Encontrar os pais de uma criança desaparecida era mais difícil do que parecia e Lia e Brigitte viviam esse problema na própria pele. Sabiam que Tomás era português e de família nobre, faltava encontrá-la.
Lia banhava o pequeno junto à lareira de modo a não expor o menino ao frio de novembro. Brigitte preparava o jantar para ambas e para o menino, mas a angústia para encontrar os pais de Tomás prevalecia.
No dia seguinte Lia foi cuidar da pequena mercearia enquanto Brigitte cuidava do bebé. Nessa manhã havia pouco movimento, mas com a quantidade de mercearias que havia em Versalhes a concorrência era evidente.
Organizava as frutas e os legumes com cuidado, aqueles que estivessem menos bons punha-os de parte. Era apenas mais um dia normal.
- Bom dia.
- Bom dia Dora. - cumprimentou Lia fitando a mulher.
Notou que ela envergava uma expressão preocupada no rosto, e ficou curiosa quanto ao motivo da sua expressão cabisbaixa.
- Aconteceu algo Dora? Digo apenas porque me parece preocupada. - perguntou Lia fitando a mulher que escolhia alguns vegetais para levar.
- Ai menina Lia nem me diga nada! - disse Dora suspirando angustiada. - A casa do meu senhor está numa tristeza total.
Lia continuou a ouvir o que ela dizia, com um interesse um tanto invulgar para si.
- Mas o que se passou afinal? - perguntou Lia quando Dora se calou.
Dora entregou os legumes a Lia que se pôs a pesá-los.
- O filho do meu senhor desapareceu à mais de uma semana e até agora nada dele aparecer.
Lia congelou no lugar depois desta informação.
- Nem uma pista acerca do paradeiro do menino. E foi a nova criada que o levou, aquela maldita megera! Veja lá que ela teve a coragem de levar o menino e atirá-lo ao rio para o matar afogado!
- Desculpe... Disse que o atiraram ao rio? - disse Lia atordoada.
- Sim. Mas o que se passa? - perguntou Dora estranhando a reação da jovem.
Lia entregou a saca a Dora sem se preocupar com o dinheiro.
- Importar-se-ia de me acompanhar até minha casa?
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A Rainha Camponesa
Historical FictionA revolução do coração já começou. O medo da morte e o desejo proteger a família valem qualquer risco. Era com este pensamento que Esteban Rodríguez decidiu que a melhor coisa a se fazer naquele momento crítico pelo qual passavam, era fugir...