A notícia de que o rei voltou a casar correu o povo num ápice, e então quando o povo viu a nova rainha não teve como não a amar. Alguns ficaram um pé atrás quanto a ela pelo facto de ser estrangeira, mas quem os via pensava que França nunca teve uma rainha vinda de outro país apenas e só com o propósito de casar com o rei da França. Porém não foram todos que ficaram assim.
Muitos pensaram que ela casara com o rei em defesa dos interesses de Espanha, mas logo foi feita correr pelo povo a explicação de que Fiona não tinha qualquer ligação com o rei espanhol visto ser herdeira de um conde francês já falecido. Isto fez as suspeitas do povo cessarem e o burburinho a este respeito terminar.
Enquanto isto, no palácio, Fiona começava a achar que não era hoje que ia ter o privilégio de ter a roupa no corpo, isto pois cada peça da sua vestimenta fazia um passeio pelo quarto antes de finalmente chegar a si. A tradição era mesmo assim, na manhã de núpcias a noiva, e neste caso nova rainha, era vestida não só pelas damas de companhia mas também pelas damas da corte de maior estatuto social, e a presente no quarto que tivesse maior título nobiliárquico era quem vestia a primeira peça de roupa na rainha, mas se entretanto chegasse outra com o título superior e a dita cuja peça ainda não tivesse sido vestida esta passaria para as suas mãos, e assim encaminhava-se até à rainha ou até à delfine e aí vestia, isto se entretanto não chegasse outra com um titulo superior.
Nessa manhã usou um vestido rosa claro quase branco com bastante decote, o cabelo ficou preso mas com mais floreado, com as ditas cujas plumas de lado dando mais classe ao penteado. Toda a sua vestimenta era ostentosa, e não podia ser de outro modo, a rainha tinha que ofuscar.
Chegou ao salão de refeições onde encontrou Louis que a aguardava, aproximou-se dela e cumprimentou-a com um sorriso alegre e um beijo na mão, fazendo questão de beijar a mão com a aliança lançando um olhar ardiloso para a esposa que prendeu o riso.
Dirigiram-se à mesa, nessa manhã somente eles os dois se sentariam lá. O pequeno almoço foi servido pelos próprios nobres presentes que ficaram de pé a observá-los, como se ver pessoas a comer fosse algo muito interessante, mas essa era tradição.
Após o pequeno almoço ambos fizeram um passeio pelo jardim dispensando a companhia dos nobres. Caminhavam o mais juntos que podiam, e assim que chegaram perto de umas das fontes do Grande Canal Louis pegou em Fiona e girou-a no ar enquanto ela dava um gritinho surpreso seguido de uma gargalhada animada, música para os ouvidos de Louis.
Assim que a pousou no chão beijou-a com paixão como se a sua vida dependesse disso sendo correspondido na mesma medida pela sua esposa. Só de pensar que Fiona era finalmente sua esposa uma onda de alegria inundava-o por completo, como se um tsunami de pura felicidade o atingisse em cheio. Beijou-a de uma forma que só devia ser feita em privado, pouco se importando para o pudor.
Enquanto estavam naquele ambiente um grupo de marquesas, que não faziam outra coisa senão irem para todo o lado juntas, passaram por eles e fizeram exclamações de surpresa ao ver o casal e a maneira como o rei segurava a rainha, como se estivesse com medo de que ela fugisse, atraindo a atenção do casal que exibiram expressões surpresas por estarem a ser observados.
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A Rainha Camponesa
Historical FictionA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...