Dibala
Cheguei em casa não tinha ninguém, já me escaldei.
- Colfoi, cadê minha mulher? - perguntei pros meno que fica na contenção da minha casa.
- Po patrão, de madrugada a Bruninha passou mal, ai a tua mulher tava desesperada correndo com ela pro hospital, papo de ela chorar mesmo, pedi pra um dos amigo levar ela lá no Upa, desde as 3h30 da madruga que ela tá lá. - respondeu.
Na hora meu corpo gelou, qual foi mn minha cria né assim não! Filha da puta nem pra me falar nada, peguei o celular e tava desligado, provavelmente zerou.
Botei ele no carregador portátil rapidinho ele ligou, com 87% caralho nem entendi nada, celular tá carregado, como que desligou assim? Só pode ter sido a filha da puta da Pâmela! Toma no cu rapa.
Assim que liguei o celular foi aquela chuva de notificações, 65 chamadas perdidas da minha mulher, tremi na base na hora! Tentei retornar mas deu que estava desligado, voei pro Upa, peguei a moto e fui rasgando até o Upa do Itararé.
Cheguei lá e a Fernanda tava de cantinho chorando, encolhida.
- Colfoi? Que que aconteceu? - perguntei me sentando do lado dela.
Ela me olhou e sua feição mudou, essa era de decepção, de desgosto, olhar feião.
- Eu não quero saber onde você estava, nem qual foi o problema na boca dessa vez. Porém enquanto você estava por aí, em missão ou sei lá, sua filha que você tanto diz que ama teve uma reação alérgica ao perfume que você usa, aquele que você trouxe importado. Ela usou ontem por que estava com muita saudade de você, até dormiu com sua blusa pra lembrar do seu cheiro, de madrugada ela acordou toda empolada, rosto enchado e vermelho, eu tava sozinha, desamparada. Um dos meninos me trouxe e aqui estou esperando notícias até agora. Nem adianta dar seu show, eu te liguei diversas vezes, nas primeiras tocou, mas depois de um tempinho você desligou o celular, então vim sozinha. - falou fria, sua voz carregava mágoa e eu só queria matar aquela filha da puta.
- Desculpa, desculpa mesmo, eu errei. Admito, sou falho, não imaginei que isso fosse acontecer. Deixei mais uma vez o crime ficar entre a gente, tava fazendo uma missão pro mano, na Penha, era jogo rápido, só pra fazer a segurança das cargas. - Menti lógico, não ia deixar ela sonhar que eu tava com a outra.
- Acho melhor você escolher João, é a sua família ou o crime. - respondeu me colocando contra a parede.
Sabia que ela não iria embora, só que tinha que dar uns papo manso nela, pra ela acalmar.
- Você sabe que minha resposta sempre vai ser vocês, amo vocês mais que tudo, mas não posso sair e você sabe por que. Entrei nessa já sabendo da realidade e vou morrer nessa, como bandido. - respondi.
Antes que ela respondesse qualquer outra coisa, o médico chegou avisando que estava tudo bem, foi só um susto, que poderíamos levar ela embora.
- Vamo Bruna. - falei entrando no quarto onde ela estava.
Fernanda já se agarrou nela.
- Eai cara, tu fez isso tudo só pro papai te ver? Po tu sabe que eu te amo, tu é a melhor coisa na minha vida, eu jamais vou te deixar, não mesmo! Coisa linda do pai. - dei um abraço na minha filha po, babo demais nessa criança, minha filha é meu alicerce.
Fomos pra casa, minha mulher fez o almoço aulas!
- Papai hoje você não vai trabalhar não? - muito esperta essa garota
- Não, hoje não. Vou passar o dia aqui contigo po. - respondi
Dito e feito passei o dia inteiro com elas.
- Bruna chega, já comeu dois pedaços gigantes de pizza! - Fernanda repreendeu, odeio isso po deixa a garota comer.
- Deixa ela cara, pode pegar Bruna. - falei alto
- Depois quando você ficar uma gorda, imensa e ninguém te querer não reclama. - na hora a Bruna já abriu a boca chorar.
Papo reto, eu tento não sair da graça com a Fernanda, mas não dá não! Caralho mulher só sabe reclamar.
- Para de chorar filha, pega outro pedaço de pizza aí, pega po. - ela negou com a cabeça. - quer o que? Sorvete? - na hora fez que sim.
- Toma o dinheiro e pede pra um dos meninos ali do portão comprar. - dei uma nota de dez.
Aprovei que ela saiu e já dei uma trava na Fernanda.
- Trata a garota direito po, que papo é esse de gorda? Se ela quiser ficar gorda problema é dela, ela é uma criança porra, entende! - dei logo uns grito.
- Tá bom Dibala, tá achando que tu tá passando batido? Dormiu fora, e ainda me deu uma desculpa esfarrapada. - respondeu
- Nós agora tá falando da Bruna, depois a gente discuti essa parada ai, por que eu tô aqui não tô? Então fica suave. - falei logo
Ela só bufou e voltou a ver o filme, logo a Bruna voltou e se deitou com a gente.
- Mais tarde eu acabo com esse teu estresse. - falei no ouvido da minha mulher.
Safada ficou toda sorridente.
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Pamella (Recomeçar)
Teen FictionEu já fui muito sentimental, já me envolvi de coração. Hoje, agora eu vivo pra mim, por mim! Já segurei o mundo dos outros e deixei que o meu caísse! (Recomeçar)