Capítulo 72

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Por Isabel. 

O Bernardo voltou com a primeira comida de verdade que eu vi nesses dia. Nunca comi um arroz com feijão tão feliz, eu comia desesperadamente como se minha vida dependesse daquilo. E na verdade dependia, porque eu só comia pão e tomava água, provavelmente eu estou subnutrida e posso morrer por isso. Depois de comer tudo ele perguntou se eu gostaria de mais, eu aceitei e comi tudo e tomei um copo de água e uns comprimidos pra dor que o Bernardo me deu. 

Bernardo: Isso já vai acabar, Isa- fez carinho no meu cabelo e eu dormi. 

Quando abro os olhos vejo a areia da praia sob meus pés e o vento batia delicadamente nos meus cabelos e eu sorri verdadeiramente por aquela sensação de paz que me preenchia. Olho ao redor e vejo o Otávio com um bebê no colo, um andando segurando a mão dele e outro ao lado correndo. O maior que estava correndo para na minha frente e sorri agarrando minhas pernas num abraço meio louco. 

Otávio: Larga a mamãe, Ben. Ela ainda está doente- chegou ao meu lado e selou nossos lábios. 

Ben: Eu estava com tanta saudade dela, pai- cruzou os braços e fez bico. 

Isabel: Oi, ben. Mamãe estava morrendo de saudades- abraço ele e faço cocegas. 

Otávio: Vai pro colo da mamãe, Gael- me entrega um bebê que é a cara dele. 

Isabel: Eu carrego por 9 meses e saí a cara do pai- sorrio de lado e aliso minha barriga que estava enorme. 

Otávio: Essa aqui seria nossa primeira filha, mas ela foi encontrar o irmãozinho no céu.- me mostrou uma menina linda com os cabelos pretinhos e olhos castanho meio verdes. 

Isabel: Você é tão linda, minha princesa- segurei ela no colo e beijei o rostinho delicado. 

Otávio: Amor, eu estou chegando, por favor não desiste- acariciou meu rosto e me beijou.

Começo a ouvir barulho de chuva e abro os olhos vendo a Amanda na minha frente. 

Amanda: Acordou, vagabunda- me deu um tapa no rosto. 

Isabel: Para com isso, sua vadia! Me deixa sair dessa merda- cuspi na cara dela. 

Amanda: Hoje é seu último dia. O Bernardo fez merda, mas agora já vou concertar. 

Isabel: Cadê o Bernardo?- perguntei com medo. 

Amanda: Mandei pro mesmo lugar do seu pai e pro mesmo lugar que você vai- me empurrou pro chão. 

Escutei o barulho da chuva ficando mais intenso. Meu coração estava acelerado e a cada trovão que rasgava o céu eu sentia as minhas esperanças indo embora. Escutei barulho de carros parando, mas isso seria impossível. As portas abriram de uma vez e só vi o homem da minha vida entrando junto com mais umas 20 pessoas apontando armas pra Amanda. 

Amanda: Olha, piranha. Temos visitinha para ver você morrer- me segurou pelos cabelos e apontou uma arma pro meu rosto. 

Isabel: Otávio- chorei olhando aquele rosto tão lindo. 

Ele estava tão magrinho, com tanta olheira e com uma cara nada boa. Imagino como esses dias foram pra ele. Olho pro lado e vejo o Gustavo, o que ele está fazendo aqui? Não acredito que ele estava procurando por mim. 

Terror: Amanda?- olhou pra mulher que apontava a arma pro meu rosto. 

Amanda: Caio?- desviou a atenção pro rosto dele. 

Otávio: Amanda, acho melhor você entregar a Isabel ou dará adeus a sua vida- apontou a arma pra ela. 

Amanda: Eu não me importo de morrer contanto que mate essa vadia primeiro. 

Terror: Amanda, deixa a menina sair. Você não quer fazer isso, caralho- passou a mão no cabelo. 

Amanda: Caio, você não sabe o que quero. Você foi um filho da puta do caralho comigo- secou a lágrima e me deu um chute. 

Gustavo: Solta ela agora, sua louca- andou pra perto da gente. 

Amanda: Se tu der mais um passo eu mato essa garota- engatilhou a arma. 

Isabel: Eu te amo- sussurrei pro Tavinho. 

Tavinho: Calma- sussurrou de volta. 

GB: Oh, sua puta. Larga a Isabel ou eu juro que te mato. 

Apontou a arma pra ela andando, fica a um passo da gente com a arma apontada pra ela. Minha respiração fica ofegante e naquele momento eu vejo apenas o Gabriel, sem o passado ruim e sem tudo de ruim que aconteceu. Uma lágrima desceu dos meus olhos. O que ocorreu depois se passou em câmera lenta. A Amanda tirou a arma da minha cabeça e apontou pro GB, eu cai no chão, porque ela que estava me segurando, e quando menos esperei vi a Amanda atirando na barriga do Gabriel. O Otávio atirou na amanda que caiu ao meu lado. O Gabriel caiu na minha frente e me arrastei até ele apoiando a cabeça dele nas minhas pernas.

GB: Me perdoa por tudo, pretinha. Eu te amo. Você foi o apoio que precisei naquele dia e hoje eu fui o seu- falou cuspindo sangue. 

Isabel: Fica aqui, Gabriel. Por favor, não me deixa. A gente vai recuperar aquela briga idiota, só fica acordado. A mel precisa de você- fiz carinho nele. 

GB: Eu cumpri minha missão aqui, pretinha. Prometo que vou te cuidar de lá- fechou os olhos. 

GT: GABRIEEEEEEL, NÃOOOOOOO- caiu de joelhos no chão.

Eu cai no chão chorando e tudo foi escurecendo ao meu redor.



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