Com o desaparecimento de Fiona e o risco de a vir a perder, Louis provou o real sabor do medo de perder alguém, o receio de uma parte de si mesmo se perder e nunca mais a recuperar.
Era mais do que óbvio que Kira tinha dedo nisto, e era do que ele precisava para se livrar dela, bastava ele provar a sua parte culpada nisto tudo e anular o casamento, com sorte até recambiá-la de volta para a Dinamarca e para junto do seu pai falido. Podia ser mesquinho da sua parte usar o rapto de Fiona contra Kira e o seu casamento, mas a verdade é que era a maneira que ele via para poder livrar-se desta praga de modo a ficar com Fiona. Pelo menos era a maneira que ele via no momento.
Com o aparecimento de Fiona na sua vida ele viu uma oportunidade de vir a ser feliz, uma luz ao fundo do túnel para o tirar da escuridão e da tristeza em que vivia, uma oportunidade de amar e ser amado. Louis sentia-se amado, e era exatamente por isso que procuraria Fiona e a traria de novo para o seu lado, quem que tivesse de ir até aos confins do inferno para a recuperar.
A tarde ia já avançada e com isso o seu desespero aumentava, sentado em frente à secretária no seu escritório Louis apertava o cabelo com as mãos e com os cotovelos apoiados na mesa, revendo as suas opções de ação e tentando pensar num sítio para onde a pudessem ter levado, mas nada lhe vinha à cabeça. As lágrimas de desespero turvavam a sua visão e podia jurar sentir a dor que a amada estaria a sentir no momento, só de pensar que Fiona poderia estar a ser torturada e ele sem fazer nada para o evitar fazia o seu coração apaixonado dilacerar-se, lenta e penosamente.
A porta do escritório abre-se e com isso Zac entra no escritório com uma expressão serena no rosto, rapidamente o rei observa-o com uma cara de poucos amigos, expressão que ele colocava de cada vez que via o irmão mais novo.
- Que cara é essa irmão? Parece que alguem morreu. - espicaçou Zac cruzando os braços em frente ao peito.
- Fica calado e sai do meu escritório. - advertiu Louis com a voz fraca.
- Sabes, ouvi dizer que a Fiona anda desaparecida. Já tens alguma pista do paradeiro dela? - perguntou Zac como quem não quer nada mas fervilhando por dentro.
- Para quê que te importas? Não queres saber dela para nada por isso não percas tempo com perguntas! - disse Louis segurando a cabeça e fitando a mesa.
Zac adorava que as pessoas julgassem que ele não queria nada com nada para depois jogar na cara delas as suas intensões e exigências. Neste momento era exatamente o que iria fazer, e mal podia esperar para ver a cara do irmão.
- Por acaso até quero. - disse Zac e Louis fitou-o curioso. - Uma beldade daquelas salta à vista e confesso que me senti fisgado logo que a vi, tinha intensões de me aproximar dela de modo mais... Como devo dizer?...
Humm... Íntimo, mas para meu desgosto ela não correspondeu de imediato.Nessa altura Louis apertava os punhos deixando os nós dos dedos brancos tal era a força empregue neles.
- Mas eu não me dei por vencido. - continuou Zac e Louis estava cada vez mais irado. - Estava disposto a tentar uma segunda aproximação com ela, mas imagina a minha surpresa quando descobri que Fiona não era apenas condessa de Montbéliard mas também tua amante. Confesso meu querido irmão, tu jogas as cartadas todas e não perdes oportunidade nenhuma.
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A Rainha Camponesa
Historical FictionA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...