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CAPÍTULO CINQUENTA E QUATRO

  " como pode um coração partir-se tantas vezes, mesmo já tendo parado de bater? "
- noiva cadáver

Após Jimin ter falado com Jungkook, ele foi  fazer faxina na casa, pois gostava das coisas arrumadas a sua maneira, e Jungkook as vezes era meio desleixado com as coisas.

O último cômodo que limpou foi o seu quarto e o de Jeon, Jimin sentia tanta falta dele, gostaria de ter ido junto, mas o pouco dinheiro que tinha não permitiu, rezava para Deus pedindo que cuidasse dele e orientasse ele, sabia que o seu moreno as vezes poderia ser muito cabeça dura e cruel  consigo mesmo.

E quando finalmente pôde sentar no sofá pois estava exausto, a campanhia tocou, ele foi até a porta e abriu, seu queixo caiu logo de cara.

– Mãe?

《~》

– Senhor? é a sua vez – a moça disse novamente, Jungkook tinha o celular na mão e sua mãe ainda estava na chamada, ele pertou o vermelho, e encarou o chão um pouco perdido.

– Senhor está passando mal? – a moça chegou perto perguntando preocupada.

– Só... estou ansioso – disse caminhando para fora da sala.

Jungkook foi colocado em uma sala sozinho, com uma tela branca a sua frente, com pincéis de todos os tamanhos e tinta de variadas cores, sua mão tremia a vontade de chorar  fazia seu peito doer, a lágrima que não saia de nenhuma maneira, olhou pra aquela tela branca e viu um grande obstáculo e não como um prêmio, não em um momento como esse.

Desejou nunca ter atendido aquela ligação, desejou nunca ter viajado pois tudo parecia em vão e pesado.

Era como se a sede batesse em sua porta pedindo para entrar, e adivinha.

Ela entrou como um furacão.

Jungkook sabia o que ia acontecer quando saísse da agência, ele estava somando os problemas e percebeu que hoje não era só um dia ruim, era um dia de perdas.

Pois ele sabia que quando saísse dali, ia se perder.

Pegou no pincel respirando fundo, o passou na tinta e levou sua mão diretamente a tela branca.

Nada, não pintou nada, era como se o sentimento que sentia fosse irreconhecível, era um vazio que escondia alguma coisa, era um sentimento que ia além.

Na infância Jungkook tinha um pai que não compria com suas obrigações da maneira correta, não amava sua mãe e invés de  ama- la ele á maltratava  todas as noites quando ela tentava dormir, Jungkook foi crescendo e vendo isso, e toda aquela ingenuidade aquela pureza de criança que ele tinha...

Foi destruída junto com cada sonho. E assim o ódio habitou cada parte daquele pequeno ser, e a adolescência fora marcada por pessoas de merda, um amor de merda, drogas, álcool, tudo que tinha de mau nesse mundo.

Jungkook aprendeu que odia-lo doía bem menos, por isso assim fez, o ódio quase o cegou, até a chegada dele que mudou tudo.

E depois de um belo tempo, Jungkook encontrou esse mesmo homem só que ele estava morrendo, o moreno o perdoou e foi embora.

A tela ainda estava em branco, sua respiração estava lenta, sentia tanta sede que chegava a transpirar, as mãos tremiam, e a única coisa que ele conseguia fazer era tentar não ter um surto.

Jimin...

Só queria correr para os braços dele, só queria correr para aquele aconchego que apenas ele tinha, sentia-se um merda, um ser completamente inútil, a cabeça doía de tanta pressão.

O vazio que sentia não era porque seu pai havia morrido. Era porque ele teve um pai a vida inteira, e a vida inteira ele bebeu, e as consequências custaram sua vida, a dor que sentia era de saudade, saudade de um pai que nunca teve.



me desculpem mesmo pela demora do cap, acontece que eu não estou conseguindo desenvolver muito bem, e sem conta que a minha vida pessoal ta um estresse, prometo que vou dar o meu melhor 💖❤

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