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Pâmella

Tu foi? Nem eu! Euem foi a época de amante, lanchinho!

Tudo são fases, e a minha fase de amante graças a Deus chegou ao fim.

Deu 6h da manhã meu telefone começou a vibrar, atendi né, vai que era alguma coisa com o Cauê.

Já tinha saído do baile, estava no banheiro de um barzinho com a Sarah.

- Alô?
- aonde?
- Quem é?
- Sou eu po, vamo embora comigo.
- Ah vai te a merda, eu crente que tinha acontecido alguma coisa com o Cauê!

Dito isso eu desliguei, ah ele acha oque? Meia dúzia de palavras vai fazer com que eu durma com ele? Digo e repito, foi o tempo!!!

Estávamos descendo a rua quando a Sarah bateu o olho numa mona, novinha até.

- Ali a mona que eu te falei, vice mandando fotinha pro Fernando, é agora!!! - ela já tirou o salto e eu fui atrás né.

- Eai gatinha, não é tu que manda fotinha pelada pro meu marido? Aovivada né?! - chegou dando uns tapas nela

Eu fiquei perplexa, Sarah não é disso!

- Calma, calma. - tentei transferir paz, mas foi em vão.

- Eai mona, mando mesmo!!! Uma pena que vc monitore as redes dele, por isso ele não responde, corna! Gritou

Ali foi a deixa pra Sarah virar a mão na cara dela.

- Ah fiel sou euuuuu! Quem manda nessa porra sou eu! Quer fotinha pelada né, vai ao vivo gata! Gritou arracando o cropped da mesma.

- Calmaaaaaaaaaaa! Larga Sarah, larga! - gritei vendo a Sarah puxando o cabelo da mesma indo de encontro ao asfalto.

- Me larga, me larga que eu vou matar essa projeto de puta! - bicou o rosto dela.

Nisso a irmã dela veio se meter e puxou o cabelo da Sarah. Ahhhhh meu amor, não prestou! Calma é o caralho!!!!

- Não encosta nela não filha da puta! - gritei dando um chute na barriga da mesma que logo ficou sem ar.

- Piranha! - gritou tentando recuperar o fôlego

- Nunca neguei amor. Se tem uma coisa que eu sou é piranha, piranhonaaaaa! - gritei

- Acabo, acabo essa porra! - Nando chegou juntamente do Dibala, dupla dinâmica.

- Vem Sarah, que caralho eu falo pra você não se trocar com essas porra da tua e você não me escuta. - gritou indo na direção dela.

- Roupa suja se lava em casa, vambora! - respondeu.

Eu quieta estava, quieta permaneci.

- Bora vou te levar em casa. - Dibala me chamou.

- Tranquilo eu vou de moto táxi. - respondi pagando o dinheiro atrás da capinha.

- Para de história po, vamo logo. - insistiu. - Não vou tentar nada contigo não garota, euem.

- Tá bom, vamo. - aceitei, nada demais né, é só o pai do meu filho.

Ele mandou um garota trazer o carro pra ele, assim que chegamos ele entrou no motorista e eu ao lado.

Tava tudo indo bem, já estavamos chegando perto, até que ele quebrou o silêncio.

- Sabe o que eu não entendo? É que a gente se ama pra caralho, mas não tamo junto. - ele ia continuar mas eu cortei.

- Para, esquece isso. - respondi

- Eu já tô tentando esquecer isso a anos, negar que te amo, ficando com outras pra não lembrar da gente. Mas é foda, é ruinzão. Eu lembro de nós dois todos os dias, antes de dormir, assim que acordo, quando tô no banho, até quando tô fumando. - respondeu. - Esses dias mesmo, quando o nosso filho foi lá pra casa, fiquei pensando; podia ser você lá com a gente, me enchendo o saco, gritando, me fortalecendo.

- Eu sinto falta de você cara, de nós dois. Tu não tem noção de como minha mente fica conturbada quando eu faço alguma coisa que me faça lembrar dos velhos tempos... Ah os velhos tempos, que saudades! Lembra daquele dia que tu foi na Chopperia quebrou tudo, brigou comigo e os caralho. - riu fraco.

Ele estacionou o carro e assim vi que já tinha chego ao meu destino.

- Aquele dia eu vi o quanto você me amava, o quanto você me queria por perto, se preocupava comigo, e me queria. - continuou. - Agora tu nem me olha, tu mal me responde.

- Você quis assim. - respondi limpando a lágrima que insistia em cair.

- Mas eu mudei cara, eu não quero mais aquela mundo de ilusão, eu quero só você, o nosso moleque, nossa casinha... Eu te mulher, amo pra caralho. - disse cheirando meu pescoço, e dando beijos.

- Não desiste de mim não, não me deixa pra trás. Surtada! - depois dessas palavras eu não tive outra reação a não ser sair do carro correndo.

Entrei no meu apartamento, interfone pra senhora que cuida do Cauê e pedi pra ela descer com ele.

O mesmo estava dormindo, botei ele na cama e fui pro banheiro da minha suíte.

Ali me permiti chorar, chorar os dois anos que eu não chorei, botar pra fora essa angústia, essa dor, essa dúvida.

Eu amo muito esse homem, isso é notável, é impossível esconder.

Será que eu devo? Devo voltar, me entregar de novo a esse amor?

Ou sigo a lógica e a razão, largo ele de vez, desisto de nós dois.

Que dúvida meu Deus, que angústia!!! Que saudade do meu amor.

Pamella (Recomeçar)Onde histórias criam vida. Descubra agora