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CAPÍTULO TRINTA E SEIS

POV Ji- Won

" Infelizmente as crianças crescem, e seguem seus próprios caminhos, seja ele feito de distrações ou não "

O moreno dormia tranquilamente numa cama que não o pertencia, ao seu lado tinha um homem que não sabia nem o seu nome, em cima da escrivaninha tinha sua bolsa, com ervas e outros tipos de coisas ilícitas.

– Dê o fora – O homem disse o dispertando, ele olhou sem entender meio desacordado – Acorda porra – acertou um tapa certeiro em seu rosto.

– Vai se foder – Ji-won xingou. Levantado da cama e calçando suas botas, irritadiço e caindo fora dali.

De noite em noite, conheceu a cama de vários desconhecidos, conheceu a cama de várias pessoas que faziam sexo para preencher o vazio, ou se contentar com o prazer passageiro, e Ji-won era só mais uma delas, usava o prazer como escape, fraco.

Ji-won já tinha experimentando de tudo, menos a sensação de acordar com alguém ao seu lado, e sentir beijos sendo depositados em seu torço, Ji-won conhecia o prazer da vida, mas jamais saberia como é ser tocado e amado, jamais.

Ele jamais saberia como é sentir cada batida do seu coração acelerar por causa daquela pessoa, ele preferia outros métodos de acelerar, ele preferia uma droga mais forte que o amor.

– Cara chegou isso do correio pra você – seu colega de moradia disse, Ji-won ficava mais na rua do que lá, mas às  vezes aparecia para comer ou se banhar.

Pegou o envelope na mão, era do hospital onde tinha ficado um mês atrás por causa da overdose que tivera, que quase custou sua vida. 

Era uma carta de recomendação, feito por um especialista em casos assim.

Ji-won tinha AIDS.

– O que foi mano? – o parceiro perguntou notando sua feição abatida e chocada até. 

– Eu...–  ele disse baixo, como se estivesse assimilando tudo – Eu só estou com gastrite – mentiu e saiu dali caminhando sem direção alguma.

"  - Mamãe, canta por favor, vai - uma versão criança de Ji-won anos atrás, sua mãe o colocou na cama, e passou a coberta por cima de seu pequeno corpo, ela cantou pra ele.

- Um, dois, três, ninguém vai te pegar meu filho, mamãe cuidará de você,  quatro, cinco, seis, mamãe ta aqui meu filho, ainda cuidando de você, sete, oito, nove, feche os olhos meu querido, e me imagine com você - ela cantava fazendo cafuné  nos cabelos do filho, Ji-won tinha um sorrisinho no rosto.

- Eu adoro quando você canta pra mim.

- Dez, onze, doze, mamãe não estará aqui para  sempre meu filho, mas vou sempre guiar você  "

Ji-won estava sentado num banco de uma praça, com as mãos no rosto, preocupado pela primeira vez na vida, uma parte sua fervia de raiva, sentia ódio de sua vida, sentia inveja das outras pessoas, tinha momentos que era difícil de acreditar na própria mentira.

Sentia que ninguém em sua volta poderia ser feliz pois odiava isso também, seus pensamentos voaram para Jungkook, o garoto que não passava de um fracassado e agora está superando as coisas da vida, só que não, Ji-won não acreditava na mudança de Jungkook, o conhecia perfeitamente, sabia que tudo isso era uma fachada, porque Jungkook jamais mudaria, e Ji-won queria vê-lo na merda, na mesma que ele estava. 

E quando o anoitecer chegou,  ele foi em uma boate com o pouco de dinheiro que restará, e ali se acabou, se acabou em bebidas, em  drogas, se acabou em corpos suados no seu, ele se acalmou nos braços de um desconhecido passageiro que só queria mais uma noite e nada mais.

Cada noite era um vazio diferente.




Espero que tenham gostado, cap um pouco diferente hoje, beijos ♡

Gratidão ~~

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