Pâmella
1 mês passo7 desde que vim morar aqui no Dibala, poucas coisas mudaram, única novidade é que minha irmã/prima tá gradissima!!!!
Levantei cedinho pra levar o Cauê na creche.
- Bora Cauê, levanta. - chamei
- Que ixo mamain, calaca todo dia todo dia! - repetiu
Tá o abuso em pessoa, eu falo po ninguém acredita!
Dibala saiu antes da gente e nem falou nada, tá estranho!
(...)
Fiquei em casa de bobeira, fiz almoço e quando deu 12h30 fui buscad meu neném, falando que só ele.
- mamain vamo passar naquele lugar, em, em, em - pediu, manhoso que só
- que lugar Cauê? - perguntei.
- Aquele mamain, que tem dedocio gelado. - respondeu animado.
O dedocio gelado é a sorveteria kkkkkk tem uma pertinho lá da casa d minha By, nossa que saudades!
Cortei um beco no outro e rapidinho sai lá na Praça da Vivi, sobe muitoooo!
Comprei um sorvete de duas bolas pra ele que se lambuzou inteiro, faz uma mistura estranha que nem gostou.
Quando estavamos saindo da sorveteria, vi a moto do Dibala, entendi foi nada!
Moto dele estava parada no canto da calçada, de frente pra um barraco que não me é estranho! Olha dois anos sem pisar no morro, esqueci foi muita coisa.
- mamain, ali meu papai. - me chamou atenção, mas eu nem olhei, pensei que ele estava brincando. - ali mamain com a minha titia Dani.
Quando olhei na direção era o Dibala e ela conversando perto da praça, ela cochichando no ouvido dele, e ele rindo na maior intimidade.
Fiquei encarando perplexa, sem reação nenhuma, até que fui despertada com o Cauê falando.
-Vamo lá mamain, vamosss. - me chamou puxando meu dedo.
- Cauê, você conhece aquela moça? É tia ela? - perguntei rezando pra que a resposta fosse não.
- Conhece mamain, meu papai disse pla não falar por que é surplesa né... seu aniverdario né mamain, minha titia Dani é a outla momolada do papai... ué contei..shiiii - ele me falava com tanta inocência, fez sinal pra que eu não contasse nada.
Peguei o meu filho no colo e desci as pressas.
Que dor, eu não consigo entender! Antes era tudo flores, tudo no amor, agora isso? Eu não aceito!
Deixei o Cauê na Sarah e fui rente pra casa.
Quando abri a porta ele estava lá com a cara mais lavada, aquele sorriso sonso! Me fiz de louca, continuei me fazendo, esse filho da puta nunca mais vai me ver!
- Oii amor, nem veio almoçar. - falei sorrindo.
Fui na cozinha e peguei a faca, tentei, juro que tentei esfaquear ele mas não tive forças.
- Cadê o Cauê? - perguntou.
- Tá na Sarah, ela pediu pra ficar um pouco com ele. - respondi com um nó na garganta.
Queria chorar, desabafar, tô sentindo tanto, tanto!!!
Ele foi tão sujo que rapidamente saiu, o mesmo não conseguia olhar nos meus olhos, deve ter se arrependido.
Mas tá certo, destruí um lar, e tudo que vai volta. Disso eu já sabia mesmo, só não preciso passar por corna mansa.
Depois que ele saiu eu subi pro quarto e fiz as malas do Cauê, catei o que pude, e fiz o mesmo com as minhas coisas.
Peguei os documentos e avisei a Sarah pra me esperar no ponto da Br com o Cauê.
Ela já estava ciente de tudo, já falou com a minha tia e tudo mais, aqui eu não fico!
Se antes eu fui embora pra morar ali do lado, agora pra ele me achar vai ter que cortar um dobrado!
Inútil, estúpido, escroto, filho de uma puta, arrombado!!!
Eu ODEIO esse homem, como ele pode ser tão baixo? Porra!
(...)
- Tem certeza disso? É isso que você quer mesmo? É o certo? - Sarah perguntou assim que pedimos o Uber pra mim.
- É isso, aqui eu não fico mais! Não vou servir de chacota pra ele, não mais. - respondi
- É você que sabe, eu tô contigo pra sempre! - respondeu. - Aqui, eu peguei com o Nando, mas ele tá de boa.
Ela me entregou um envelope gordo e eu imaginei que fosse dinheiro.
Assim que o Uber chegou eu fui enfiando as malas naquela parte de trás e quando eu ia me despedir da Sarah o Foguinho, um dos garotos que fica na contenção bateu o rádio pro Dibala, de longe eu vi.
Ele tava eufórico, correndo, largou o fuzil e saiu correndo.
- Eu te amo, te amo! - falei pra Sarah que me olhava chorando, entrei no carro e parti sentido rodoviária.
😢
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Pamella (Recomeçar)
Teen FictionEu já fui muito sentimental, já me envolvi de coração. Hoje, agora eu vivo pra mim, por mim! Já segurei o mundo dos outros e deixei que o meu caísse! (Recomeçar)