O Filho Part 47

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 Pirineus  ,divisa com a França  , 1645

       Meu irmão tinha alguns negócios junto com o Sr.Alberto e precisava que ele estivesse presente numa  negócio de importação  que aconteceria dentro de um mês , mas ele não estava em Barcelona , assim eu resolvi ir procurá-lo no Val de Arán  , fronteira com a França , onde eu sabia tinha um vinhedo de sua propriedade  e ele sempre ficava lá,  situada na Catalunha.  


     Um lugar muito lindo .mas frio  pois era perto dos Pirineus, assim foi cansativa a viagem pois viemos pelas montanhas e durou mais de um mês e meio para chegarmos, mas a paisagem era muito bonita e para me distrair  eu ficava  observando  as casas e o trabalho dos aldeões. 

       Estava muito ansiosa para que resolvesse isto logo , mas temia ter que encontrar a amante dele Maria Soledad .  Infelizmente ao chegar no vinhedo descobri que ele  estava no vilarejo  comprando  mantimentos  e assim fiquei hospedada na casa principal , todos os empregados me olhavam  muito estranhos  e cochichavam mas eu não sabia o motivo.

 Quando estava sentada tomando uma sopa e pouco depois comi  um cozido de Lalín , uma comida típica da região com batatas, grão de bico e um tipo de couve  e carne de porco , finalizando com um vinho tinto .  Percebi uma certa movimentação dos empregados , uma criada veio até mim e pediu que eu me escondesse. 

Eu imediatamente quis saber o porquê , ela me disse que a senhora Soledad estava chegando e   não queria  ser punida.  Eu fiquei indignada "Como?" a esposa tem que esconder da amante,isto jamais , eu iria enfrentá-la! pensei .

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     Então eu ouvi s gritos daquela  mulher dizendo que queria ser servida logo pois estava com fome e a voz do Sr. Augusto   e também   ouvi uma voz de criança  rindo com ele , isto me deixou muito curiosa ,eu estava na cozinha e eles na sala de jantar , saí calmamente do meu lugar e fui olhar, um menino com  uns 7 anos mais ou menos , cabelos castanhos e muito parecido com o meu marido estava no chão brincando com um cachorro enorme de pelos  brancos e macios ,ele era adorável e ria muito, de repente a Soledad o chamou:" Venha querido com a mamãe e o papai."

 Eu tive um choque tão grande que não contive um grito , eles se viraram e me viram, meu marido ficou pálido e a mulher sorriu com ar vitorioso e disse:

" Eu  tenho um filho com ele ,sim , mas está vivo enquanto o seu  morreu!" eu comecei a chorar mas fui pra cima dela e gritei para todos os empregados ouvirem:

" Mas eu me casei com ele e sou a esposa enquanto você sempre será a amante , vagabunda!" e lhe dei um soco tão forte que sua boca começou a sangrar ,  comecei a puxar os seus cabelos e  lhe enchi de murros até que fomos separadas . A criança estava chorando muito , me senti ruim pois era tão inocente quanto o meu Diogo, respirei bem fundo e pedi que me levassem para um quarto .

Ela ficou no chão deitada , descabelada  e com um lenço na boca. O sr. Augusto    virou-se para mim e disse que iriámos conversar na manhã seguinte e que a levaria embora junto com o menino .

Parece que  a minha descoberta poderia mudar o meu casamento pois  tinha uma cláusula no meu dote que meu pai havia feito em que caso houvesse comprovação de traição com filhos  eu poderia ter a anulação e o dote voltaria para mim , o Sr. Augusto   havia aceitado tudo e por isto escondeu  este filho.  O destino estava me favorecendo


Eternidade# 1 #2019  Watty AwardsOnde histórias criam vida. Descubra agora