- Soph, você está bem? - segurou seus cabelos enquanto vomitava.
- Meu Deus! - estava trêmula e gelada - o que foi isso?
- Não sei, você sentiu o que? - abaixou a tampa do sanitário fazendo Sophia sentar no mesmo.
- A comida, tinha um gosto estranho - estava se lembrando, a ânsia veio novamente fazendo ela levantar a tampa e soltar tudo.
Micael segurou seus cabelos, estava preocupado.
- Vamos pro hospital.
- Não, eu não quero - estava pálida.
- Você precisa ir, Sophia.
- Você é médico, eu não preciso ir.
- Sou fisioterapeuta e não clínico - ficou bravo - vamos pro hospital, agora.
- Micael, eu não quero - estava tão fraca, por Deus o que tinha comido?
- Não tem o que discutir - pegou ela no colo saindo do banheiro, estava fraca em suas mãos fortes.
O moreno buscou a chave do carro colocando Sophia deitada no banco de trás, deixou com ela um balde pra caso de emergências com ânsias. Foram até o hospital, ele evitava fazer o máximo de curvas possíveis.
- Micael, que mico - estava sendo carregada por ele ainda.
- Por que mico? Você quer vomitar no chão do hospital enquanto anda?
- Eu quero sair daqui, eu estou bem - se queixou.
- Se estivesse bem não vomitaria as tripas - pegaram o elevador.
- Pra onde estamos indo?
- Clínico geral.
- Micael, eu não estou doente!
- Você vomitou, Sophia. É claro que eu vou ficar preocupado.
- Deve ser uma virose, ou uma infecção, já disse que não gosto de comer comidas japonesas, ainda mais em delivery.
- Vou fingir que acredito - saíram do elevador indo até a sala do clínico geral que por sorte tinha plantão.
Micael deu duas batidas na porta e entrou com Sophia, o clínico de cabelo grisalho achou graça.
Não era todo dia que via um homem carregando no colo uma mulher, sem fazer alguma ficha e avisar ele.
- Micael - riu leve - como vai?
- Doutor Raul, essa é a minha noiva - sentou Sophia na cadeira - ela passou mal, vomitou todo o jantar.
- Olá, mocinha - pegou um bloco de notas - você vomitou do nada?
- Estava jantando e senti um gosto horrível, corri pro banheiro - se queixou de frio encolhendo os ombros.
- Hum - Raul saiu de sua cadeira indo de encontro com Sophia, mexeu em suas têmporas - sente alguma dor aqui? Quando pressiono.
- Não - disse leve.
- O globo dói? - checou os olhos de Sophia com a pequena lanterna apropriada.
- Também não - piscou várias vezes.
- É - coçou o maxilar - eu vou mandar você para o ambulatório, pra ter questão que meu diploma de medicina não está errado - riu deixando os dois confusos.
- Obrigado Doutor Raul, voltamos daqui a pouco.
- Aguardo vocês - sorriu vendo Sophia e Micael deixar a sala.
A loira estava tão pálida que poderia desaparecer se fosse sua mãe na época falando, era tão exagerada, assim como Sophia. Foram até o ambulatório entrando na sala com ar condicionado forte e cheiro de éter misturado com álcool. Sophia sentou-se na cadeira afofada enquanto Micael ficava escorado esperando pela enfermeira.
- Desculpe a demora - a moça entrou, era aparentemente jovem - vi o chamado do Doutor Raul agora.
- Não tem problema - Micael sorriu.
- Você tem medo de agulha? - brincou com Sophia que viu a enfermeira tirar uma seringa da caixa e logo após a agulha.
- Depois de tantas cirurgias, não tenho - ela riu.
- Então está bom, tem gente que não aguenta a pressão - foi até o braço branco de Sophia verificando suas veias.
Passou o algodão com álcool revelando suas veias mais visíveis, foi com a agulha rápido tirando o sangue necessário de Sophia e guardando no frasco.
- Prontinho, o exame sai daqui a duas horas.
- Só isso? - Sophia perguntou.
- Estamos com novos recursos, não vai demorar nada. Podem esperar na sala ou até mesmo lá em baixo.
- Vamos ficar na minha sala, obrigado - Micael disse sorrindo docemente. Pegou Sophia escorando ela pelo seu braço e foram até sua sala.
Tinham duas horas pra saber o que realmente era.
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As Sessões - The Sessions
RomanceRodeada de amigos, Sophia era a mais popular do grupo da faculdade. Em um acidente fatal acaba perdendo o movimento do corpo, tudo que precisava era de um doador para ter seus movimentos de volta, e um fisioterapeuta que cuidasse o máximo. Mal sabi...