Capítulo 155

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No dia seguinte os dois acordaram mais cedo, Micael tinha comprado algumas latas de tinta decretando que iria acabar com as faixas de ursinhos em tom azul claro. Sophia colocou uma roupa mais simples já que a ajuda seria dobrada. Saíram de casa indo até a casa de Karen e Ethan, aquilo doeu muito mais a eles, iriam estragar algo inocente.

Mas era por puro bem.

- Você quer comer alguma coisa? - Sophia passou a chave na porta vendo o noivo entrar no quarto do bebê.

- Não, acabamos de tomar café - quer dizer, Sophia tinha acabado de tomar café, Micael não conseguiu comer.

- Se estiver com fome... - sorriu doce ao noivo que fez o mesmo.

Entraram ao quarto, Sophia sentiu um desconforto no estômago.

- Vamos começar com... - o moreno olhou as paredes - os enfeites, o que acha?

- Podemos tirar as prateleiras primeiro, não são fixadas com pregos - mostrou a Micael colocando as mãos, tirou uma com facilidade pegando um carrinho que ficava em cima, decorando o quarto.

- Ótimo, e depois tiramos as faixas - pausou - e passamos a cor parda, vai ficar uma sala boa pra um pequeno escritório.

- Isso é errado demais, Micael.

- Ethan não queria voltar pra cá, achei que fosse melhor ele e Karen não encarar essa dor, vai ser difícil mas vão conseguir.

- Por um lado você tem razão - pensou - bom, então eu vou juntar as coisas dentro do guarda roupa e colocar em algum saco de doações, você tira as prateleiras e as faixas pra começar a pintar.

- Ok - assentiram, estavam se saindo uma bela dupla.

Micael tirou a blusa vendo que o clima dentro do quarto começava com o calor puro, Sophia buscou um saco grande indo até o guarda roupa do bebê que estava lotado de itens, pacotes de fralda, roupas, lenços, sapatinhos e mais algumas coisas. Pegou um sapatinho bem pequeno enfiando os dedos lá dentro, seu coração palpitou, era demais a ela.

Por um milésimo de segundo pensou na possibilidade de alguns pezinhos com genes seus e de Micael preencherem ali, foi mágico. Visualizou o rosto do neném e até os bracinhos com cheirinho de colônia. Riu consigo mesma, seu coração amolecia.

- Algum problema aí? - tomou um susto com a fala de Micael.

- Nada, eu só estava... - colocou os sapatos dentro do saco - verificando, vai ser uma boa doação.

- Vai ser sim - voltou a tirar as faixas.

É claro que ele tinha visto Sophia viajar na onda dos sapatinhos, mas decidiu ficar quieto, se entrasse nessa conversa seria outra discussão.

Mas como ele não se aguentava quieto...

- Amor - a chamou tirando sua atenção.

- Sim?

- Não querendo aproveitar a situação mas - arrumou a escada - eu vi você, com os sapatinhos - coçou o maxilar.

- Ah, você viu? - ficou envergonhada.

- Vi sim - pausou - o que acha de colocarmos um desse futuramente em algum guarda roupa?

- Não - disse fria.

- Por que não? - iria comprar briga.

- Eu já disse a você que não, e não quero entrar nesse assunto de novo.

- Você não quer ter filhos agora ou aprontou alguma coisa que não queira me contar?

- Micael, tire essa ideia estúpida de que fiz um aborto. Eu posso até ter transado com mulheres mas abortar, jamais.

Ele ficou tranquilo.

- Então, vamos ter um filho!

- Não, eu já disse que não - guardou as fraldas - você não consegue me respeitar?

- Te respeitar? Sophia, é apenas um bebê. Eu amo você, você me ama, está tudo certo.

- Eu não vou engravidar a essa altura do campeonato, Micael - estava brava - minha amiga acabou de perder o seu bebê, você acha que vou aparecer grávida na frente dela? Ficou doente?

Usou a situação de Karen pra dizer mais uma vez que não queria ter filhos.

- Eu não tinha pensado nisso.

- Pois pense antes de querer fazer um - respirou fundo tentando se acalmar.

Continuaram seus trabalhos, em silêncio claro.

Sophia passou a tarde inteira empacotando outras coisas, retirou todos os objetos possíveis que fossem desmontáveis. Micael pintou as paredes em um tom pardo, muito bonito. Desmontaram berço, cômoda, e até mesmo o guarda roupa, colocaram nas caixas novamente.

Iniciaram um novo ambiente. Cadeira de escritório, uma mesa, um computador para Ethan agendar seus trabalhos, bloco de notas, entre outras coisas. Sophia decorou mais um pouco o local, se alguém entrasse ali ninguém diria que foi um quarto de bebê.

Terminaram tarde o trabalho mas estava indecifrável ali, tudo novo e sem vestígios com coisas de bebês, fizeram um ótimo trabalho em dupla.

- Vá em paz, pequeno bebê - Micael silabou após tirar a placa da porta que era uma cegonha com o bebê. Era muito triste.

Saíram pensando o que iriam fazer com aquelas coisas no dia seguinte, entregando a doação.

Vá em paz, pequeno bebê.

As Sessões - The SessionsOnde histórias criam vida. Descubra agora