As Sessões - The Sessions

Capítulo 178

- Transtorno de depressão? - Karen terminou de beber seu café.

- É, foi difícil ter contado a ela - Micael remexeu em sua xícara - você sabia disso?

- Eu sabia que ela sofria um pouco, mas não assim.

- Sophia precisa de cuidados especiais.

- Cuidados especiais? Um manicômio?

- Karen, também não é pra tanto.

- Você dizendo isso só consigo pensar nessa opção.

- Ela precisa amar mais o mundo, entende? Se amar, não fazer teorias na cabeça.

- Onde ela está agora?

- Em casa, passei antes de vir aqui - pausou - vai ficar brava se eu pedir esse favor?

- Claro que não, eu sei domar Sophia muito bem, somos irmãs - sorriu doce.

- Ótimo, não quero que ela fique tão sozinha.

- Ethan te contou?

- O que?

- Consegui a reunião com o grupo de adoção, eles vão ver a nossa casa semana que vem.

- Que maravilha, Karen - Micael sorriu - isso é muito bom, de verdade.

- Sim, eu deixei tudo arrumado pra eles não terem nenhuma desconfiança. Não tem nada obscuro aqui, eu quero essa criança comigo, eu e Ethan seremos ótimos pais.

- Tenho certeza que vão - o celular do moreno tocou desesperadamente.

- Problemas?

- Sophia Abrahão, conhece? - encarou o visor atendendo em seguida - oi, aconteceu alguma coisa? - pausou - ok, eu vou comprar. Até mais, eu te amo.

- Tudo bem com ela?

- Tudo sim, ela queria uma pasta de amendoim - deu de ombros, se falasse mais iria dizer a Karen - bom, preciso ir. Obrigado mais uma vez por tudo.

- Que isso! Não tem que agradecer, você sabe que faço o que posso pra ajudar Sophia.

- Sei sim - sorriram - boa sorte na adoção, vai dar tudo certo.

- Obrigada, boa sorte pra você também - a loira levou Micael até a porta que entrou em seu carro, ligou o veículo indo até o mercado.

Pasta de amendoim, o famoso desejo de grávida começava a aparecer. Micael foi até o mercado mais próximo da casa de Sophia, assim o caminho seria mais curto, procurou a pasta de amendoim pegando o pote mais cheio, foi ao caixa passando apenas aquela compra, se ligasse novamente pedindo por mais coisa iria tacar algo na cabeça da noiva, estava doido pra ir pra casa.

Entrou novamente no carro indo até em casa, sabia que isso estava prestes a acontecer. E realmente aconteceu.

- Sophia? - fechou a porta, deixou a sacola em cima da mesa e procurou pela mesma - Sophia?

Nada de respostas.

- Sophia? - chamou mais uma vez andando pelos cômodos, viu a porta do banheiro entreaberta - diabos! Por que não me responde? - encarou a loira de olhos fechados dentro da banheira, a espuma cobria seu corpo por inteiro.

- Eu não vi você chegar - justificou-se.

- Jura? Se tivesse de olhos abertos talvez viria.

- Por que você está tão estressado? - não tinha aberto os olhos ainda.

- Você acha que eu estou estressado? - estava sim.

- Uhum, o seu tom de estresse me deixa muito arrependida.

- Arrependida?

- Sim! - dobrou os joelhos aparecendo fora d'água.

- Tudo bem, meu amor - disse com a voz um pouco calma - está bom assim?

- Não precisa forçar - disse calma - você trouxe minha pasta de amendoim?

- Trouxe - sentou-se na beirada da banheira vendo sua noiva ali, totalmente calma, em sincronia com alguma coisa.

- Que ótimo - sorriu - eu vi em uma revista que precisamos relaxar, ainda mais na gravidez. É difícil mas precisamos.

- E você tomou essa iniciativa quando?

- Quando você me disse que eu tenho transtorno de depressão, eu pesquisei sobre isso - pausou - mas não quero falar desse assunto, eu quero falar do bebê.

- Você quer falar do bebê?

- Eu quero, você não quer? - respirou fundo.

- Claro que eu quero, vamos falar do bebê.

- Então, eu relaxei aqui dentro justamente pra conhecer o meu bebê - tocou seu ventre - e conversar com ele.

- Você conversou com o bebê?

- Conversei, ele gosta da minha voz - sorriu.

- Ele ama você, assim como eu e você amamos ele.

- É sim - sorriu ainda mais - quero que você cuide de mim, me faça relaxar.

- Te fazer relaxar?

- É, me faça relaxar - repetiu.

Iria dar um jeito de fazer Sophia relaxar.