- Tio, estou indo bem? - a menininha de cabelos ondulados e dourados nas pontas sorriu a Micael enquanto escorava na barra no canto da parede.
- Está sim, indo ótimo - incentivou sorrindo à garota que deu mais alguns passos.
Micael ajudou a mesma praticando sua perna pela leve lesão que teve, assim indicava o laudo que estava em sua mesa.
- Pronto, terminamos por hoje - deixou ela se recompor - você foi muito bem, vai até ganhar um chocolate.
- Tio, você guarda chocolate aqui? - os olhinhos brilharam, o moreno achou graça.
- Eu guardo na minha outra sala - brincou com a menina.
- Eu queria guardar chocolate no meu quarto mas minha mamãe ia brigar comigo - encarou os dedinhos e as unhas pintadas de rosa claro.
- Eu escondia muito da minha mãe - cruzou - mas você deve obedecer a sua.
- Tá bom - fez uma voz engraçada fazendo Micael rir mais.
A menininha encarou o mesmo enquanto verificava seu celular, sorriu ao escrever uma mensagem rápida e sair com ela até sua sala oficial. Ela sentou-se e viu Micael sentar na sua.
- Sua mãe deve chegar daqui a - encarou o visor - alguns minutos.
- Alguns minutos demoram, tio? - era tão engraçadinha.
- Não demoram não - sorriu buscando um papel especializado - você está sentindo dor na perna? Acredito que sim.
- Um pouco - balançou as mesmas.
Ele riu.
- Tio, quem é essa? - apontou ao porta retrato em cima da mesa onde continha ele com Sophia, abraçados.
- Minha noiva - sorriu ainda mais - você achou ela bonita?
- Ela parece uma boneca - se encantou com a face do Sophia.
- Parece sim - sorriram - ela está grávida.
- Grávida?
- Sim, a cegonha trouxe um bebê a gente.
- Você pediu pra cegonha? - ficou boquiaberta.
- Pedi, e ela trouxe.
- Como você pediu, tio? Ela tem email?
- Não, ela não tem email - achou graça rindo leve.
- Tio, para de rir - encarou as mãozinhas mais uma vez - é sério!
- Você faz uma pequena promessa a cegonha é assim ela vem, depois de algum tempo.
- E que promessa é essa, tio?
Crianças...
- Uma promessa - encarou os papéis assinando algumas partes - prontinho.
- O que é isso? - virou a cabeça tentando distinguir a letra de Micael.
- Seu papel, sua mãe vai assinar pra mim bem aqui - apontou onde continha um x.
- Por que ela assina aí? - franziu a sobrancelha. Era tão bonitinha.
- Porque é um documento, ela assina aqui e você não precisa fazer aquela prova chata na escola porque faltou.
- Tio, pode dar várias dessas pra minha mãe assinar - Micael riu.
- Você é muito danadinha - terminou de rir.
- Tio, você sabia que eu tenho um cachorro?
- Você tem?
- Tenho, ele lambe meus dedos - foi a vez dela rir docemente - minha mamãe fala que ele me ama.
- Deve amar sim, tenho certeza.
Escutaram batidas na porta.
- Borges? A mãe dela está aí.
- Bom mocinha, eu vou te liberar - saiu da sua cadeira pegando a menininha no colo junto com os papéis que eram necessários a assinar.
Entraram no elevador, conversavam sobre coisas aleatórias até chegarem no térreo onde a mãe da menina a esperava, sorriu ao ver Micael com sua filha no colo.
- Aqui está, sua encomenda - entregou a menininha que sorriu.
- Ela deu muito trabalho?
- Que nada, ela é sossegada - colocou as mãos no jaleco - esse aqui é um papel de compensação, você pode assinar em casa e me trazer na próxima consulta dela, que está aqui - apontou a data marcada.
- Ok, muito obrigada Doutor Borges.
- Não tem o que agradecer, e tchau boneca. Te vejo semana que vem.
- Tchau, tio - acenou a ele enquanto a mãe andava até a porta do hospital.
Micael sorriu feito bobo, como podia gostar de crianças.
Deu meia volta mas se deparou com Ethan descendo do elevador, tinha uma prancheta nas mãos.
- Fala, Cinderela.
- Trabalhando muito? - apontou para a prancheta.
- Nem tanto, e você? Aquela menininha te ama.
- Ela é uma gracinha - sorriu.
- Bom, quer tomar um café? Eu tenho alguns minutos sobrando.
- Faço de tudo pra não cuidar disso aqui - o moreno riu.
E lá foram os dois furar mais um pouco de tempo.
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As Sessões - The Sessions
RomantizmRodeada de amigos, Sophia era a mais popular do grupo da faculdade. Em um acidente fatal acaba perdendo o movimento do corpo, tudo que precisava era de um doador para ter seus movimentos de volta, e um fisioterapeuta que cuidasse o máximo. Mal sabi...