Na manhã seguinte com o quarto iluminado pela luz da manhã, Louis beijava Fiona com uma calma pouco característica sua, apenas mantinha a calma para não submeter a dama a movimentos bruscos.
- Viste, não me magoaste. - disse Fiona tocando no lábio de Louis com o dedo indicador. _ Eu dei conta de como tentaste ser cuidadoso o tempo todo, e agradeço-te por isso.
- Não quero que te esforçes, mas tu consegues ser tremendamente persuasiva. - retrucou Louis tocando no nariz da dama com o seu.
Deu uma risada divertida e aninhou-se nos braços do rei, disfrutando do silêncio pouco incomodativo que abarcou a divisão mergulhando-os numa onda de paz e calmaria.
- E o Zac? O que é feito dele? - perguntou Fiona alguns momentos depois captando o olhar sério do rei.
- Está nos calabouços, e no que depender de mim tão cedo não sai de lá.
- E a Kira?
- Não sei.
- Não sabes ou não queres dizer? - apoiou a cabeça no peito largo de onde brotavam alguns pelos loiros e observou o rei com atenção.
- Não sei. Desde que te tiramos do casebre do bosque que não a voltei a ver. Mas já convoquei uma busca por ela em Versalhes com autorização para alastrar as buscas até Paris caso necessário.
Fiona assentiu e depositou um beijo no peito pálido antes de pousar a cabeça novamente.
- Tu sabes o motivo pelo qual ela tem tanto ódio por mim?
Sentiu o peito de Louis subir e descer antes de ouvir a resposta:
- Inveja.
- Porquê?
Beijou a testa da dama e ela fitou-o com os seus belos olhos.
- Pelo facto de eu te dar mais atenção a ti do que ela alguma vez já recebeu da minha parte. Pelo simples facto de ela querer estar no teu lugar neste momento e nestas circunstâncias e eu não o querer nem permitir.
- Mas ela não deve ter um ódio igual ao que tem por mim pelas cortesãs com quem já dormiste. - disse Fiona e sentiu Louis ficar tenso por escassos instantes.
- Há quanto tempo estamos juntos? - perguntou Louis.
- Há quatro meses.
- Com as cortesãs era apenas uma noite, nada mais. Nunca ouve a mesma mais do que uma noite.
- Não é muito reconfortante.
- Cogito seriamente a ideia de acabar com este casamento.
Fiona levantou-se e observou-o com atenção.
- Porque farias isso?
Encolheu os ombros e respondeu com naturalidade:
- Não tenho nada a ganhar e não amo a minha esposa. Para quê continuar com um casamento destes?
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A Rainha Camponesa
Historical FictionA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...