Fiona observava Louis a dormir serenamente, com o peito a subir e a descer ao ritmo da sua respiração suave. O seu ar angelical deixava-o mais belo aos seus olhos, mas ele não era anjo nenhum, isso já era sabido.
Já passava do meio dia, as cortinas impediam que a claridade rompesse pelo quarto na totalidade, sentada na beira da cama estava a condessa a velar pelo seu sono como uma protetora, como um anjo da guarda.
Desde que trataram de Louis Fiona não saiu do quarto, fê-lo somente por momentos, para mudar de roupa e comer algo, mas fê-lo com relutância pois não queria separar-se dele nem por um minuto.
Ao percorrer os corredores de retorno ao quarto não viu o duque que a auxiliou, lembrava-se de que ele lhe dissera chamar-se Oliver Bernier mas não se recordava do ducado ao qual pertencia. Queria agradecer-lhe tê-la salvo e acompanhado até ao palácio mas ainda não lhe pusera a vista em cima.
Tocava com o indicador o dorso da mão que Louis tinha pousada na barriga, a outra estava ao lado do corpo. Louis mexeu-se mas não acordou e Fiona sorriu do jeito adorável que era quando ele dormia.
Fitou a janela e a partir daí a sua mente dispersou, involuntariamente recordou as três cortesãs com quem se cruzou no corredor a alguns minutos atrás e das palavras ásperas que elas lhe dirigiram...
Flashback on...
Caminhava apressada pelos corredores do palácio, e por conta da sua pressa até tomou o caminho errado acabando por ir parar à ala da galeria dos espelhos. Que parva!
Fiona trocara o vestido amarelo de musselina por um azul royal em veludo liso, longo e justo na saia, de mangas compridas justas do ombro ao cotovelo e folgado e rendado ao longo do antebraço até ao pulso. O cabelo ficara solto com mechas presas atrás com uma mola dourada.
Almoçou na cozinha na companhia de Frida e Mérida e verdade seja dita, achou Frida estranha, e sobretudo inquieta. Até lhe tinha pedido para lhe contar o que a angustiava mas estava com pressa. Ficaria para outra ocasião.
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A Rainha Camponesa
Ficção HistóricaA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...