A revolução do coração já começou.
O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Percorria os corredores na companhia das damas de companhia e de Marshall, um dos mordomos que já era seu conhecido.
Instalou-se naquele que foi o seu quarto até à sua ida para Orleans e logo uma torrente de memórias surgiram na sua mente, e não conseguiu evitar um suspiro ao passar a mão na colcha da enorme cama de casal. Nada no quarto tinha sido alterado, como se qualquer toque em qualquer objeto pudesse estragar a essência da divisão e tudo o que ela representava.
Foram bons momentos que passou alí, mas também este quarto foi o refúgio devido ao isolamento a que se auto condenou antes de ter que partir para Orleans. Foi ali que chorou por horas a fio devido aos insultos que recebia, mas agora seria ali que construiria boas memórias.
Tomou um banho e vestiu um vestido branco com o decote rendado e mangas compridas, a saia era bufante e completamente lisa. Decidiu dar uma caminhada pelos corredores de modo a espairecer e habituar-se à ideia de que finalmente estava de volta, mas a paz durou pouco quando viu as três cortesãs com quem se encontrou nos corredores à meses atrás.
- De volta querida? - dizia a ruiva com olhar desdenhoso.
De facto não sabia qual era o nome delas, mas desta vez não ficaria calada.
- Sim, não estão a ver? - apontou para si mesma dando ênfase à resposta.
As três entreolharam-se e voltaram a fitar a condessa.
- E o teu casamento com o duque foi bom? - perguntou uma delas provocadoramente.
Tocou num ponto que doía, mas não deixaria ir-se abaixo com uma mera pergunta dissimulada.
- Podia ter sido melhor, mas agora estou de volta, voltei a ser a condessa que vocês atormentavam.
- Olha que bom, mas se achas que iremos respeitar-te estás muito enganada. - disse uma de olhos verdes.
- E se vocês acham que eu me irei importar com essas vossas línguas de vaca pintalgada então estão muitoenganadas. - disse cruzando os braços em frente ao peito enquanto as cortesãs lhe lançavam olhares de fúria. - Por isso é bom que se habituem com a minha presença neste palácio pois eu vim para ficar.
Começou a caminhar virando-lhes costas, mas uma ainda lançou:
- Não esperes que o rei te aceite de volta, porque se te mandou embora uma vez pode fazê-lo uma segunda.
Fiona virou-se para elas com um sorriso calmo no rosto e elas fitaram-na com olhares de vitória no rosto.
- Duvido muito que isso aconteça já que foi ele que me pediu para regressar. - aquilo não era verdade e ela sabia-o bem, mas elas não precisavam de sabê-lo, e pelos seus olhares incrédulos elas acreditaram.
Caminhou novamente pelo corredor, agora mais leve e descansada. Passou por vários nobres que a cumprimentaram e desejaram um bom regresso a Versalhes, todos a trataram com simpatia e educação mas ela não se esquecia de que a maioria deles a trataram com desdém e repulsa. Mas aceitou as boas vindas com educação.
