A revolução do coração já começou.
O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...
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Já se tinha revirado na cama várias vezes mas não conseguia adormecer, não conseguia dormir quando estava tão inquieto ao nível das emoções, quando todos os seus sentimentos formavam um remoinho dentro de si e não lhe davam descanso.
Não conseguia não amar este lado teimoso e persistente dela, alguém que sabe o que quer e acredita nas suas convicções sem se deixar influenciar por ninguém, alguém que ouve com o coração e a razão e que não julga sem antes saber se o deve fazer ou não. Isto sim é ser rainha, e sabia que Fiona dava uma ótima rainha desde que a viu pela primeira vez.
Sentou-se na cama e levou as mãos ao cabelo enquanto suspirava, aquele beijo no jardim não lhe saía da cabeça, agiu por impulso mas ele soube que ela o queria, só não o dizia pois estava a fazer-se difícil. Ela pediu-lhe espaço e ele iria respeitar mesmo que lhe custasse. Ela pediu e ele obedeceria ao seu pedido.
Louis ainda fitava o chão com as mãos no cabelo quando ouve a porta a abrir e a fechar em seguida, quando levanta o olhar fica surpreso ao ver Fiona encostada à porta a observá-lo fixamente, e ele faz o mesmo. Uma intensa batalha visual começa enquanto a única coisa que se ouvia era o som da respiração de ambos. Louis levanta-se e dá dois passos em frente e pára, já Fiona, munida de uma coragem e determinação impressionantes aproxima-se dele até estar perto o suficiente para unir os seus lábios aos dele num beijo desesperado.
Louis abraça-a forte o suficiente para não a deixar fugir, porém ela não tinha intenções de ir a lado nenhum. Abraçou o pescoço dele e deixou transparecer através do beijo toda a saudade que sentia dele e que por longos meses a fio manteve escondido e contido no seu coração.
Sentiu-se mil vezes mais leve, como se a simples presença do rei fosse o seu calmante, como se fosse tudo o que ela precisava para esquecer o que passou no seu anterior casamento, o inferno que foi ser esposa de Oliver e tudo o que passou nas suas mãos. Quando se separaram míseros milímetros sentiam que não havia mais nada no mundo além deles os dois, Louis tocou no rosto de Fiona e ela tocou na mão dele com a sua, suspirando suavemente enquanto fechava os olhos.
- Eu pedi-te um tempo, e para mim esse tempo já acabou. - disse Fiona com um pequeno sorriso e Louis retribui. Ele pegou na amada e leva-a até à cama deitando-a cobre o lençol descoberto, deita-se ao lado dela e vira-a de frente para si unindo as testas de ambos.
- Não sabes o quão feliz fico feliz por ouvir isso. - disse Louis com um suspiro aliviado e tremido. - Perdoa-me pelo que te fiz passar.
Fiona afagou o seu rosto e o seu cabelo loiro cacheado com um olhar amoroso.
- Eu já te perdoei à muito tempo. Admito que tentei odiar-te por isto mas não fui capaz, não quando no meu coração prevalecia o amor que te tenho e que nele não havia espaço para um ódio que não era genuíno.
O sorriso que rasga o rosto do rei é tão largo e alegre que ela não consegue conter o sorriso também. Desta vez é ele quem a beija, de uma forma tão sentida quanto o beijo que recebeu aquando à chegada da condessa ao quarto.
