Micael estava nervoso andando pelos corredores, o hospital vazio como sempre naquele turno, só queria saber se seu filho e Sophia estavam bem.
- Borges? - a obstetra saiu de sua sala o chamando.
Nem esperou, foi correndo até ela.
- Como é que ela está? Eles estão bem? Eu quero ver a Sophia.
- Calma, calma - pausou - uma pergunta de cada vez.
- Eu quero saber onde ela está.
- Está na minha sala, ela chorou muito, eu disse a ela que aquele sangramento é por conta de esforço que ela está fazendo.
- Esforço?
- Algo que ela anda fazendo quando você não está em casa, se fosse por conta do sexo eu diria logo. Ela me disse que vocês são ativos.
- Menos mal - encarou os lados.
- Só tome cuidado, por favor. Eu sei que Sophia teve problemas durante a paralisação.
- Eu vou alertar ela, pode deixar - respirou fundo.
- Vou encaminhar os exames dela pra sua sala, pode entrar lá e vê-la.
O moreno foi até a sala da obstetra vendo Sophia sentada na maca esterilizada, chorava quieta com a mão na barriga.
- Ei, ei - ele a abraçou.
- Eu sinto muito, eu sinto muito mesmo - secou as lágrimas.
- Que esforço você anda fazendo?
- Você sabe que eu desenho meus croquis, esses dias mudei o posicionamento do quarto novamente, e peguei algumas caixas.
- Pegando caixas de novo Sophia? - ficou bravo - sabe que não pode, é muito peso pra você.
- Mas...
- É por isso que você sangra - cerrou os olhos - meu amor, não pode.
- Tá, eu sei que não pode mas quem iria me ajudar?
- Você podia me esperar, sabe disso - bufou.
- Para de brigar comigo - encolheu os ombros.
- Paro, mas me prometa que não vai fazer isso de novo.
- Eu prometo - pegou nas mãos de Micael.
- Fico mais tranquilo - deu meio sorriso - não está sentindo dor?
- Não, eu estou bem. Foi um grande susto.
- Vamos embora, você precisa descansar - sorriu acolhedor. Ajudou Sophia a descer da maca e saíram da sala, a obstetra os encontrou no corredor e disse mais algumas coisas a Sophia, estava advertida de tudo.
Finalmente iriam pra casa.
- Preciso dar algo pra você comer - Micael colocou Sophia na cama.
- Eu não quero nada.
- Precisa sim, o pior é que nem terminei o jantar - disse meio triste.
- Eu não quero comer meu amor, estou bem - respirou fundo com a mão em seu ventre - quando você vai crescer?
Micael ficou quieto.
- Daqui a alguns meses, ele está bem.
- É, daqui a alguns meses.
- Vou arrumar algo pra você comer, eu já volto - saiu do quarto indo até a cozinha.
Que por sinal estava uma bagunça, panelas sujas na pia, colheres sujas, molho, tomate espalhado. Micael teve preguiça ao olhar aquilo tudo, deveria cancelar o nhoque e partir pra algo mais pratico, abriu o armário pegando um pacote de macarrão. Excelente, iria preparar rápido, assim Sophia não iria esperar tanto.
Colocou a água no fogo junto com óleo, esperou alguns minutos até que fervesse, colocou o macarrão e juntou o molho que tinha feito antes de Sophia passar mal. Ótimo, estava pronto.
Abriu a bandeja de café que tinham e colocou o prato de macarrão, junto com um copo de suco de uva.
- Amor, aqui está - entregou a bandeja a Sophia que se endireitou na cama.
- Não precisava disso, Micael.
- Precisava sim, você ia ficar com fome?
- Eu perdi a fome mesmo, depois do susto que eu tomei.
- Isso não vai se repetir de novo - sentou-se na cama - come vai, está gostoso.
- Só vou comer porque você fez - sorriu ao noivo que fez o mesmo.
Sophia pegou o garfo enrolando o macarrão, não podia negar, o cheiro era de dar água na boca.
- Onde você aprendeu a cozinhar tão bem?
- Eu tenho meus dotes - ela riu.
- Ah tem? - umedeceu os lábios.
- Sophia, vamos com calma - riu sem graça - acabamos de tomar um susto, vamos evitar outro.
- Eu não fiz nada demais.
- Mas íamos começar a fazer uma coisa bem pior.
- Você gosta!
- Eu amo, porém não quero arriscar - disse por fim - hoje não, tudo bem?
- Sobrou pro macarrão - Micael riu do comentário de Sophia.
É, tinha sobrado pro macarrão.
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As Sessões - The Sessions
RomanceRodeada de amigos, Sophia era a mais popular do grupo da faculdade. Em um acidente fatal acaba perdendo o movimento do corpo, tudo que precisava era de um doador para ter seus movimentos de volta, e um fisioterapeuta que cuidasse o máximo. Mal sabi...