14

9.1K 592 235
                                    

Fernanda

Mais uma noite, daquelas que seu marido não dá satisfação, simplesmente some e nem atende suas chamadas nem mensagens.

É agoniante, é horrível. Mas eu não demonstro, se ele perceber ele pisa.

Com mulher ele não está, deve estar enfurecido com algum problema do tráfico, é sempre assim.

- Mãe, cadê meu papai? O sol já me deu tchau e o meu papai não chegou. - Bruna se sentiu cruzando as pernas, muito abusada essa garota.

- Papai já tá vindo, até parece que não conhece ele. - respondi

- Aí não aguenvo mais essa vidaaaaaaaa - se jogou nos meus braços fazendo drama

Enchi ela de beijos, aí sério eu sou apaixonada na minha bebê, não sei como seria minha vida sem essa enjoada.

02:24

Senti a cama afundar, e ele puxar a coberta.

- Cheiro forte em. - falei

- Maconha. - respondeu me abraçando.

Dormimos de conchinha, amo!

....

Eu tô tentando dormir, mas não dá! Esse celular não para de apitar! Esse menino da boca não param!

Levantei e tentei desbloquear, mas ele trocou a senha. Antes era o dia do nosso primeiro beijo, 01/01.

Vou nem me estressar, não tô afim e tenho certeza que isso é grupo de putaria. Confio no meu taco e principalmente na minha sentada.

Voltei a dormir e fui acordar lá pras nove da manhã, sábado né. Meu marido já estava acordado, fiz minhas higiene matinais de sempre e desci para sala.

- Mamãe meu papai tá vendo o Ursinho comigo, olha só pai eu sou a Rosa e minha mãe é a amalela. Você pode ser o azul né mamãe. - ela sorriu, tava toda boba!

- É filha, ele pode ser o azul. - respondi sorrindo

Dibala estava todo sorridente. É tão gostoso estar em família sabe, por mais que ele passe mais tempo na rua, quando ele está em casa todo o carinho e atenção são direcionados para nós duas, como ele diz "mulheres da minha vida".

Deixei eles na sala e fui agitar minha cozinha, já tinha limpado a casa anteontem. Mas a cozinha não tem nem como deixar acumular.

Dei um jeitinho na cozinha e fui preparar o almoço. Dibala queria frango empanado e fritas, então assim foi feito, pedi um dos meninos da contenção pra comprar uma coca bem gelada.

Almoçamos em família e depois ficamos na sala assistindo Netflix, só nós três.

.....

- Tô indo em. - Dibala avisou.

Depois de fazer aquele amorzinho ele tinha que ir na boca resolver uma situação, não queria deixar ele ir né, mas quem disse que ele me ouve?

Hoje tentei a tarde toda descobrir a senha dele, mas não consegui. É impossível, ele é muito ágil, tô com uma pulga atrás da orelha, confesso.

Evelyn foi lá pra casa, é uma amiga minha da época em que eu ainda morava com a minha mãe.

- cara eu não aguento mais, antes não tínhamos segredos, ele largava o celular pela casa. Hoje em dia? Ele não me deixa encostar e nem sentar do lado dele enquanto ele tá no celular, é agoniante, por que eu sei que ele tem outra, tá na cara! - Ela estava me contando sobre o marido dela, o 22, apelido dele antigo.

- Evelyn como assim? Se você sabe, por que não larga logo ele? Vai ficar se prestando a esse papel ridículo? - tentei abrir os olhos dela né.

- Mas eu amo ele, o pior é isso! Eu sou apaixonada nesse homem, não consigo largar dele, não consigo me imaginar sem ele, como vai ser? - respondeu

Gente fiquei boba, como assim a Mona sabe que ele chifra ela e não quer largar? Deus me dibre, aí sério é minha amiga mas é uma tapada!

- Eu não posso abrir sua cabeça e te fazer enxergar que isso só vai te fazer mal, então continue nesse seu mundinho de adultério, só não esquece, depois que perder já era. - falei.

Ela assentiu chorando, estávamos no sofá ela se debulhando em lágrimas e eu assustada, nem me imagino nessa situação, acho que já teria matado ele e a vagabunda. Agradeço muito a Deus pelo homem que eu tenho, que me respeita, me admira. Certeza que ele não teria coragem de fazer uma coisa dessas comigo, por que além de ser muita humilhação é muita ingratidão também.

Pamella (Recomeçar)Onde histórias criam vida. Descubra agora