- Bem me quer, mau me quer. Bem me quer, mau me quer - Karen tirou as pétalas de uma florzinha.
- O mau te quer mesmo, Karen - Sophia voltou a olhar os cabides - que tal esse?
- Cafona!
- Não é não - bateu os pés - essa saia é maravilhosa, junto com aquele tênis.
- Você é muito cafona, eu vim aqui procurar vestidos.
- Podemos levar esse - tirou um vestido estilo cigana, vermelho com detalhes - e você pode usar com aquele meu salto.
- Eu quero sair com meu marido, e não assustar ele.
- Você é muito idiota de verdade, eu desisto - deixou o vestido na arara novamente.
- Onde vamos agora?
- Eu realmente não sei, você rejeitou todas as lojas de roupas que nós fomos.
- Foi uma péssima ideia ter te levado comigo.
- Idem - Sophia revirou os olhos - eu vou no hospital.
- Está doente?
- Vou ver O MEU marido, se você quiser ir pelada ao seu encontro, pode ir. Eu realmente não ligo - cruzou os braços feito uma menina mimada.
- É sério isso?
- Foi você que começou - deu de ombros.
- Eu falo com você depois, tem certeza que vai ao hospital?
- Tenho - disse firme - nos falamos depois, até mais.
Sophia apenas disse que ia pois o hospital não era tão longe, duas quadras e já conseguia ver o edifício enorme e totalmente luxuoso. Entrou pela porta automática indo direto ao elevador quando foi barrada.
- Senhora, por favor, sua identificação - a recepcionista a parou.
- Eu quero ver o meu noivo - sorriu falsa.
- Ele está internado em alguma ala? Pode me dizer, eu consigo encontrar no sistema.
- Meu noivo é o doutor Borges - era tão agradável dizer aquilo em alto e bom som.
- Ah claro - ela pegou o telefone, apertou alguns números - pode subir.
- Obrigada - sorriu falsa novamente e foi em direção ao elevador, só queria entrar na sala de Micael e vê-lo, já sentia saudade.
As cenas da noite passada formaram em sua mente, como conseguia ser daquele jeito, era maravilhoso. Sophia parou com os pensamentos obscenos antes que chegasse molhada até a sala do noivo.
Abriu a porta com tudo dando de cara com Gab.
Mas que Diabo, o que ela tanto fazia naquele hospital?
- Sophia, oi - ela sorriu - que bom ver você.
A loira teve a cara fechada.
- Gab, será que podemos conversar lá fora? Queria te perguntar algo sério - sorriu falsa, a mesma acreditou. Foram as duas pra fora deixando Micael confuso.
Ele nem ia se atrever a ir pra fora também.
- Algo de errado? - Gab apareceu ser tão atenciosa.
- Ô garota, para com esse tipinho que pra mim não cola - disse dura.
- Tipinho?
- O que você tanto faz no consultório do meu noivo? Você está dando pra ele?
Gab gargalhou.
- Dando? Sophia, pelo amor de Deus. Eu sou casada e estou grávida, pelo que deu pra ver.
- Grávida fica doidinha pra dar, experiência própria - arqueou a sobrancelha - aí meu Deus.
- Você está grávida? - Gab se chocou.
- Não, não é isso.
- É sim, você está grávida.
- Que saco, merda, porra - se xingou - não quero que espalhe a ninguém, e também não quero você aqui de papinho com ele, escutou? O cara é um tesão, eu sei, mas o dono da minha boceta é ele, e eu sou a dona do pau dele, que fique bem claro.
- Ficou super claro, eu também sou dona de um pau, que de preferência está todo arrebentado, por isso ando vindo muito aqui falar com Micael.
- O que? - Sophia realmente não entendeu.
- Meu marido sofreu um acidente doméstico, sentiu dores na coluna e tudo mais, Micael como fisioterapeuta pegou o caso dele, meu marido vai muito bem, bom remarcar a consulta dele já que está trabalhando.
- Puta merda - é Sophia, pra que paranóias não é mesmo?
- Complicado, mas entendo seu ciúme.
- Me desculpa, eu - coçou a nuca - ando tão brava e quero descontar...
- Hormônios, normal - ela riu - que tal tomarmos um café pra finalmente selarmos a nossa paz? Afinal, vamos ser mães e somos maduras pra isso. Vamos ter um bebê mamando em nossos seios daqui a sete meses - Gab riu e Sophia não se conteve rindo também.
- Tudo bem, eu aceito - sorriram.
Selando as pazes, era o que Gab queria.
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As Sessões - The Sessions
RomantizmRodeada de amigos, Sophia era a mais popular do grupo da faculdade. Em um acidente fatal acaba perdendo o movimento do corpo, tudo que precisava era de um doador para ter seus movimentos de volta, e um fisioterapeuta que cuidasse o máximo. Mal sabi...