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CAPÍTULO CINQUENTA E SETE

Olhava o céu através das janelas do avião, um céu imenso e belo, Jungkook questionava a existência de um Deus bom, pois no momento Deus parecia tudo menos isso. Lembrou das orações que sua mãe fazia quando era menor, como ela acreditava, como a fé dela era bonita e real.

Mas agora olhando o céu, era como se desejasse fazer parte dele, não existiria  dores, nem fracassos, nem tormentos, e isso parecia bom. Porém não existiria Park Jimin e isso é mau.

Com os olhos cheios de lágrimas Jungkook voltava para a casa, pois seus sonhos não tinham dado certo dessa vez.

O avião finalmente pousou na Coréia, e ele suspirou pois estava em casa, pegou um táxi.

Foi o caminho inteiro pensativo, odiava isso, odiava pensar, a consciência pesa, a paranoia pesa, o tormento cai em suas costas e de repente você já não consegue levantar, não consegue sentir, seus sentimentos matam você e é isso, você agradece sem lutar.

Jungkook pagou a corrida e saiu, entrou dentro de casa e parecia que toda tensão que sentia tinha se esvaziado, ali estava seu menino dormindo sentado no sofá com a boca entreaberta, Jungkook colocou a mão na boca chorando sem tentar fazer barulho, Jimin resmungou.

– Jun? – disse com os olhos fechados – Jungkook! – levantou-se rapidamente quase caindo.

Jimin o abraçou com força, tentava segurar o choro, pois ver seu moreno assim o deixava mais sensível ainda, Jungkook suspirou pesado, os braços de Jimin em volta de seu corpo, é ele estava finalmente em casa.

– Senti tanta sua falta, tanta Jimin – o moreno disse beijando seus lábios.

– Eu também meu amor – Jimin disse pegando em sua mão e o arrastando para o sofá – O que aconteceu?

Era como se a resposta não quisesse sair em voz alta.

– Meu pai morreu Jimin.

Jimin subiu em seu colo e deixou Jungkook chorar em seu ombro, conseguia sentir o cheiro da bebida, estava triste.

– E- eu não queria chorar mas não consigo parar...

– Shii...chore – fez carinho em seus cabelos – Chore que depois eu seco tudo – sussurrou em seu ouvido e deixando um beijo ali – Chore para mim do mesmo jeito que você sorri, seja sincero coloque para fora.

E assim Jungkook fez, a noite fora preenchida pelo choro baixo de Jungkook, e o consolo de Jimin, ele sabia que o seu moreno não tinha passado, sabia que isso estava o destruindo por dentro.

Pois era cabeça dura, se autodestruia.

– Amanhã eu vou ao cemitério – Jungkook murmurou, Jimin apenas concordou.

– Eu vou com você –  disse – Vamos para nossa cama Jun – e eles foram.

Jungkook sentia a respiração de Jimin  em seu pescoço, estavam de conchinha, o loiro fazia carinho em seus cabelos, e Jungkook finalmente sentiu alívio, pois tinha perdido tantas coisas menos Jimin, e esperava que continuasse assim mesmo depois da decisão que tomará um dia atrás.

Não sabia como Jimin iria reagir a isso, mas não dava mais pra continuar assim, quando o amor é real ele te compreende e Jungkook tinha certeza que Jimin iria compreende-lo.

Quando estava com Jimin o vazio ficava cheio, e era praticante impossível não sorrir, porém o moreno sentia que não estava certo isso, era como se tivesse usando-o para curar-se.

Jimin não merecia alguém pela metade, que bebe e comete erros, Jimin merece o melhor da vida, merece o infinito, merece tudo, e Jungkook sentia que não estava dando nada disso a ele.

Somente preocupações e tristezas, somente recaídas. Ouviu o ronco baixo de Jimin soar em seu ouvido, e chorou não pelo o que estava perdendo e sim pelo o que estava deixando.

difícil :(

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