Pamella (Recomeçar)

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Fernanda

Lembro até hoje, do pior dia da minha vida, maldita hora que eu fui buscar a Bruna na escola.

Na verdade, maldita hora que eu me envolvi com o Dibala.

Esse homem é falso, manipulador, nojento! Ele te destrói, te transforma num monstro em meio às decepções.

Aquele dia pra mim se tornou inesquecível, mesmo eu tentando de todas as formas esquecer, não pensar é impossível.

Sem dúvidas aquele dia eu vi a morte de perto, ela me disse "Vem, agora é tua vez"

Eu odeio o fato de não ter percebido que o homem que eu me deitava, pai da minha filha é um crápula!

Flashback on:

Fiz o almoço bem cedinho, e deixei minha bebê com o William, fui buscar a Bruna pra gente lanchar, quanto tempo não dou atenção pra minha mais velha.

Assim que virei na esquina da escola vi o carro dele de longe, ele veio na minha direção, eu tentei mas não tinha pra onde ir.

- Rapidinho tu vai entrar normal, senão eu vou te pegar na rua. - falou botando o cano do fuzil pra fora da janela.

Eu assenti e entrei no carro, vi que a Bruna já estava no portão com o olho brilhando, mas não pude ir até ela. A mãe do João se aproximou e provavelmente iria levar ela pra casa.

- João não faz nada comigo, por favor. Pensa nas vezes que você fez isso comigo, eu sempre te perdoei, eu não mereço isso. Eu só te amei, agora eu tô tentando seguir minha vida. - falei com medo.

- Tu sempre foi livre pra sair da minha vida, não saiu por que é piranha e queria meu dinheiro pra gastar com aquele filho da puta cu azul. - respondeu trancando todas as portas do carro. - Sempre soube das leis, não era tu que queria deixar a Pâmella careca por que eu te trai com ela? - questionou

Eu fiquei calada, já sabia o fim desse capítulo.

Respirei forte pedindo a Deus que me tirasse dali, mas foi em vão.

Ele estacionou o carro em uma das bases que ele tinha e já foi me tirando do carro puxando pelo meu cabelo.

- Trás uma navalha, e a máquina, tô aqui na fazenda perto do Playboy, é pra ontem! - gritou na frequência do radinho.

(...)

- Tu não gosta de chifrar? Não gosta? Aí ó castigo vacilona!!! Otaria! - ele gritava, dava na minha cara, me cuspia e eu permanecia calada.

- Liga aí Gordinho! - assim o dito cujo fez ligou a máquina zero.

Dibala jogou todo meu cabelo pra frente, botou um espelho na minha frente todo quebrado e fez com que eu olhasse para o meu próprio sofrimento.

- Abre o olho, não fecha não! Se fechar já sabe né vagabunda! - Deu um soco na minha boca que na mesma hora se partiu trazendo o gosto de ferro.

Dali eu não me aguentei, comecei a chorar baixinho, olhando para o meu cabelo liso, meu xodó indo de ralo.

O tal gordinho gravava.

Por fim o Dibala terminou de passar a máquina, e agora era a vez da navalha.

- Tá lindona em mô! - falou me dando um selinho - Teu marido vai adorar po, visual novo, gatona!

- Eu te odeio, eu não me arrependo de tudo que eu fiz com você! Tu virou chacota na favela assim como eu, corno, otário! Nunca foi homem, moleque! - gritei, já estava sendo castigada mesmo.

Ele me deu um chute seguido de socos, joelhadas.

Eu chorava, gritava pedindo pra ele parar mas de nada adiantava.

Quando o mesmo cansou, tirou minhas sobrancelhas na navalha e o restinho que restava do meu cabelo.

- Agora tu vai embora, e vai dizer que foi assaltada, sei lá. - Falou

- Eu não vou descer assim, não vou! - gritei, estava ensanguentada, com vestígios de cabelo por todo o meu corpo, as marcas, os cortes no braço.

- Vai sim po, tu não desceu o morro lindona me chifrando? Agora vai descer assim sendo chacota! - gritou

O tal gordinho finalizada o vídeo com o Dibala falando.

- Aí ó castigo, além de piranha é traidora! Pega visão rapaziada, mulherada essa ai nunca foi amiga de ninguém, mulher falsa! Teve filha com cu azul, sendo que ela sempre viveu do tráfico! Piranhona!!! - gritou chutando minha cara.

Dali não aguentei, não vi mais nada, só me dei conta quando me jogaram na porta de casa.

Flashback Of

Eu odeio esse homem com todas as minhas forças, mas foi apenas consequência dos meus atos, que eu já estava ciente.