Prólogo

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Por Isabel💣

Olho novamente meu reflexo no espelho e estou me sentindo bonita. Não estou usando nada muito chamativo, apenas uma leg e uma blusa rosa que é do Gustavo, o meu namorado. Passo perfume novamente e amarro o cabelo em um rabo de cavalo.

Seguro minha havaiana em uma mão e o presente do Gus na outra. Fecho a porta do meu quarto bem devagar, não quero que a Amanda, vulgo minha progenitora, venha aqui me proibir de sair.

Desço as escadas o mais devagar possível. Assim que chego na sala suspiro aliviada por não ter ninguém. Caminho mais rápido até a porta e saio correndo assim que fecho a mesma. Calço minha chinela e paro na outra esquina pra chamar um táxi. A casa do Gustavo é bem perto da minha, mas se eu for andando tem o risco de alguém me ver e me dedurar pros meus pais.

Eu não levo uma vida difícil no quesito condições financeiras, mas os meus pais me odeiam, me odeiam muito. Depois que eu voltei da Irlanda eles até melhoraram, quer dizer, o Almir melhorou, a Amanda ainda não me suporta. O táxi para na frente da casa, pago o taxista e desejo uma boa noite.

Ando devagar até a portaria do prédio.

Gilson: Boa noite, menina- sorri amigável como sempre.

Isabel: O Gustavo tá em casa?- me encosto na bancada.

Gilson: Tá sim, ele chegou faz um tempo com uma menina da sua idade, acho que deve ser colega dele- deu de ombros.

Como assim o Gustavo ta com uma guria no nosso aniversário de 1 ano de namoro? Por isso aquele cretino não me atendeu e nem se preocupou em me ligar.

Isabel: Posso subir?- sorri tentando parecer calma.

Gilson: Pode sim, mas fica calma que não é nada, mocinha- ele bagunça o meu cabelo em um gesto de carinho.

Espero o elevador e entro assim que o mesmo chega. Aperto o 12 andar e me sinto impaciente até o elevador parar no andar dele. Pego a chave reserva que eu trouxe pra chegar antes dele pra fazer a surpresa. Entro no apartamento e coloco minha chinela no cantinho.

Assim que eu me viro uma blusa feminina chama minha atenção. Olho bem a blusa e me dou conta que é a blusa da minha melhor amiga. Largo a blusa no chão e subo as escadas devagar, preciso ficar calma, coloco o presente no cantinho.

Entro no quarto e a cena que eu vejo me faz querer vomitar. A minha melhor amiga está sentando no meu namorado, a escrota geme exageradamente e ele dá vários tapas nela.

Lívia: Tenho certeza que a piranha da Isabel não senta assim, né gu?- ela rebola e ele sorri.

Gustavo: Não fala da Isabel. Senta logo, piranha- acerta um tapa na cara dela.

Assisti a cena sem saber o que fazer. Meu coração se parte e eu sinto um grito escapar da minha garganta. Os olhos dos dois se voltam pra mim e o Gustavo se apressa em se levantar e vir até mim.

Isabel: Não encosta em mim- empurro a mão dele.

Gustavo: Amor, não é nada disso que você tá pensando- a frase clichê faz meu ódio aumentar.

Isabel: Não é nada disso? Eu não estou pensando, eu vi essa merda Gustavo- acerto um tapa na cara dele.

Lívia: Já deu minha hora- ela começa a se vestir.

Essa puta não vai sair daqui assim. Seguro o cabelo dela bem firme e puxo pra trás.

Isabel: Você quer ser amante? Agora aguenta a mulher dele- digo já sentindo a raiva bater.

Seguro ela pelos cabelos até a sala, abri a porta e jogo ela do lado de fora, chamo o elevador e entro com ela. O idiota do Gustavo olha tudo sem entender.

Lívia: O que tu vai fazer? A gente é amiga, Isa- tenta se soltar de mim.

Isabel: Amiga Lívia? Você costuma sentar pro namorado das suas amigas? Que porra de amizade é essa Lívia?- acerto um tapa na cara dela.

Lívia: Ele quis também- acerto outro tapa nela.

Isabel: Tu era minha irmã de coração, eu te dei tudo porque tu não tinha condição, eu sempre dividi tudo que eu tinha contigo pra tu me pagar assim, Lívia?

A porta do elevador abre no térreo e eu puxo ela pelos cabelos. Seu Gilson olha chocado com a cena. Jogo ela no meio da rua.

Isabel: Tu sabe quantas surras eu levei por te ajudar? Tu sabe quantas humilhações eu passei pra conseguir dinheiro dos meus pais pra você? Tu imagina quantos tapas eu levei por tua causa? E você me paga dando pro meu namorado?- soquei a cara dela.

Eu descontei minha raiva nela. Eu confie nela, eu daria minha vida pela dela sem pensar duas vezes. Eu acho ridículo bater na mulher em caso de traição, mas ela era minha melhor amiga. Depois de eu cansar de bater eu levanto de cima dela.

Isabel: Você nunca mais olha na minha cara e vê se cria caráter quando tu arrumar uma amiga nova, vê se não dá pro namorado dela- viro as costas.

O Gustavo ta me olhando assustado. Caminho até ele e acerto um soco no rosto dele, acerto vários, ele permanece calado.

Isabel: No nosso aniversario de namoro? Você é um idiota, você não vai encontrar outra mulher que nem eu. Nunca mais me procura- acerto mais outro soco nele.

Ando até a praia e me sento na areia, eu estou morta por dentro. Eu não nasci pra ser feliz.

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