A única altura do dia em que de facto Fiona saía do quarto era à noite, onde não havia quase ninguém nos corredores.Estranhamente sentia Louis mais distante ultimamente, como se algo o incomodasse, e isso deixava-a intrigada.
Usava um vestido vermelho simples e uma capa escura a proteger-se do frio. Caminhava pelos corredores sem prestar atenção ao caminho, apenas vagueava sem rumo tentando perder-se naquela imensidão de luxo. Uma sensação de paz invadiu-a naquele momento, como se a escuridão e a solidão acalmassem a sua alma inquieta.
Através das enormes janelas observava a escuridão no exterior do palácio, suspirou audivelmente visivelmente cansada. Não sabia por quanto mais tempo aguentaria esta hostilidade toda.
- Com problemas? - perguntou alguém atrás de si.
Fiona virou-se abruptamente com o susto e fitou o rosto do duque furagido.
Oliver Bernier observou o rosto de Fiona enquanto a sua expressão assustada suavizava. Pareceu vê-la ponderar no que ia dizer antes de responder.
- Muitos. - disse vagamente virando-se de novo para a janela.
Ouviu o duque aproximar-se e colocar-se ao seu lado em frente à janela olhando na mesma direção.
- Presumo que os seus problemas sejam as más línguas. - disse Oliver com as mãos atrás das costas. - A vista daqui é magnífica.
Fitou o duque de esguelha e voltou a olhar para a janela.
- Não o tenho visto no palácio nesta semana.
- Tive que regressar a minha casa em Orleans, mas regressei esta manhã. - explicou Bernier e Fiona assentiu.
Um silêncio reinou no ambiente, Oliver assumia uma expressão serena no rosto, porém sem esboçar um sorriso.
- Queria agradeçer-lhe por me ter salvo. - disse Fiona observando o duque que a fitou igualmente.
- Não tem que agradecer. Não poderia permitir que aquele louco a matasse, além do mais não convinha que o rei mergulhasse na depressão por perder a mulher que ama. - disse o duque e Fiona desviou o olhar na hora. - Perdoe-me se a ofendi.
- Não há problema. Tenho ouvido coisas piores na última semana.
E novamente silêncio.
- Queira acompanhar-me num passeio no jardim. - disse Oliver estendendo a mão na sua direção.
Fiona pousou a mão sobre a dele e caminharam até ao jardim. A mão do duque estava fria, já a sua parecia muito pequena em comparação com a mão masculina.
Caminharam até ao jardim e o ar da noite atingiu-a no rosto no momento em que saiu para fora do palácio.
- Embora pareça abatida tem aguentado bem a hostilidade da corte. - comentou Bernier mas Fiona não o fitou.
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A Rainha Camponesa
Ficção HistóricaA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...