Capítulo 24

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Micael saiu de seu banho bem mais relaxado, Ethan se encontrava cochilando e ele iria fazer o mesmo. Abriu sua mala, pegou uma cueca, sua bermuda de algodão e blusa regata, se espreguiçou e caiu na cama deixando o sono tomar conta.


- Bom dia, de verdade - escutou a voz de Ethan, abriu os olhos calmamente.

- O que é isso? - encarou o carrinho cheio de comida.

- Serviço de quarto - Ethan bebeu o suco.

- Me dá um pouco - Micael roubou o copo de Ethan que chiou, bebeu o suco do amigo.

- Ei, tem pra você na jarra.

- Foda-se - bebeu mais um pouco e entregou o copo vazio ao amigo.

- Vá se foder, agora vou ter que encher o meu copo.

- Ethan, você é muito veado - pegou uma maçã sentando na cama.

- Vai me falar com quem estava falando no telefone hoje de manhã?

- Você quer saber? - mastigou a maçã - eu liguei pra Karen, estávamos fazendo sexo pelo telefone, uma delícia.

Micael prendeu o riso enquanto Ethan encarava o amigo com toda a raiva do mundo, o sangue subindo.

- Eu sei que isso é mentira - engoliu seco ficando vermelho de raiva.

- Isso é bem opcional.

- Você é um puto, ainda vai me foder.

- Não do jeito que você quer - o moreno riu.

- Falando sério agora - pausou - o que vamos apresentar?

- Você disse que já tinha sua apresentação feita, não venha me perguntar isso.

- Porra, eu estou com medo.

- De que?

- De tudo der errado e eu virar um fracassado, ter que fazer a faculdade de novo.

- Faça de novo se isso acontecer - tinha terminado a maçã.

- Você fica me zoando mesmo.

- Eu fico, adoro te zoar.

- Idiota - revirou os olhos.

- Como você disse, temos três meses até planejarmos alguma coisa pra apresentar. Enquanto isso você pode comer meninas do Arizona e me deixar aqui sozinho.

- Você é um puta de um chato, isso sim.

- Eu, chato? Imagina - deitou-se na cama - só quero te deixar confortável.

- Me deixe então.

- Te dei um esporte muito legal e que você adora praticar.

- Vá se foder, Borges - Ethan se irritou - é por isso que não conseguimos ser uma dupla.

- Sua TPM atacou demais hoje não é, amor?

- Ah, quer saber? - Ethan buscou sua blusa e o par de chinelos - estou caindo fora, tchau.

Micael gargalhou quando Ethan bateu a porta furioso. Agora estava sozinho naquele espaço todo, encarou o relógio digital que tinha na cabeceira da cama, indicava uma hora da tarde em ponto. Achou o controle da TV e buscou alguns canais, optou pelo pior e o mais estranho de todos.

O pornô.

- Isso não tem um pingo de graça - tinha sim, quando ele queria.

Desligou a TV e dormiu novamente, seu sono estava dobrado.


- Oi, sumido - Micael brincou com Ethan quando o mesmo tinha voltado.

- Ainda estou bravo.

- Você bebeu?

- Um pouco, por que?

- Senti o cheiro de cachaça, bem de longe.

- Vá comer boceta e me deixe - andou até a suíte.

- Já que você voltou a essa hora - colocou o celular no bolso - eu vou dar uma volta.

- Uma volta? Hum.

- É sério, vou andar por aí.

- Cuidado pra não se perder, ou engravidar alguém.

- Eu me cuido bem mais do que você - foi até a porta - tchau.

Micael pegou um táxi indo até a praia mais próxima, ele sabia andar no Arizona, quando era criança tinha ido muito pra lá. Não que o lago Havasu seja considerado uma praia, mas ele achava que sim.

Sentou na areia pensando na vida, o dia já estava indo embora. O pôr do sol era incrível.

- Oi? - escutou uma voz feminina - desculpa mas, você pode me emprestar um esqueiro?

- Ah, claro - tateou o bolso. Micael sempre levava um esqueiro consigo - aqui está.

- Obrigada - a menina colocou o cigarro entre os lábios e acendeu, deu o esqueiro a Micael novamente.

- Você pode me dar um cigarro, por favor? - ela achou graça.

- Ah, claro - ela riu tirando um cigarro do maço e dando a Micael. Ele acendeu e tragou assim como ela - você está perdido?

- Na verdade não - viu ela sentar ao seu lado - estou de viagem com um amigo meu.

- Que maneiro - ela tragou o cigarro.

- Curti seu estilo - sorriu.

- Obrigada - a menina sorriu - minha mãe não gosta muito, ela fala que eu pareço uma vaca com esse piercing no septo - foi a vez de Micael rir.

- Quando eu fiz minha primeira tatuagem a minha mãe quase morreu.

- Sério? - riu - eu adoro tatuagens, quanto mais eu fizer, é bem melhor.

- Eu percebi - encarou o braço tatuado da menina. Os desenhos pareciam tão reais, o branco da pele tinha destacado a tinta.

- Como é seu nome?

- Micael, e o seu? - tragou o cigarro.

- Molly.

- Prazer, Molly - sorriram.

- Você é tão legal, Micael.

- Você também, Molly - encarou a menina - quantos anos você tem?

- Dezoito.

- Você não tem cara de dezoito.

- Tenho sim - ela riu.

- O sol já se foi - encarou a menina.

- Quero ser agradável, posso te pagar uma bebida em um barzinho perto daqui?

Micael achou aquilo muito errado mas queria muito beber algo.

- Pode ser.

- Então vamos - ficou de pé novamente chamando Micael.

O cigarro poderia trazer novas amizades.

As Sessões - The SessionsOnde histórias criam vida. Descubra agora