chamando o barman - eu quero uma caipirinha, com várias vodcas misturadas - sorriu um pouco nervosa.

- Pode deixar - a voz do barman ecoou enquanto tirava o copo pra fazer o drink. Ela se ajeitou no banco alto trazendo a bolsa mais perto de si - aqui está.

- Obrigada - pegou o copo gelado misturando o canudinho.

O uísque de Micael tinha acabado, mas parecia que a garrafa estava na sua frente, bebendo caipirinha enquanto misturava os canudos.

Estava vendo o paraíso.

As Sessões - The SessionsOnde histórias criam vida. Descubra agora