Não sabia por quanto tempo galopou, mas quando chegou ao porto e viu a aglomeração de pessoas a preparar-se para embarcar um alívio indescritível a inundou, mas temia, temia por si... Mas acima de tudo pelos seus pais.
À entrada do porto encontrou um senhor que aceitou ficar com o seu cavalo sem cobrar nada, o mesmo senhor ajudou-a a retirar as poucas malas do cavalo. Fiona agradeceu, pegou nas coisas e dirigiu-se para perto dos navios, estavam vários navios atracados no cais mas felizmente os navios tinham nomes o que tornava mais fácil identificá-los. O navio que devia apanhar chamava-se Aquarius, mas com tanta gente a tapar-lhe a vista era difícil encontrar o navio certo, e ainda por cima tinha pouco tempo para embarcar.
A zaragata no porto era imensa, pessoas andavam de um lado para o outro, encontrões e cotoveladas eram sentidas cada vez que alguém passava por si sem nem ao menos pedir desculpas, mas não demorou muito para Fiona fazer parte dessa zaragata. Estava a começar a desesperar-se, até sentir uma mão no seu ombro.
Fiona congelou no lugar. Seria um ladrão?! Um dos homens do rei que a seguiu e encontrou no meio desta gente toda?! Tantas hipóteses passaram pela sua cabeça, mas ao virar-se ficou aliviada ao constatar que não era nenhuma delas.
O homem que a fitava parecia ter a sua idade, tinha cabelo ruivo, olhos negros, era alto e fitava-a com uma expressão gentil estampada no rosto, mas não a impediu de ficar desconfiada. Por impulso deu um passo atrás sem desviar os olhos do homem desconhecido à sua frente.
- Perdoe-me se a assustei pois não era essa a minha intenção. - disse o desconhecido cordialmente.
Bem educado. Um ponto a favor.
- Não tem problema. - Fiona não sabia o que dizer por isso limitou-se a frases curtas.
- Eu sou o Doug Tremane e vós? - perguntou o desconhecido já que Fiona permanecia em silêncio.
- Fiona. Fiona Rodríguez.
- Pelo sotaque bem que me pareceu ser espanhola. Deve estar a perguntar-se por que a abordei sem ao menos a conhecer não é?
- De facto fiquei um pouco confusa, e desconfiada. - confessou Fiona ainda pouco à vontade.
- Bom... Ahm... É que eu vi-a aqui um pouco perdida e pensei que precisasse de ajuda para se orientar. Se quiser eu posso acompanhá-la até ao seu navio. Se me disser qual é.
- Obrigada Doug mas eu sou capaz sozinha. - recusou Fiona tentando ser educada.
- Não foi o que me pareceu, a mim pareceu-me que esteve entre dez a quinze minutos às voltas sem saber para onde se virar. - comentou Doug pacientemente.
- O que te parece ou deixa de te parecer a mim pouco me importa, eu só quero encontrar o barco para onde devo ir e desaparecer daqui o mais rápido possível. Queres ajudar, então não me chateies... Doug! - exclamou Fiona quase aos gritos perdendo a paciência.
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A Rainha Camponesa
Historical FictionA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...