Capítulo 184

436 19 0
                                    

Micael estava nervoso andando pelos corredores, o hospital vazio como sempre naquele turno, só queria saber se seu filho e Sophia estavam bem.

- Borges? - a obstetra saiu de sua sala o chamando.

Nem esperou, foi correndo até ela.

- Como é que ela está? Eles estão bem? Eu quero ver a Sophia.

- Calma, calma - pausou - uma pergunta de cada vez.

- Eu quero saber onde ela está.

- Está na minha sala, ela chorou muito, eu disse a ela que aquele sangramento é por conta de esforço que ela está fazendo.

- Esforço?

- Algo que ela anda fazendo quando você não está em casa, se fosse por conta do sexo eu diria logo. Ela me disse que vocês são ativos.

- Menos mal - encarou os lados.

- Só tome cuidado, por favor. Eu sei que Sophia teve problemas durante a paralisação.

- Eu vou alertar ela, pode deixar - respirou fundo.

- Vou encaminhar os exames dela pra sua sala, pode entrar lá e vê-la.

O moreno foi até a sala da obstetra vendo Sophia sentada na maca esterilizada, chorava quieta com a mão na barriga.

- Ei, ei - ele a abraçou.

- Eu sinto muito, eu sinto muito mesmo - secou as lágrimas.

- Que esforço você anda fazendo?

- Você sabe que eu desenho meus croquis, esses dias mudei o posicionamento do quarto novamente, e peguei algumas caixas.

- Pegando caixas de novo Sophia? - ficou bravo - sabe que não pode, é muito peso pra você.

- Mas...

- É por isso que você sangra - cerrou os olhos - meu amor, não pode.

- Tá, eu sei que não pode mas quem iria me ajudar?

- Você podia me esperar, sabe disso - bufou.

- Para de brigar comigo - encolheu os ombros.

- Paro, mas me prometa que não vai fazer isso de novo.

- Eu prometo - pegou nas mãos de Micael.

- Fico mais tranquilo - deu meio sorriso - não está sentindo dor?

- Não, eu estou bem. Foi um grande susto.

- Vamos embora, você precisa descansar - sorriu acolhedor. Ajudou Sophia a descer da maca e saíram da sala, a obstetra os encontrou no corredor e disse mais algumas coisas a Sophia, estava advertida de tudo.

Finalmente iriam pra casa.

- Preciso dar algo pra você comer - Micael colocou Sophia na cama.

- Eu não quero nada.

- Precisa sim, o pior é que nem terminei o jantar - disse meio triste.

- Eu não quero comer meu amor, estou bem - respirou fundo com a mão em seu ventre - quando você vai crescer?

Micael ficou quieto.

- Daqui a alguns meses, ele está bem.

- É, daqui a alguns meses.

- Vou arrumar algo pra você comer, eu já volto - saiu do quarto indo até a cozinha.

Que por sinal estava uma bagunça, panelas sujas na pia, colheres sujas, molho, tomate espalhado. Micael teve preguiça ao olhar aquilo tudo, deveria cancelar o nhoque e partir pra algo mais pratico, abriu o armário pegando um pacote de macarrão. Excelente, iria preparar rápido, assim Sophia não iria esperar tanto.

Colocou a água no fogo junto com óleo, esperou alguns minutos até que fervesse, colocou o macarrão e juntou o molho que tinha feito antes de Sophia passar mal. Ótimo, estava pronto.

Abriu a bandeja de café que tinham e colocou o prato de macarrão, junto com um copo de suco de uva.

- Amor, aqui está - entregou a bandeja a Sophia que se endireitou na cama.

- Não precisava disso, Micael.

- Precisava sim, você ia ficar com fome?

- Eu perdi a fome mesmo, depois do susto que eu tomei.

- Isso não vai se repetir de novo - sentou-se na cama - come vai, está gostoso.

- Só vou comer porque você fez - sorriu ao noivo que fez o mesmo.

Sophia pegou o garfo enrolando o macarrão, não podia negar, o cheiro era de dar água na boca.

- Onde você aprendeu a cozinhar tão bem?

- Eu tenho meus dotes - ela riu.

- Ah tem? - umedeceu os lábios.

- Sophia, vamos com calma - riu sem graça - acabamos de tomar um susto, vamos evitar outro.

- Eu não fiz nada demais.

- Mas íamos começar a fazer uma coisa bem pior.

- Você gosta!

- Eu amo, porém não quero arriscar - disse por fim - hoje não, tudo bem?

- Sobrou pro macarrão - Micael riu do comentário de Sophia.

É, tinha sobrado pro macarrão.

As Sessões - The SessionsOnde histórias criam vida. Descubra agora