Eu ainda te amo

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Eu estava nervosa, com medo do que eu pudesse encontrar. E se ele estivesse acompanhado? Isso poderia muito bem acontecer.
Foi aqui que eu cheguei até a porta do seu apartamento. Pelo porteiro me conhecer pelo estúdio do Pepato ser no mesmo prédio, ele liberou minha entrada sem interfonar. Eu queria mesmo chegar de surpresa, mesmo receosa do que eu podia encontrar lá.

Criei coragem e bati na porta. Uma luz ascendeu, será que ele estava dormindo e eu o acordei? Pensei em virar as costas e sair correndo de lá, mas eu já tava ali, não podia fazer isso. -

A porta se abriu e lá estava ele, apenas de calção e sem camisa. Quando ele me viu o olhar dele mudou. Meu coração batia tão forte que parecia sair pela boca.

– Antes de você falar qualquer coisa, eu preciso muito fazer isso.

Sim, eu o beijei. Beijei porque mesmo indo contra todos os meus princípios, eu precisava sentir o gosto do seu beijo mais uma vez. Eu o beijei, porque não sabia como seria minha vida daqui pra frente, e naquele momento eu só desejava que fosse com ele. Eu sei que era tarde demais, mas eu precisava tanto do seu beijo que não pensei em mais nada.
Ele correspondeu o beijo na hora, e me agarrou pela cintura. Era um beijo diferente, era apaixonado mas ao mesmo tempo feroz. Foi aí que eu interrompi pela falta de ar.

João: Maraisa... - ele me olhou. As nossas bocas ainda estavam muito perto uma da outra. - Por que você fez isso? - ele me questionou, mas não parava um segundo de olhar pra minha boca.

Maraisa: Eu também não sei. - falei me afastando e caminhando pra frente, enquanto ele fechava a porta. - Eu vim aqui pra conversar, e...

João: E pra me contar da viagem de um ano que você faz amanhã? - ele me olha.

Eu me assustei, como é que ele sabia?
Havíamos contado apenas para os amigos mais próximos.

João: Tá supresa que eu sei, não é? - ele vem até mim. - Eu ouvi os rumores lá no escritório. E o pior é que eu não posso nem te questionar por não ter me contato. Você mesmo fez questão de dizer que não temos nada, né? - ele se senta no sofá e de longe eu vi como ele estava decepcionado.

Maraisa: João... - fechei os olhos. - Eu fui covarde de não te contar. A verdade é que eu to sendo covarde desde a última vez que nos vimos aqui nesse apartamento. To sendo covarde por não estar com você mesmo te amando de uma maneira que eu jamais imaginei que eu pudesse  amar alguém. - ele se levanta e me olha. - Eu não to pedindo pra que me perdoe, apenas que entenda os meus motivos.

João: Seus motivos, Maraisa? - ele vem até mim. - E quais são eles? - ele me olha. - Que amor é esse que você diz sentir, que não é capaz nem de passar por cima do que você acha que é certo, pra estar comigo? - ele me questiona e eu começo a chorar. - Eu te amei tanto, Maraisa. Eu ainda te amo tanto. - ele fecha os olhos e põem as mãos no meu rosto.

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