Sophia acordou de manhã com o barulho do mar entrando pela janela, se remexeu nos lençóis ainda com preguiça e sorriu, que lugar maravilhoso.
Abriu os olhos azuis procurando por Micael que não estava na cama, apoiou o corpo nos braços e viu o moreno sentado na mesa que tinha no canto do quarto, olhava a loira dormir tranquilamente.
- Bom dia - sorriu.
- Bom dia - sorriu - por que você acorda tão cedo? - deixou a cabeça cair no travesseiro.
- Um hábito que você vai se acostumar - levantou-se.
- Eu não quero sair daqui - disse ainda com preguiça.
- E vai perder esse dia maravilhoso? - achou graça da noiva se cobrindo nos lençóis.
- A cama está gostosa - chamou Micael - você pode vir.
- Amor, eu preciso conversar uma coisa séria com você - sentou na beirada da cama, Sophia sentou-se também.
- Aconteceu alguma coisa? - franziu a sobrancelha.
- Eu estava esperando você ter uma melhora no processo de andar e tudo mais - encarou o lençol achando um novo de dizer.
- E o que? - queria muito saber.
- Não conseguimos fazer sexo por conta da sua paralização - engoliu seco - então eu tomei uma medida drástica que talvez você não goste muito.
Sophia tinha os olhos azuis bem concentrados em Micael.
- E essa medida drástica seria?
- Sadomasoquismo - encarou a loira bem sério.
- Sadomasoquismo? Você é masoquista desde quando?
- Desde uns meses pra trás - respirou fundo - quando você ainda estava na cadeira de rodas, eu planejei tudo. Comprei os objetos, comprei o livro, tive aulas preparatórias.
- E por que não me disse?
- Eu não queria que você reagisse desse jeito.
- Você queria que eu reagisse como? - perguntou um pouco óbvia.
- Eu não sei - bufou - estou explicando a situação pra você.
- Ok, e você vai me espancar até sentir um absurdo de prazer?
- Não é assim também - explicou - não vou te prender em correntes, nada disso. Vai ser uma coisa diferente.
- Isso vai me ajudar em alguma coisa?
- Vai te ajudar a ter a sensibilidade de volta - pausou - isso vai ser bom, vai ser ótimo.
Sophia respirou fundo tentando processar.
- Se for assim, tudo bem - assentiu - e quando vamos começar?
Rápida.
- Você quer começar por agora?
- Quero - disse com toda a certeza do mundo.
- Assim que chegarmos eu vou preparar as coisas, mas não quero que conte a Karen, isso é um segredo nosso - sorriu - um segredo íntimo.
- Combinado - pegou nas mãos do noivo.
- E quero que você não fique nervosa e nem constrangida.
- Acho que não tem como ficar mais - encolheu os ombros.
- Vai dar tudo certo - sorriu - agora me da um beijo de bom dia, que eu estou com muita saudade.
- Nada disso - se esquivou - eu preciso escovar meus dentes, depois eu posso até pensar.
- Até pensar? - perguntou cheio de graça.
Sophia saiu da cama indo ao banheiro, encostou a porta e fez suas higienes matinais.
Micael esperou a loira arrumando a mesa do café que já tinha chegado, colocou algumas frutas que estava no carrinho metalizado e mais outras coisas.
Sophia saiu do banheiro depois de alguns minutos, beijou Micael e sentou-se com ele pra tomar café.
- Vamos embora amanhã já - se queixou.
- Já ficamos tempo demais, a conta do Ethan vai explodir - riu.
- Ninguém mandou ele bancar tudo.
- Karen deve ter ajudado.
- Ou não, Ethan tem um trabalho bom agora - colocou um pouco de suco em seu copo.
- É, também.
- Falando em trabalho, você falou com o Doutor Price?
- Ainda não.
- Mas você vai falar, não vai?
- Eu ainda não sei, eu preciso ver.
- Meu amor, eu acho muito melhor você ir falar com ele, Micael o hospital é ótimo, você vai ter um consultório seu.
- É, mas e você? Como fica?
- Fico em casa, como sempre fiquei - sorriu - te esperando, eu posso te fazer uma massagem quando você chegar.
- Fala mais - se interessou sorrindo junto com Sophia.
- A gente pode transar na cozinha enquanto o jantar fica pronto - sussurrou - e depois tomamos banho juntos, bem juntos mesmo.
- Eu te amo - sorriram.
- Eu também te amo.
No amor e na malícia, sempre.
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As Sessões - The Sessions
RomanceRodeada de amigos, Sophia era a mais popular do grupo da faculdade. Em um acidente fatal acaba perdendo o movimento do corpo, tudo que precisava era de um doador para ter seus movimentos de volta, e um fisioterapeuta que cuidasse o máximo. Mal sabi...