Capítulo 8 - Rumo ao norte

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Dali a meia hora o Aquarius aportaria em Marselha

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Dali a meia hora o Aquarius aportaria em Marselha. Fiona já estava com as malas prontas, usava um vestido vermelho liso até aos pés e de manga comprida, o cabelo, como de costume, estava solto.

Doug ajudou-a a levar as malas até ao convés, em breve terminaria uma viagem e começaria outra, não só de Marselha até Versalhes que ainda demoraria alguns dias, mas também a viagem para a sua nova vida, sentia-se ansiosa e nervosa.

- Não fiques nervosa, vais ver que a tua vida vai melhorar. Deixa tudo o que é mau para trás e constrói uma nova vida. Uma vida repleta de coisas boas. - disse Doug ao abraçá-la.

Não queria ficar sem Doug daqui para a frente, ele era o seu melhor amigo, era o seu porto seguro, o seu principal suporte na vida. Mas os seus destinos não coincidam, tinham destinos diferentes e objetivos distintos. Não podia pedir-lhe para ir consigo para Versalhes assim como não podia ir para Nápoles com ele pois não era o que queria fazer, iria sustentar-se e encontrar o seu novo rumo completamente sozinha, sem mais ninguém, embora lhe custasse era isso que iria fazer.

- Tens sido um bom amigo, és o meu melhor amigo, mesmo longe um do outro nunca vou esquecer o que fizeste por mim.

Meia hora depois o Aquarius estava a aportar em Marselha, a hora estava a chegar, em breve embarcaria para o desconhecido sem saber como agir a seguir. Prendiam a prancha de passagem e os passageiros começavam a sair. Doug saiu com Fiona até ao cais, e antes que Fiona fosse embora para sempre fez o inesperado: beijou-a. Beijou-a suavemente como quis fazer tantas outras vezes. Fiona ficou surpreendida mas não foi capaz de se afastar, provavelmente era a ultima vez que o via e iria dar-lhe o que ele queria.

Os lábios de Doug moviam-se suave e agilmente sobre os seus, não foi o seu primeiro beijo mas tinha que admitir que era bom.

- Faz boa viagem, e até um dia quem sabe. - disse Doug afastando-se.

- Obrigada. Faz boa viagem também. - disse Fiona. - Vou ter saudades tuas.

- Também eu. - disse Doug recebendo o abraço de Fiona.

Assim que desfez o abraço Fiona pegou nas malas e dirigiu-se para a saída do porto. O dia estava chuvoso e não demoraria a chover novamente.

Consigo trazia apenas algumas moedas que juntou ao longo dos anos mais algumas que o seu pai lhe dera, só rezava que fossem suficientes. Ao sair do porto viu a estrada um pouco movimentada, observou a área e viu um homem parado ao lado de uma carruagem, ainda incerta encaminhou-se até ele.

- Bom dia menina, procura uma boleia? - perguntou o homem desnecessariamente animado, certamente era isto que ele dizia aos clientes.

- Sim, podeira indicar-me uma diligência que vá até Versalhes? - perguntou Fiona educadamente e acanhada.

- Claro que sim. Se quiser levo-a eu mesmo. - disse o senhor e Fiona ficou acanhada.

- Não quero que se incomode só comigo. - não achava boa ideia ir sozinha até ao norte com um desconhecido, mas para sua sorte apareceram mais duas senhoras a requisitar a diligência, também para o norte.

A Rainha CamponesaOnde histórias criam vida. Descubra agora