Parte 13

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Diferente

Mônica (Passado)

Tudo estava diferente, após o segundo encontro com Don as coisas ficaram mais "Sérias" eu sempre recebia um convite dele para ir ao cinema, jogar boliche, jogar conversa fora...
As noites se tornaram românticas numa dessas noites estávamos sentados na ponte dos ingleses, enquanto assistíamos o por do sol...

- Eu gosto de estar com você, com você eu me torno uma pessoa boa. - Disse Don dando um beijo no meu pescoço

- Também gosto de estar contigo, mas você nunca me diz nada sobre você, já tem um mês que estamos ficando e eu nem sei onde trabalha, nem sobre sua família, se você for casado apenas diga logo, não serei a outra nessa história.

- Nunca fui casado!

- Tem filhos? - Continuei o meu interrogatório pois eu queria saber tudo sobre ele, mas ele sempre deixava alguma coisa para trás!

- Mônica meu amor, eu não tenho filhos... Eu nunca pensei nisso...

Ficamos em silêncio por algum tempo ele olhou pra mim e disse:

- Eu vou me abrir com você... Eu vou te dizer tudo que você quiser, apenas me dê mais um tempo...

E o tempo foi passando e eu nunca consegui arrancar a verdade dele...


Don (Passado)

- Irmão pode vir aqui? - A voz de Ulisses estava tensa do outro lado da linha

- Fala irmão, o que você quer?

- Precisamos resolver aquele problema... Isso tem que ser hoje...

- Eu vou te acompanhar, mas não farei parte disso...

- Eu não irei matá-lo, mas ele vai sofrer as conseqüências, quero deixá-lo marcado para que os outros tenham como lição. Isso aqui é uma família, somos como irmãos, ele não vai roubar minhas drogas e sumir fácil não, Pablo já foi e foi tarde, ele mentiu e fugiu com a namoradinha vagabunda dele, mas eu não deixei barato, acabei com eles dois, e hoje eu posso acabar com ele também.

- O que você decidir eu to dentro, eu vou dirigir para você, e ficarei no carro, levarei Carlos comigo. Ele é um dos melhores, ele é discreto.

- Muito bem então, sairei as 22h00min até lá esteja disponível para mim.

Liguei meu carro e dirigi pela orla da praia, parei por um momento desci do carro e saí para olhar as ondas quebrando na praia... Vi um casal sentado em um banco abraços, riam e tiravam fotos, eu queria pode estar assim queria poder sair livre sem destino. Lembrei da minha mãe, de como ela me dava conselhos...

"Meu amor tenha cuidados com falsos amigos, amigos são eu e seu pai"

"Eu sei mãe, eu to bem..."

"Ótimo termine de comer e você pode sair"

Minha mãe não sabia que essa saída era para fazer tudo de errado, ajudar no tráfico depois eu voltava para casa sem levantar suspeitas, meu pai nunca teve uma relação de amigo comigo, ele era frio, parecia que não gostava de mim... Ele só tratava bem meu irmão mais novo, ele era o menino de ouro deles...

Fazer coisas "erradas" era fácil, era fácil fingir, eu era ótimo em mentiras, eu faltava ás aulas, saia mais cedo, e daí você me pergunta, e a escola não dizia a mãe dele? Eu tinha um relacionamento perturbado com a diretora, nessa época eu tinha 17 anos e a diretora era uma pedófila filha da puta. Anos depois eu mandei que roubassem sua casa, desgraçada!

Meu telefone tocou e me fez sair dos meus devaneios olhei para tela e era ela Mônica...

- Oi princesa tudo bem?

- Estou bem, onde você está?

- Em casa... - Menti não queria que ela soubesse onde eu estava.

- Vamos sair para comer? Abriu uma lanchonete nova!

- Não poderei ir, estou com uma dor de cabeça daquelas, eu sinto muito. Amanhã iremos.

- Tudo bem, melhoras eu só não vou aí, pois eu não sei onde você mora.

Eu nunca trouxe mulheres no meu Flat era pequeno, mas confortável eu não queria que elas tivessem intimidade com minhas coisas, discrição acima de qualquer coisa. Era só foder e tchau sem qualquer intimidade. Mas Mônica era um pouco diferente, ela me tocou de um jeito que ninguém nunca alcançou, acho que ela era a única que podia me salvar do inferno.

- Eu vou trazer você minha princesa, tenha só mais um pouco de paciência, meu flat está bagunçado, estou aqui há pouco tempo. Não quero que veja minha bagunça.

- Certo, mas isso é uma promessa!

- Ok, te vejo amanhã, boa noite meu anjo.

- Boa noite... Meu Don...

Eu continuava a olhar o casal a minha frente e meu telefone tocou de novo, achei que fosse ela, mas era Carlos.

- Irmão, está pronto?

- Sim, você é quem decide, já falou com Ulisses?

- Estamos aqui te esperando, venha

- Estou indo...

Desliguei o telefone e voltei a minha realidade, será que se eu não tivesse aceitado ser um mafioso eu teria outra vida? Será que eu poderia voltar atrás? Pablo tentou fugir da vida bandida dele, mas roubou o dinheiro de Peixoto e foi morto por Ulisses, ele e sua namorada, tiveram um final trágico, mas essa é a vida criminosa. Não dá segunda chance, mas eu queria uma, para talvez mudar tudo...

 Não dá segunda chance, mas eu queria uma, para talvez mudar tudo

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Data da publicação: 04/08/2018

TEMPOS DE AMAR (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora