Capítulo 40

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Por Talibã🎆

Começo a organizar uns papéis e alguém entra na minha sala. Levanto a cabeça e vejo grego parado na frente da mesa.

Talibã: Veio até aqui pra ficar aí parado?- olho séria e ele revira os olhos.

Grego: Vai ter baile na Babilônia hoje. Vai fazer o daqui hoje também?

Talibã: Vou, Gregory. Só isso?- continuo séria.

Grego: Porque você é assim comigo- vejo seus olhos encherem de lágrima e deixo minha postura séria.

Talibã: É difícil pra mim também, grego- suspiro.

Grego: Eu só queria que você gostasse de mim, pelo menos um terço do que você gosta do Davi- olha pra cima tentando conter as lágrimas.

Talibã: Eu te amo, grego. Você nasceu de mim. É uma parte linda de mim. Tu é a melhor parte da Renata, a antiga Renata. Mas tem coisas na vida que a gente não esquece- levanto e abraço ele.

Eu nunca fui boa pro Grego. Toda vez que eu o olho vejo o pai dele, isso não é algo bom. Toda vez que eu vejo o Grego vejo uma parte de mim que eu queria apagar. O problema não é ele. Nunca vai ser ele, e sim o que ele me lembra. O sorriso lindo. O jeito marrento. Tudo no grego me lembra o pai dele. Lembrar o pai dele dói. A Renata que teve o grego é uma Renata sofredora. Uma Renata que nunca mais vai existir. Pra eu não lembrar disso acabei excluindo ele da minha vida.

Grego: Só me explica o porquê mãe. Eu não sou bom o suficiente?- ele me abraça mais forte. 

Talibã: Não é você, filho. Sou eu- beijo o rosto dele.

Grego: Eu te lembro algo muito ruim? Quando eu era pequeno me lembro de toda vez que você me olhava você queria chorar.

Talibã: Você me lembra seu pai. Só isso- acaricio seus cabelos.

Era a única coisa que ele tinha herdado de mim. Meu cabelo era lindo. Mas eu resolvi alisar.

Grego: Quando eu vou saber quem é ele?- pergunta sério.

Meu coração acelera. Como vou explicar que eu quero matar o pai dele? Minha respiração fica desregulada e eu encaro ele.

Talibã: Na hora certa, filho- seguro seu ombro.

Grego: Então, eu já vou indo- beija meu rosto.

Talibã: Se cuida, grego- dou tchau com a mão e ele some.

Por Grego🎭

Saio da boca e respiro fundo. A minha mãe me abraçou. Ela disse que me ama? Eu ainda estou chocado. Sei que isso não vai durar. Mas esse momento foi especial.

Vejo Caio subindo o morro e aceno pra ele, afinal ele é meu padrinho. Caio é o mais perto que eu cheguei de um pai. Ele caminha até mim e faz o toque.

Terror: Eai, meu garoto- me abraça de lado.

Grego: Oi, padrinho.

Terror: Tava com saudades.

Grego: Também, esqueceu que tem afilhado agora- sorrio pra ele.

Terror: Tua mãe tá na boca?

Grego: Tá sim, padrinho- faço o toque com ele.

Terror: Vou colar então.

Grego: Vem me ver qualquer dia desses- dou de ombros.

Terror: Venho sim, Grego.

Subo o morro e vou até em casa. Chego e pego minha moto. Desço o morro a 90 km/h. Imbico pra praia e estaciono a moto.

Ando pelo calçadão até a areia e sento. Tiro minha camisa e coloco no ombro. Observo o mar e acabo lembrando da Lua. Eu realmente gosto dela. Mas a guria namora. Sou muito azarado.

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