A música vinha acompanhada de um grupo de mulheres que cantavam uma canção sevilhana. Fiona rodopiava ao som da melodia, lançava as saias do vestido ora para esquerda ora para a direita virando a cabeça para o lado oposto ao qual seguiam, erguia os braços e girava os pulsos, e voltava a girar.
De repente um rapaz juntou-se a ela na dança, era loiro e tinha olhos verdes. Rodopiavam a volta um do outro enquanto batiam palmas ao ritmo da música. À medida que a música avançava mais pessoas iam-se juntando a eles na dança, rodopios, palmas e mais rodopios, alguns dançavam e outros observavam maravilhados com a leveza e graciosidade dos seus movimentos.
Quando a música terminou Fiona estava de novo no centro da sala e o barulho que se fez ouvir foram os aplausos fervorosos. Doug não aplaudia, era como se tivesse congelado no tempo fitando Fiona fixamente como quem cobiça uma jóia rara. Fiona sorriu para os presentes, sorriu para Doug que abriu um sorriso de orelha a orelha para Fiona, ignorando completamente a rapariga ao seu lado.
- Tu és fantástica Fiona, danças mesmo bem. - elogiou Catherine pela quinta vez consecutiva.- Obrigada Catherine. - agradeceu Fiona também pela quinta vez consecutiva.
No momento preparava-se para dormir, Catherine já estava deitada, já Fiona estava sentada na cama a pentear o cabelo. Pousou a escova na mesinha de cabeceira e enfiou-se debaixo dos lençóis.
- Tu tens mesmo um talento para a dança, devias aproveitá-lo. - disse Catherine para fitando-a.
- Tu também deves ter um talento especial. - disse Fiona.
- Oh não, acredita que não.
- Toda a gente tem um talento especial. - retrucou Fiona.
- Toda a gente menos eu.
- Toda a gente sim, e tu também, apenas ainda não o descobriste. E é esse talento que torna uma pessoa especial e fá-la destacar-se das outras.
- Talvez tenhas razão, toda a vida considerei-me uma desgraça, sempre me disseram que eu não servia para nada e que não valia a despesa que era cuidar de uma filha nas condições em que vivia. Acho que isso acabou com a minha autoestima. - confessou Catherine cabisbaixa.
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A Rainha Camponesa
Historical FictionA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...