Zac sabia muito bem que Louis não lhe entregaria a coroa de bom grado, ele tinha perfeita noção de que se a quisesse teria que a tirar à força e tomá-la como sua. Louis era um osso duro de roer mas todos nós temos as nossas fraquezas, e se Zac quisesse o trono teria que usar essa fraqueza como moeda de troca, teria que usá-la para ter a certeza que o irmão lhe daria o que ele exigia em troca do bem estar dessa dita cuja fraqueza. Por isso estava mais do que empenhado em descobrir o que era e que uso lhe dar.
Se era jogo sujo ou não pouco lhe importava, na realidade ele nunca jogou limpo mesmo, já quebrara muitas regras e passara por cima de muitas leis e sempre se safou com a desculpa "sou filho do rei e nada se sobrepõe ao poder do monarca". Era nestas alturas em que adorava o cargo nobre que carregava pois abria muitas portas, nomeadamente as portas dos prazeres mundanos e boémios.
Zac podia dizer que já dormira com mais de metade das meretrizes de Versalhes pois era a mais pura das verdades, e nalgumas delas até voltou para repetir a dose, noutras circunstâncias submetera uma vez ou outra mulheres à prática forçada, fosse nos bordéis, onde havia algumas mulheres que se prostituíam porque eram obrigadas, outras em becos escuros e ruelas da cidade, e sinceramente nada disso lhe pesava na consciência pois sempre foi uma pessoa de sangue frio e coração de pedra, cortesia do seu amado pai.
Passeava pelos largos corredores do palácio que o viram nascer e fazer das mais variadas travessuras, observava tudo como se fosse a primeira vez, já se imaginando como senhor supremo daquele palácio. Do lado oposto ao qual caminhava vinha uma jovem na sua direção com passos apressados, tinha longos cabelos cacheados, a pele amorenada, os olhos azuis e o corpo volumptuoso, tudo isto fazia dela a mulher mais bela na qual Zac pusera os olhos, uma autêntica deusa. Usava um vestido que lhe favorecia o busto, e o vestido era vermelho, o que a deixava mais bela ainda.
Imediatamente Zac pensou "uma cortesã. E das mais belas certamente." Mas o que ele não sabia era que estava totalmente enganado.
A jovem parou a uma distância considerável e educadamente fez uma mesura com a cabeça à qual Zac retribuiu, observando discretamente aquele busto bem esculpido.
- Como vos chamais bela dama? - perguntou Zac quando a jovem se preparava para seguir caminho.
- Fiona milorde. - disse acanhada.
- Fiona. - pronunciou Zac gostando da maneira como o nome soava. - Um belo nome pois com certeza, e o que fazeis cá?
- Sou dama de companhia da duquesa Anastácia de Lyon. - respondeu observando o homem desconfiada com tanta curiosidade.
Zac observou Fiona de alto a baixo sem esconder o olhar de satisfação, o que certamente a incomodou. Cada parte do corpo dela não escapou ao seu olhar observador e atento, que quanto mais via mais agradado ficava.
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A Rainha Camponesa
Ficção HistóricaA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...