Dois dias depois...
Fiona estava já na carruagem que a levaria até à igreja central de Orleans. Estava vestida de noiva, com um buquê de rosas brancas e vermelhas seguras pelas suas mãos trémulas, parecia pronta para casar, mas não estava. Isso sem falar no esforço excruciante que fazia para não chorar de desespero. Fechou os olhos e a imagem de Louis apareceu na sua mente e a vontade de chorar aumentou, só não sabia se de raiva ou desespero por não o ter junto a si. Odiava-o tanto por ter contribuído para este momento, mas amava-o acima de tudo, e recriminava-se por isso.
A carruagem para em frente à entrada sul da igreja, uma igreja com arquitetura gótica bela e imponente. O cocheiro ajudou a condessa a descer e depois as suas damas de companhia, hoje suas damas de honor. Fazia um esforço para disfarçar a cara de tristeza e tentar forçar um sorriso, mas era quase uma missão impossível.
Quantos mais passos dava em direção à igreja mais estilhaços do seu coração acumulava, só não chorava para não dar parte fraca e para não arruinar a maquilhagem que até estava bonita, dispensava o excesso de rouge e pó de arroz mas infelizmente era assim que uma mulher nobre tipicamente francesa se apresentava, isso e as plumas exageradamente grandes presas ao seu penteado espalhafatoso.
Quando entrou na igreja todos os olhares se voltaram para si, e sentiu-se intimidada. Muitas damas sorriam-lhe e elogiavam a sua indumentária apenas com o olhar e Fiona sorria da forma mais verdadeira que conseguia, embora só quisesse chorar e correr dali. Quando olhou para o altar viu o seu futuro marido com as mãos cruzadas à frente do corpo e de olhar fixo em si. Ele estava todo de preto, uma cor que fazia sobressair a sua pele pálida. Tinha feito a barba, uma visão diferente para si visto que só o tinha visto com uma barba escura e rala a pintar o seu rosto. Olhou para a sua esquerda e viu Anastácia e Chadd que lhe sorriram e Fiona sorriu também, talvez o sorriso mais verdadeiro que deu desde que entrou naquela igreja, olhando para a sua direita viu a mãe de Oliver que lhe deu um sorriso adorável como que a dizer "estás linda meu amor", e não pôde deixar de sorrir.
Quando finalmente chegou ao altar entregou o buquê a Janelle, fitou Oliver com uma cara inexpressiva e ambos voltaram-se para o padre para assim dar início à cerimónia, embora a vontade de Fiona fosse disparar numa corrida dali para fora.
O padre realizou a cerimónia harmoniosamente, embora o interior de Fiona não estivesse nada harmonioso ao nível dos sentimentos. Terminado o discurso do padre chegou a troca de alianças, aí o pobre coração de Fiona disparou. Oliver segurou a sua mão e pegou na aliança, a mais linda jóia que já vira na vida. O anel era em ouro com uma esmeralda no centro. O duque fez deslizar o anel pelo seu dedo anelar esquerdo e proferiu os seus votos de fidelidade, votos que Fiona tinha o seu quê de dúvidas quanto a serem cumpridos, depois de ela proferir os seus votos o padre disse as palavras que mais temia ouvir: " agora declaro-vos marido e mulher". Depois disto Fiona teve vontade de chorar devido ao desespero que sentia, mas os seus pensamentos foram interrompidos ao sentir Oliver beijar a sua face.
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A Rainha Camponesa
Ficção HistóricaA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...