Parte 14 (Bônus)

2.6K 418 17
                                    

Eduardo

Estou em um quarto que não é meu se foi eu não consigo lembrar. Disseram-me que meu nome é Eduardo, mas isso eu não sei... Sinto algumas dores pelo corpo, meu braço direto está engessado, disseram que eu sofri um acidente de moto... Pior é não se lembrar de absolutamente nada...
Da minha cama eu consigo ver a movimentação na rua, está chuvoso e nublado vejo carros passando, consigo ver algumas pessoas, eu queria poder estar em outro lugar. Mas não posso agora, estou deitado ainda consigo me mover, mas meus movimentos são limitados, preciso de ajuda para poder se levantar.

Olho algumas fotos na parede e me vejo nela, porém não consigo lembrar-se de estar lá, tenho algumas lembranças, mas nada que eu consigo absorver realmente. Eu soube que sou professor de história, mas eu nem consegui acreditar, eu sou uma página em branco, e vou preciso escrever nela. Ao lado de minha cama existe uma mesa com alguns bilhetes e flores, me disseram que são dos meus alunos, me pergunto que se um dia eu recobrar minha memória, como poderia lecionar com esse braço?

Uma hora e outra uma senhora entra aqui e vem saber como estou, ela chora e diz que me ama que eu nasci de novo. Ela me disse que faz dez dias que eu fiquei em coma, e que estou cerca de três semanas em casa. Há uma mulher que vêm quase todos os dias me visitar ela me disse que seu nome é Mônica, eu não consigo me lembrar dela, ela me contou que é minha amiga. Gostaria de poder me lembrar dela, eu não sei, mas eu gosto dela, gosto das suas visitas.

Alguém me tira dos meus pensamentos, estão batendo na porta:

- Entre - Eu disse e a pessoa que entra é ela... Mônica, ela mal entrou e eu posso sentir o seu perfume tomar conta do ambiente.

- Olá! Como você está se sentindo hoje? - Ela carrega um jaleco em seu braço e uma bolsa nas mãos o coloca em cima de uma poltrona e se senta ao meu lado.

- Estou me sentindo bem, estou melhor agora. - Afirmo dando um sorriso e ela retribui seu sorriso é a melhor coisa que vi hoje.

- Fico feliz, logo você estará bem e acredito que recuperará sua memória - Ela diz enquanto olha meu braço.

- Como foi meu acidente? - Quero saber se ela sabe de alguma coisa, que não tenham me contado.

- Eu sei que foi uma tentativa de assalto.

- Você sabe me dizer aonde eu estava indo?

- Não, eu soube que você vinha para minha casa.

- Você se lembra o que eu ia fazer na sua casa? - Pergunto olhando em seus olhos quero ouvir a verdade dela.

- Eu não sei, pois eu estava no hospital, e estamos afastados... - Ela parece esconder alguma coisa sobre nós, e eu preciso saber.

- Mônica éramos namorados? - Eu pergunto tocando em seu braço, e percebo uma certo mudança de sua parte, seu rosto está vermelho e ela responde dando um sorriso fraco.

- Se éramos namorados? Bem... Não exatamente.

- Ficantes? Nós transamos?

- Não, isso não aconteceu, apenas nos beijamos... - Ela se atrapalhou na sua resposta

Sorri ao ouvi-la dizer isso, nesse momento eu gostaria de beija-la.
Ficamos alguns minutos nos olhando, quando uma batida na porta nos devia atenção.
A mulher que diz ser minha mãe entra no quarto e diz que está na hora do almoço, e convida Mônica para se juntar a nós, por um momento Mônica se recusa, mas acaba aceitando.
Estamos todos sentados à mesa, enquanto meus pais falam sobre a pequena fazenda que eles possuem em Florianópolis, e que pretender me levar para lá. Eu, no entanto não tenho vontade de ir, mas não sei por que.

- Mônica querida, você está morando há muito tempo aqui em São Paulo?

- Dona Cecília, estou aqui há 10 meses agora...

- Me chame apenas de Cecília, e onde você morava antes?

- Eu sou natural de Fortaleza, eu me formei lá e surgiu essa vaga aqui na Nove de julho, era uma coisa que eu almejava e vim pra cá.

- Seus pais não ficaram triste?

- Minha mãe não se acostumou com a ideia, mas ela entende que isso é para meu crescimento.

- Eu sei, não conseguimos aceitar, nossos filhos crescem e se vão...

Vejo lágrimas surgirem nos olhos de minha mãe, e Mônica faz uma pergunta a ela.

- Cecília me desculpe à pergunta, mas eu ouvi você dizer no hospital que tinha perdido um filho, qual foi à causa da morte dele?

- Não, ele não está morto, eu espero, eu o perdi para o mundo das drogas, ele se chama Edgard, nunca quis saber de nada.Tinha um temperamento horrível, mas eu o amo é meu filho, faz alguns meses que não se falamos, ele nunca parava num lugar.

Ver minha mãe falando sobre meu irmão, me faz querer lembrar, mas é impossível no momento. Terminamos o almoço eu me despeço de Mônica.

Volto ao meu quarto, ligo o rádio e começa tocar uma música... Não me parece estranha...

"Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir..."

Sorri ao ouvir esse trecho da música e me pergunto será que Mônica, é minha Mônica como Eduardo da canção?

Sorri ao ouvir esse trecho da música e me pergunto será que Mônica, é minha Mônica como Eduardo da canção?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Data da publicação: 04/08/2018

TEMPOS DE AMAR (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora