Pâmela
Levantei cedo, dei café pro Cauê.
- Mamain, cadê meu papain? - perguntou dnv
Tá doendo muito ter que inventar desculpas para ele.
Sarah me ligou, disse que o mesmo ta louco, já foi na casa da maioria das meninas que eu falava, mandou os meninos rodarem os hoteis que são próximos ao morro, tudo isso pra saber do meu paradeiro.
Mas quanto a isso estou tranquila, não posso largar tudo lá, salão, escola do Cauê...
Estava conversando com a minha tia e realmente eu já sofri muito na mão desse homem, já passei por muita coisa.
É aquele ditado, onde uma saiu chorando, nenhuma outra vai permanecer sorrindo, vai se iludir e fingir felicidade mas não vai estar completa.
Infelizmente eu achei que a minha felicidade dependia dele, da presença dele. E na real, até foi, mas foi momentânea.
Aquele ditado né, amores fracos não merecem o meu tempo!
Já fiz as malas e comprei a passagem, amanhã bem cedinho tô de volta.
Ainda não sei se volto pro meu apartamento ou vou direto pro morro, estou com receio de ver ele, de como ele vai reagir.
Mas querendo ou não temos que conversar, temos que por os pontos nos i's, isso é fato.
Sai corrida, decepcionada nem pensei em tudo, fui idiota e imatura quanto a isso.
Mas tranquilo, mais um aprendizado pra mim, mais um na conta da mamãe, assim eu me fortaleço.
- Você vai amanhã? - Minha tia perguntou.
- Vou sim, tá na hora de encarar a realidade não é. - respondi sorrindo.
- É sim, mas você sabe que é uma mulher forte, de decisões sábias e pavio curto. Tenho certeza que sua mãe de cabeça vai lhe guiar, vai lhe ajudar a tomar a decisão e quem sabe se ajeitar com o rapaz. - disse me olhando nos olhos.
- Não tem como ajeitar oque ele destruiu tia, não dá pra ajeitar ou remedar uma roupa completamente rasgada, entende? Temos que jogar fora, se livrar dela, por mais que a gente sinta falta, é melhor comprar outra por inteira do que uma desgastada. - respondi fungando o nariz.
É foda falar disso, por isso falo em metáforas, me alivia.
Ela me ajudou a terminar as malas e almoçamos, fiquei deitada ouvindo os conselhos dela a tarde toda.
Mas sabe oque é? Ela também torce por nós dois, na verdade, no fundo eu também torcia.
Queria tanto que nós dois tivesse dado certo, queria tanto que ele me amasse na mesma intensidade que eu amei ele.
Eu realmemte romantizei tanta coisa, tanto vacilo, e até uns tapas. Eu idealizei um amor falso, um amor que só eu senti.
Inventei um Dibala, me apaixonei por um homem que eu inventei, eu modifiquei e na minha mente ficaríamos juntos pra sempre, mesmo com todas as falhas, achei que eu pudesse dar um jeitinho sabe?
Pensei que iria aguentar tudo, todo o chumbo grosso, tudo por amor.
Mas vi que amor não é aguentar tudo, não tudo sozinha.
Amar é conhecer todos os defeitos da pessoa, mas saber conviver com aquilo, saber lidar com tudo.
É correr lado a lado, não um atrás e outro na frente.
É saber admitir o erro, e saber pedir desculpa.
É equilíbrio, cabe aos dois quando rolar um impasse saber se encaixar, saber como vai resolver.
Mas com a gente nunca rolou disso, foi sempre eu segurando as merdas, foi sempre eu compreendendo e entendendo o lado dele.
Mas e eu? Quem entende meu lado?
Eu ainda via muito amor entre nós dois, eu via que tinha jeito, aquela luz no fim do túnel sabe?
Mas ela se apagou, era uma lanterna e ela tava fraca, já estava sem pilha, de cansada apagou.
Eu fiz tanto barulho, eu fiz tanto escândalo pra ver se ele acordava e reancendia aquela luz, mas o sono dele sempre foi muito pesado e mais uma vez ele não acordou e me deixou no escuro.
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Pamella (Recomeçar)
Ficção AdolescenteEu já fui muito sentimental, já me envolvi de coração. Hoje, agora eu vivo pra mim, por mim! Já segurei o mundo dos outros e deixei que o meu caísse! (Recomeçar)