Lá estava Sophia no banheiro, sentada com as pernas abertas na tampa do sanitário, sem calcinha, tinha o indicador roçando em sua intimidade não aguentando aquela agonia, franziu o cenho e abriu os lábios se aliviando, aquilo estava a matando.
Voltou o dedo olhando a pele, uma gotícula de sangue desenhou o local, Sophia ficou pasma. Se entortou até o gabinete pegando um pequeno espelho, centrou no meio das pernas e verificou.
O tesão estava saindo caro. Estava machucada.
Balançou a cabeça mas não ligou, apenas pegou um absorvente diário no gabinete arrumando na calcinha, vestiu-se e saiu do cômodo.
- O que estava fazendo? - Micael a parou no corredor, estava sem blusa, apenas com uma calça jeans e o cinto frouxo. Cruzou os braços.
- No banheiro, oras - riu incrédula - me especulando até aí, que horror.
- Desculpe, eu pensei que estivesse acontecido alguma coisa.
- Por minutos pensei que estivesse querendo cheirar - olhou com graça ao namorado que mostrou a língua.
Sophia riu.
Andou com dificuldade o corredor, Micael prestou a atenção.
- Você está bem? - o tom de preocupação era alto.
- Estou sim, são só alguns cortes - engoliu seco, ele queria se matar por isso.
- Eu vou na farmácia comprar alguma pomada pra aliviar.
- Não precisa - o parou - eu estou bem, é como se fosse uma assadura.
- Você está sentindo alguma coisa? - cruzou os braços.
Sophia entendeu a tática da pergunta, não tinha mais vergonha de Micael, não poderia esconder se não ele descobriria, o negócio era contar.
- Estava me masturbando - piscou os olhos azuis em transe - e sangrei.
- Muito?
- Bem pouco, coloquei um absorvente - encarou o chão fugindo do assunto.
- Eu sinto...
- Está tudo bem, conversamos sobre isso. O que fica no quarto é restrito - sorriu leve.
- É, restrito - coçou a nuca - Karen ligou enquanto estava no banheiro.
- O que ela queria? - andaram até a cozinha.
- Perguntar, saber se você estava bem.
- E o que você disse? - pegou uma banana a descascando.
- Disse que você estava - disse óbvio - quer visitá-la?
- Não sei, parece uma boa ideia?
- Você é quem sabe - cruzou os braços novamente - se quiser, estou disponível.
- Acho melhor não, ela quer descansar um pouco da viagem - terminou de comer - eu estava pensando em outra coisa.
- Que coisa? - arqueou a sobrancelha.
- Podíamos ir no seu apartamento, não sei. Essa casa está me dando um tédio - escondeu os ombros.
- Tédio? - achou graça.
- Sim, a gente fica aqui o dia todo.
- Você está diferente - Micael tinha uma cara engraçada.
- Como assim?
- Não sei, esta estranha, de um jeito bom.
- Onde você quer chegar? - sorriu.
- Já sei, está com cólica?
- O QUE? - Sophia morreu de rir.
- Está ansiosa pra alguma coisa?
- Não - cruzou os braços.
- Você achou alguma coisa antiga e agora está feliz?
- Não, não e não - riu - você é doidinho mesmo - andou até o moreno beijando seus lábios.
- Você que está diferente.
- Eu só quero sair pra algum lugar, o que você acha?
- E você quer ir pro meu apartamento? - semicerrou os olhos.
- Uma boa opção, parece que você não gosta de me levar lá.
- E quem disse uma besteira dessas?
- Eu - riu, Micael a abraçou.
- Você é muito boba, meu Deus - eles riram após os beijos apaixonados.
- Aprendi com o melhor.
- Hum, então está bem - sorriu - vou te levar no meu apartamento, mas com uma condição.
- Qual? - umedeceu os lábios.
- Vamos fazer uma brincadeira.
- Me conta - estava muito curiosa.
- Eu vou ir no meu apartamento e te deixar aqui, quero que se arrume e tente ficar mais linda do que já é - ela sorriu.
- O que você vai aprontar?
- Vamos fingir que esse é o nosso primeiro encontro, como em um site de relacionamentos.
- Safado - bateu de leve nos ombros do namorado.
- Você topa?
- Com certeza - o beijou - me pegue ás sete e meia.
- Combinado, sete e meia.
Tinham um encontro, ás sete e meia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As Sessões - The Sessions
RomanceRodeada de amigos, Sophia era a mais popular do grupo da faculdade. Em um acidente fatal acaba perdendo o movimento do corpo, tudo que precisava era de um doador para ter seus movimentos de volta, e um fisioterapeuta que cuidasse o máximo. Mal sabi...